quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

O NATAL EM ANGOLA, A MINHA TERRA NATAL



O Natal só ficou conhecido em Angola depois que o colono português lá chegou, pois este na sua expansão colonial fazia se acompanhar sempre de missionário. Lembro aqui que, com os descobrimentos os portugueses visavam expandir o império colonial e a fé de Crista. Com a evangelização, o Natal tornou-se uma festa hoje assumida como tradicional em Angola, sendo assim, comemorada em todo o País.

Há uma diferença entre o Natal das cidades e das aldeias.Nas cidades onde o nível social das população é elevado, o Natal é tipicamente português, com todos ingredientes com que é conhecido na Europa, neste caso, em Portugal.O Natal nas aldeias chega a ter uma característica adequada a baixa condição socio-económica, cultural e intelectual dos cidadãos ali residentes. E muito animado, o povo programa uma festa tradicional com comidas e bebidas conforme a sua região. Geralmente há missa na noite de 24 para 25 de Dezembro. Durante o dia, há danças folclóricas. Bebe-se a Kissanga ou Kimbombo, que são bebidas tradicionais feitas em casa com ferina de cereais. Os adultos bebem geralmente o caporroto que é uma bebida destilada, feita com banana, ou batata doce ou ainda com farelo de cereais. As aldeias vizinhas programam encontros, animados com danças folclóricas. Os povos praticam desporto, ou outras diversões culturais durante o dia 25 de Dezembro, tais como encontro de football, entre grupos pertencentes a aldeias diferentes.

O Natal em Angola é a maior festa que mobiliza todas populações. Nas aldeias as pessoas são normalmente religiosas. Não se pode falar em religião sem falar de Cristo. Isto torna o Natal, nascimento de Cristo uma história muito interessante.

Escrito por a nossa Isabela, "Princesa dos Motociclistas", do blog Hope Isabela

Se gostou deste texto, vote nele simbolicamente de 28 a 31 de Dezembro.

Não se esqueçam: os comentários feitos a todos os textos da Blogagem de Dezembro ajudarão a Isabela!

11 comentários:

  1. Princesa dos motociclos!
    A menina tem natais diversificados na sua vida!
    Ainda bem, porque pode dar-nos testemunho!
    Agora estamos a lutar por um outro Natal(nascimento) seu... aquele em que fará os tratamentos necessários à reabilitação!
    Boas festas
    Beijinhos
    Alcinda

    ResponderEliminar
  2. Isabela
    Estou a aprender muito nesta troca de conhecimentos sobre o Natal. Gostei de conhecer o Natal angolano, espero agora que o Natal, deste ano, da Isabela lhe traga a oportunidade de conseguir os seus objectivos.
    Beijinhos

    ResponderEliminar
  3. Olá Isabela!
    O Natal angolano deve ser tão giro.Comidas e bebidas que eu adorava experimentar.Quem sabe um dia? Ou então visito a Isabela e faz um petiscozinho angolano :p Sou tão gulosa :)
    Estamos todos empenhados/as em unir forças para que tudo lhe corra bem,amiga Isabela!!!Força!!!

    Jocas gordas
    Lena

    ResponderEliminar
  4. Interessante, gostei.
    O caparroto era um vinho produzido à pressão, tanto que a sua destilação era feita com pilhas, e daí vem o nome de caparroto, porque era tão forte por causa do acido das pilhas, que rompia as canecas, que eram de aluminio.
    A tua experiência de Natal tanto na Madeira como em Angola, devem ter sido muito interessantes ao contactares com diversas culturas gastronómicas e sociais.
    Beijinhos
    VÔ Ari

    ResponderEliminar
  5. Alegria, comida e bebida, união e Amizade :) Estão reunidos os ingredientes para celebrar o Natal e a Vida ..!

    Gostei :))
    Beijinho

    ResponderEliminar
  6. Olá Isabela!

    Estou em crer que o Natal nas aldeias será um Natal mais cristão, embora pense que tenham rituais muito próprios do pessoal indígena. O Natal dos colonos deve cheirar um bocado a europeu, como é lógico, embora também tenha as suas diferenças pois cada europeu levou para lá as suas próprias raízes. Mas, enfim, é Natal!
    Já quase passei o Natal lá na praia da Ilha de Luanda. Foi por 2 dias. Era engraçado, a tomar banho de mar no Natal.
    Quanto ao "caporroto", isso é qualquer coisa entre a pólvora e a gasolina! Coitadinhos daqueles fígados e não só. Sempre lhes dá uns momentos de "alucinações" e lhes faz esquecer a miséria em que vivem!

    Posto isto, Força e um Santo Natal!

    João Celorico

    ResponderEliminar
  7. Isabela,
    Os nossos antepassados tiveram essa habilidade de espalhar a nossa cultura em regiões tão longínquas...
    Bom Natal
    Beijinho

    ResponderEliminar
  8. fernando presidente do mc mangualde18 de dezembro de 2009 às 13:30

    o natal é uma epoca injusta,morre o peru e a missa é do galo.oh princesa que num destes natais recebas a prenda mais desejada

    ResponderEliminar
  9. O Natal em Angola, Luanda, é um Natal diferente. Sem frio, sem neve. Mas é (era) um Natal vivido com grande religiosidade e sem o desenfreado consumismo que temos cá.
    Um abraço e bom fim de semana

    ResponderEliminar
  10. Isabela, gostei muito do seu texto. Por duas razões: está bem escrito e, sem me aperceber, pegou em mim e, num ápice, levou-me a África! Mais concretamente, a Benguela -a cidade das acácias rubras.

    Estávamos no início dos anos 70. Acabada de chegar de Lisboa, tinha aterrado nessa belíssima terra que, com o tempo, viria a descobrir se tornaria inesquecível. Por tudo e por ser deslumbrante: tinha o batuque africano, o cheiro de África, a dimensão a perder de vista de África, o feitiço e a beleza africana.

    Era véspera de Natal, depois de um jantar em família como o clima era ameno, convidativo a passear e não tinhamos ainda feito amizades, decidimos, eu e o meu marido, ir com as crianças à Praia Morena. Estávamos felizes porque estávamos juntos mas, confesso,havia uma certa nostalgia; não sentia que estavamos a viver o Natal! Faltava-nos o frio, a família, os amigos, e o clima natalício próprio de Portugal.
    Estava uma espectacular noite de luar e, pisando as areias macias da praia ouviamos, em fundo, a cadência das ondas calmas. O cenário era lindo, só que não "falava" do nosso Natal.

    Sentámo-nos debaixo de uma palmeira e, entretidos a olhar o magnífico céu estrelado por gordas e luminosas estrelas, inesperadamente, um risco imenso e luminoso cortou o céu em várias direcções. Ficámos de boca aberta até que o meu filho Pedro (hoje vive em Luanda) disse: Mãe, olha o Menino Jesus a dizer-nos adeus. A partir dali o Natal entrou no nosso coração com a intensidade habitual da quadra festiva.

    Obrigada Isabel por me ter dado a oportunidade de recordar. Feliz Natal. Feliz 2010.

    ResponderEliminar
  11. Com os votos de Santo e Feliz Natal, aqui deixo um poema de Fausto José.

    Se Jesus Cristo voltasse
    Nesta noite de Natal,
    - Não o Menino entre as palhas
    Mas Homem-Deus verdadeiro,
    O sangue a tingir-lhe a face,
    Nos pés, nas mãos o sinal
    Dos cravos com que o prenderam
    Ao calvário dum madeiro -,
    Nesta noite escura e fria,
    A quem Jesus buscaria?...

    João Celorico

    ResponderEliminar