quinta-feira, 29 de abril de 2010

ESTE MÊS, VAMOS AO MUSEU?


Quem nunca foi a um museu? Há sempre um perto de si: seja numa cidade, numa vila ou numa aldeia. Por isso, este mês, não há desculpas para não comemorar o Dia Internacional dos Museus. Daí, a Blogagem de Maio tem como tema: “Este mês, vamos ao Museu? No entanto, o blog da Aldeia lembrou-se introduzir outra vertente: não só divulgarmos os museus como também os monumentos. Assim, caros amigos, podem entrar, por favor, neste grande museu da Aldeia e deixar os vossos testemunhos sobre os vossos monumentos, museus e locais culturais portugueses, e claro, internacionais. Esperamos que salientem sobretudo os ícones nacionais ou feitos pelo povo luso lá fora. Se eu tivesse de escrever sobre algum, a minha escolha seria difícil. Em Portugal, destacaria com concerteza: a Torre de Belém ou o Castelo S. Jorge (Lisboa) como monumentos e o Museu dos Descobrimentos (Belmonte); e no Mundo: Cristo Redentor (Brasil) e Fortificação de Mascate (Oman). . Como vêem, tantos sítios magníficos podem ser aqui retratados e evidenciados. Vamos a isso!

Nota importante: Para esta celebração cultural, vamos então escrever um texto com um máximo de 25 linhas, uma foto, o link do blog e o título, a enviar até ao dia 8 de Maio, para aminhaldeia@sapo.pt!

Entretanto, começou ontem a votação da Blogagem de Abril! Aguardam-se surpresas… Comentem e Votem!



terça-feira, 20 de abril de 2010

«SEMANA DE PÁSCOA DA MINHA ALDEIA»


Costumes e tradições não ficam alheios ao Tempo. As gerações humanas, na sua ‘evolução’ social, económica e cultural tendem a abandonar uns e outras, para implantarem os seus modernismos. É, foi assim, ao longo dos séculos. De quando em vez, por nostalgia ou cultura de preservação, lá vão aparecendo grupos a recuperarem o passado artístico, cultural, etnográfico, e outros, rememorando os seus antepassados, ora familiares, ora regionais, nacionais e pátrios.

As memórias da semana de Páscoa de Longroiva – a minha aldeia -, ainda denominada Vila de Santa Maria de Longroiva, no registo da Torre do Tombo, são as de um jovem, nas décadas de 60 e 70, do séc. XX. À época, a igreja católica, forte aliada da política do Governo, ainda determinava o pensamento e o comportamento da sociedade rural longroivense, maioritariamente analfabeta e iletrada.

Em geral, cada cidadão cumpria os preceitos religiosos, por crença e devoção: frequência dos actos litúrgicos; jejum de carne, durante a semana, especialmente nas Quinta e Sexta-Feira santas, com excepção dos que pagassem a bula – os de maiores posses (o pobre é sempre o desprotegido, até para a Santa Sé!); luto pela morte de Jesus Cristo.

Às minhas memórias aflora a figura de minha mãe. Vejo-a enlutada e de semblante triste. Saia, meias e sapatos, sempre pretos. Blusa e lenço da cabeça enramalhetados, em cinzento ou azul escuro – alívio de lutos familiares -, eram substituídos pelo preto. A casa, até ao meio-dia de Quinta-Feira, tinha que estar meticulosamente limpa: tarecos, louça, vidros, adornos, mobiliário, tudo desempoeirado e lavado; soalho esfregado com sabão azul, a preceito; paredes caiadas, do interior às de fora; terreiro mondado de ervas daninhas e muros forrados, coloridos e perfumados com ramos de escramboeiro; caminhos e ruas, em redor das casas, varridos e ervas desplantadas – as visitas e a comitiva da visita pascal hauria o cheiro a limpeza e perfume campestre. Quinta e Sexta-Feira eram dois dias de consternação, respeito e luto pela crucificação de Cristo. Minha mãe, entre os meio-dia de Quinta e Sexta, não mexia uma palha: cozinhava antes e apenas aquecia as refeições, e o pente alisava, só, as cãs alvas; as crianças eram proibidas de fazer barulho, nas suas brincadeiras; os terrenos cultivados ficavam de enxada e arado; a aldeia ficava paralisada no tempo e as gentes caminhavam absortas e em silêncio sepulcral. Nada era ábsono da vivência pascal-

Na tarde de Sábado, os jovens iam a casa dos padrinhos de baptismo recolher o folar. Essa prenda da minha madrinha Antonieta, sempre foi um bolo mais saboroso do que os de minha mãe, ainda que tivesse menos ovos. Cada fatia de folar, tão amarela como as gemas de ovo, era acompanhada de um farto pedaço de queijo de ovelha – da Serra – caseiro. A dúzia de folares que minha mãe cozia no forno público, a lenha de giesta e carrasco, durava umas semanas. O Domingo de Páscoa aspergia alegria nos corações das gentes. O povo inteiro assistia à Missa Dominical, com excepção de poucos, que se contavam pelos dedos: Lurdes, Eva, Casimiro, João, Manuel, são os nomes que ainda me lembro. Segunda-Feira era um dia de folga e descanso, para retempero das almas. Homens na Praça, mulheres no Tesinho, jogavam a tradicional e ancestral péla.

Escrito por Urbelino Ferreira
 
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domingo, 18 de abril de 2010

O FOLAR DA AVÓ ANA


Da Páscoa da minha infância, na aldeia, de onde saí muito cedo, guardo apenas vagas recordações. Resumem-se a lembranças que envolvem actos religiosos e em que as crianças aproveitavam a pausa escolar para correr pelos campos e desfrutar dos primeiros sinais da Primavera.

Foi já na capital, onde vivi a minha adolescência, que me familiarizei com alguns costumes usuais da quadra e que até ali pouco me diziam ou simplesmente desconhecia, como seja por exemplo a tradição da oferta das amêndoas aos afilhados.

No 2º andar do prédio onde eu habitava, morava uma senhora alentejana, de Ferreira do Alentejo, com duas netas mais novas do que eu, que ao primeiro contacto, me adoptaram e com quem passei excelentes momentos.

A avó Ana era daquelas senhoras, tipicamente alentejanas, que tinha sempre a porta aberta e mais um lugar à mesa e a quem todos recorriam e nos fazia sentir parte da família.

Ainda hoje recordo, com emoção, a primeira vez que a vi colocar sobre a enorme mesa que mantinha sempre aberta na marquise, um tabuleiro contendo 3 douradinhos folares, cada um com seu ovo “semi-escondido”, acabadinhos de sair do forno, um dos quais se destinava à neta emprestada … EU!

O ritual repetiu-se durante alguns anos, tornando-se tão banal que só muito tempo depois, quando a “avó Ana” já não estava entre nós, nos apercebemos, com tristeza, que nenhuma das netas, incluindo eu, aprendera a fazer a receita.

Escrito por Pascoalita,
 
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A PÁSCOA DA MINHA INFÂNCIA


Nos tempos da minha infância, lá pelos longínquos anos 50, as modas e costumes do período quaresmal eram muito diferentes dos dias atuais. Dias de seriedade, tardes melancólicas, normalmente cinzentas, pesadas. Na Sexta-Feira Santa, havia um respeito e uma tristeza no ar, como se o tempo estivesse parado e todo o sofrimento do Senhor esparramado sobre a humanidade silenciosa. No rádio, somente músicas sacras, clássicas e fúnebres. Sim, fúnebres, pois era assim que elas soavam aos ouvidos das crianças. Morávamos no Rio de Janeiro, na época, capital do Brasil, cidade grande, alegre e agitada, mas naqueles tempos idos, havia um grande respeito pelas coisas de Deus, e respeitar a Sexta-Feira Santa era a regra máxima dos Homens. Contava meu pai, que no seu tempo de jovem, já no Brasil ( pois aqui chegou aos 11 anos em 1913, vindo da sua pequenina aldeia portuguêsa, aquele cantinho remoto das montanhas, lá no Enxertado) as coisas eram muito mais sérias. Até o sino que existia no bonde era amarrado, para que não tocasse à tôa, tão grande era o respeito ao dia santificado dos cristãos. Ah, mas existia o Domingo de Páscoa, para quebrar o jejum de alimento e alegria !

As crianças esperavam ansiosamente pelos ovos de chocolate, presente que não podia faltar naquela data festiva.

Seguindo uma tradição, talvez portuguesa, os padrinhos eram os responsáveis por presentear com a guloseima tão esperada.

E quanto mais "rico" fossem os padrinhos, maior seria o ovo recebido ! Ora, na minha família, também seguindo antigas tradições, eu como filha mais velha, tinha como padrinhos meus avós maternos - o ramo da família vindo da região de Aveiro. Meu avô, como ele sempre dizia, não era rico nem pobre e sim, remediado. Assim sendo, meu ovo de Páscoa era pequeno e discreto, também remediado.

Meus 3 irmãos tinham como padrinhos os tios, irmãos do meu pai, mesmo porque minha mãe era filha única. E esses tios eram mais abonados. Portanto, meus irmãos ganhavam ovos bem maiores do que os meus... Como uma criança lida com esses apelos mundanos ? Confesso que não era fácil para mim, mas o carinho e cuidado que eu tinha para com meus avós velhinhos e que me amavam muito, fazia com que eu superasse o "trauma do ovo pequeno", e festejasse a Páscoa com a alegria pura e ingênua de um tempo em que o Ser era mais importante do que o Ter. FOTO: Reunião de domingo na casa dos meus avós, Vovó Olívia, quieta e com ar tristonho; Vovô Adelino, forte e seguro; minha mãe Maria, simpática e risonha; eu, sorrindo feliz; minha irmã Nelia, quietinha e comportada.

Escrito por Flora Maria, do blog Flora da Serra - Raízes da Mantiqueira
 
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sexta-feira, 16 de abril de 2010

É DOMINGO DE PÁSCOA!


É domingo de Páscoa!

Pela manhã, muito cedinho , alguns dos elementos da minha família alargada saem com os seus carros carregadinhos das iguarias pascais rumo aos campos do meu Alentejo.

Os meus irmãos pescam nas suas horas livres e, por isso, conhecem todos os belos recantos junto a rios, ribeiros e barragens. O local do piquenique é pois escolhido por eles.
Chegados ao campo é necessário escolher mesas ou local para as colocar e aguardar a chegada do resto da tribo. Essa vai chegando ao longo da manhã e acrescentando acepipes aos que já estão na mesa. E ,claro, vai-se pesticando e matando saudades…que a tribo anda espalhada pelo país e o mundo, mas tenta regressar para o delicioso piquenique Pascal.
Os mais novos ensaiam as primeiras “voltinhas” de bicicleta ou triciclo… e exploram o local gozando a liberdade de correr e saltar pelo campo sem os habituais constrangimentos.

Está a chegar a hora de fazer a caminhada de reconhecimento …lá vamos pela planície a admirar a beleza dos campos alentejanos quando a Primavera traz os primeiros calores que fazem crescer flores de todas as cores e carregam as árvores de folhinhas verdes tenrinhas.
De vez em quando faz-se uma pausa para escutar a Natureza e não se resiste a tentar captar aqueles momentos únicos. E lá vamos nós à procura do melhor ângulo para perpetuar a beleza que nos rodeia.
De regresso ao “acampamento” já nos espera o ensopado de borrego que cada núcleo da numerosa tribo preparou no dia anterior. Procede-se à prova de ensopado de todas as panelas, como se de um concurso se tratasse… depois ainda há os grelhados, os doces … e claro muito convívio entre todos.

E assim o dia vai-se escoando, o sol começa a descer no horizonte, as cores avermelhadas do fim de tarde, associadas a uma aragem fresca, anunciam o fim do piquenique Pascal.
É hora de desmontar “o circo”, fazer as despedidas e esperar pelo próximo ano. Por agora fica-nos a memória e as fotos que a perpetuam…


Escrito por Alcinda Leal, do blog A Soma dos Dias

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A PÁSCOA NA MINHA ALDEIA

 
No domingo que antecede a Páscoa é o Domingo de Ramos, celebra-se uma missa com a bênção dos ramos, Na minha vila há uma procissão da igreja da Misericórdia no pombal até à igreja Matriz, esta é acompanhada pela Banda Filarmónica Goiense.
Durante a semana fazem-se algumas cerimónias tais como: a última Ceia de Jesus com os Apóstolos, na quinta-feira, e na sexta, há a procissão do Senhor dos passos que dá a volta à vila e a adoração da Cruz. No sábado à noite há a missa da Ressurreição.

Chegou o domingo de Páscoa! Na minha aldeia no Domingo de Páscoa, todas as pessoas se levantam cedo, fazem alguns bolos como: pão-de-ló, algumas sobremesas como: aletria, arroz doce e filhós, deitam o cabrito ao forno com as batatas assadas e preparam a mesa da sala com uma toalha branca e sobre ela colocam os pratos talheres e copos. Vão à missa com a sua roupa nova. Quando regressam já o cabrito está pronto, a mesa posta, é só reunir a família e ir para a mesa. Depois do almoço toca a preparar a mesa com toalhas de renda ou linho bordadas à mão. “Põe-se a mesa para o padre”. Pão-de-ló, amêndoas, filhós, queijo fresco e vinho, para tudo estar pronto para receber a compasso.

À tarde, esperamos em nossa casa ou junto à primeira casa que vai ser visitada pelo senhor padre e os seus ajudantes, que percorrem todas as casas para beijar a Cruz (o chamado compasso). Para anunciarem que estão a chegar à aldeia as crianças tocam o sino da capela.

As portas das casas estão enfeitadas com ramos de alecrim e Loureiro nas portas e paredes, tapetes de alecrim e louro folhas de camélias para o Sr. Padre saber que ali se entra. No compasso vai o Sr. Padre e um grupo de crianças e adultos. Uma pessoa leva um crucifixo florido, outra leva a água benta, outra leva a sineta e outra vai com um saco para meter o dinheiro, Todos a cantar a canção: “Jesus ressuscitou (…)!

O Sr. Padre entra e com água benta, benze a casa dizendo “hoje é o dia em que o Sr. Ressuscitou aleluia, aleluia, aleluia”. Cumprimenta os donos da casa e família directa. A pessoa que leva a cruz eleva-a à família e aos presentes para todos darem um beijinho no Jesus.

Um dos ajudantes recolhe o dinheiro para o saco, outros as amêndoas, que no final distribui pelas criancinhas. Em seguida, vamos também para a casa dos vizinhos e familiares beijar o Jesus. Depois, na última casa os donos dessa casa oferecem o lanche a todos. Na minha aldeia é quase sempre em casa da Beatriz, que a todos brinda com as suas iguarias. O dia termina com confraternização com as pessoas juntas a festejar a ressurreição do senhor.

No Domingo de Pascoa também se dá o folar aos afilhados, na minha aldeia os afilhados oferecem aos padrinhos o ramo que foi benzido Domingo de Ramos, e os padrinhos dão aos afilhados, roupa de vestir, ou para o enxoval, dinheiro e o chamado folar (bolo doce com um ovo).

E é assim a pascoa na minha aldeia.

Escrito por Eugénia Santa Cruz, do blog Cortecega - Notícias da minha Terra
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quarta-feira, 14 de abril de 2010

MINHA ALDEIA... MINHA JARAGUÁ DO SUL…

A Páscoa para nós é vida... Ressurreição... Uma nova vida… Transformação espiritual... Alegria!

A Páscoa é uma festa cristã que celebra a ressurreição de Jesus Cristo. Depois de morrer na cruz, seu corpo foi colocado em um sepulcro, onde ali permaneceu, até sua ressurreição, quando seu espírito e seu corpo foram reunificados. É o dia santo mais importante da religião cristã, quando as pessoas vão às igrejas e participam de cerimônias religiosas.

A História do coelhinho da Páscoa e os ovos

A figura do COELHO está simbolicamente relacionada à esta data comemorativa, pois este animal representa a fertilidade. O coelho se reproduz rapidamente e em grandes quantidades. Entre os povos da antiguidade, a fertilidade era sinônimo de preservação da espécie e melhores condições de vida, numa época onde o índice de mortalidade era altíssimo. No Egito Antigo, por exemplo, o coelho representava o nascimento e a esperança de novas vidas

E o coelho?

A tradição do coelho da Páscoa foi trazida à América por imigrantes alemães em meados de 1700. O coelhinho visitava as crianças, escondendo os ovos coloridos que elas teriam de encontrar na manhã de Páscoa.

Uma outra lenda conta que uma mulher pobre coloriu alguns ovos e os escondeu em um ninho para dá-los a seus filhos como presente de Páscoa. Quando as crianças descobriram o ninho, um grande coelho passou correndo. Espalhou-se então a história de que o coelho é que trouxe os ovos. A mais pura verdade, alguém duvida?

Chega o século XX, e os bombons e os ovos de Páscoa são criados, como mais uma forma de estabelecer de vez o consumo do chocolate no mundo inteiro. É tradicionalmente um presente recheado de significados

A Verdadeira Páscoa é a vida nova dentro de nós. É o momento da confraternização entre família. Onde o perdão existe dentro de cada um… Renascer para a nova vida… É celebrado também a Paixão de Cristo e a sua Ressurreição.

Feliz Páscoa a todos!

Escrito por Sandra Andrade, do blog Interação de Amigos

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A PÁSCOA NUMA ALDEIA TRANSMONTANA

CALVÁRIO NA ALDEIA DE SAPIÃOS, concelho de Boticas

Segundo a tradição Cristã, na Semana Santa, os fiéis costumam recordar a Via Sacra de Jesus Cristo, numa espécie de solidariedade com ele pelo sofrimento que teve, para benefício espiritual e material da Humanidade.

A fé, a devoção e o reconhecimento foram publicamente manifestadas neste monumento que se prolonga desde a Igreja Paroquial até aqui, e este percurso é feito a pé, cantando e rezando junto de cada cruz, utilizando textos (bíblicos e populares) alusivos à Paixão. Os cânticos são uma mensagem sentida que mexe com a sensibilidade mais profunda dos participantes. Destacamos o “Bendito da Paixão”, que faz parte de uma recolha nacional de música etnográfica portuguesa feita pelo musicólogo e advogado Dr. José Alberto Sardinha, estando publicado no CD/Portugal Raízes Musicais (Trás-os-Montes), editado em15 de Fevereiro de 1997 pelo Jornal de Notícias do Porto.

No Domingo de Páscoa, celebra-se a Ressurreição e dá-se testemunho da mesma, visitando todas as famílias da comunidade, iniciando-se a saudação com a palavra Aleluia, Aleluia, Aleluia – o Senhor ressuscitou !... Boas festas… e os visitados repetem: Aleluia; beijam a Cruz adornada com flores, trocam-se umas breves palavras de amizade familiar e os donos da casa oferecem folar, pão-de-ló e vinho fino (Porto). Geralmente, não aceitam com receio de toldar o equilíbrio dos bebedores…

E, de porta em porta, ao som do tilintar da campainha, o Compasso presidido pelo Pároco, vai levando uma mensagem de amor, de solidariedade, de festa e de convívio fraterno.

Ao almoço, come-se o tradicional cordeiro ou cabrito, seguindo-se as recomendações narradas no livro bíblico «Êxodo», que relata a libertação do Povo Judaico do domínio dos Egípcios, - passagem da escravatura à liberdade =Páscoa.

Desejamos boa Páscoa a todas as Famílias e a paz e felicidade, subjacentes a este acontecimento, aos que, na celebração deste aniversário 2010, estão a sentir, na carne, as dificuldades económicas e desilusões que milhões de portugueses.

Escrito por Artur Monteiro do Couto, do blog Beleza Serrana

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segunda-feira, 12 de abril de 2010

PÁSCOA: UMA COMUNHÃO FAMILIAR

(Imagem retirada da Internet)
*
Lembro-me de ser pequena e de ir assistir com meus pais e irmão, às procissões, às vigílias e às representações teatrais que faziam na Semana Santa e na Sexta-feira Santa. Meus pais seguiam esta quadra pascal ao pormenor. O meu irmão e eu preferíamos o Natal, claro. Mesmo assim, no Domingo de Páscoa, íamos os quatro a missa e depois almoçávamos em família, a maioria das vezes em casa… outras em casa de familiares ou muito raramente em restaurantes. Depois, esperávamos a passagem do padre com a cruz. Mas na véspera, eu ajudava a minha mãe a aprontar tudo: mesa com uma toalha de linho branco, uma jarra de flores, laranjas, chocolates, amêndoas, o tradicional folar e alguns bolos fintos. O meu pai e o meu irmão tratavam de comprar e preparar o borrego.
Era mesmo uma época de comunhão familiar.

Na segunda-feira de Pascoela, a tradição era levantar pelas 9h00, tomar um bom pequeno-almoço e irmos dar um passeio: praia, campo, cidade… tanto fazia logo que tivéssemos juntos. Nos anos em que a vida corria melhor, íamos para mais longe de Aveiro, conhecer terras onde nunca tínhamos ido. Quando o ano não permitia, íamos até à Barra ou à Costa Nova. Comíamos um gelado se o sol e o calor estivessem presentes. Senão lanchávamos uns biscoitos caseiros de amêndoa e canela, feitos pela minha mãe.
Era uma Páscoa simples e bonita.

Hoje em dia, os meus pais ainda mantêm o costume da Semana Santa. Mas o dia de Páscoa, já é passado em minha casa ou na do meu irmão, onde juntamos a família toda, acrescida claro. Quem estiver, pernoita para na segunda-feira, saírem dois carros para um passeio divertido. Graças a Deus, somos todos unidos!

Escrito por Liliana Rito

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"A MINHA PÁSCOA DE...ONTEM"


Nos outros tempos pintávamos os ovos oportunamente esvaziados pela Beatriz, numa profusão de tintas pastel em pequenos recipientes. A mesa da cozinha, comprida e em madeira tosca, era coberta por um plástico grosso, sentavam-se os irmãos, os primos e os amigos que ao saberem-nos de férias na terra faziam, a partir das oito da manhã uma barulheira com o batente ou brincavam, até acordarmos, com as argolas de prender as montadas levantando-as e deixando-as cair em estrondo na pedra da entrada. Lembro-me da idêntica gritaria com que os acolhíamos numa saudade que a separação, desde o Natal passado, já tinha agudizado.

Os ovos pintados eram depois escondidos a coberto da vegetação, dependurados nas oliveiras, ou quase enterrados no sulco da terra que nesta altura ainda está húmida e cheirosa.
Domingo de Páscoa, após a Missa de Graças, as roupas de festa eram rapidamente despidas e arrumadas e em calça de ganga e alpergata partíamos à “caça ao tesouro” na tentativa de sermos o que mais ovos conseguia trazer, enquanto se ultimavam os preparativos para o almoço que reunia, igualmente toda a família.

A família é mais pequena agora.
Tantos são os que já partiram em viagem sem regresso a não ser o que a nossa lembrança permite, que quando olho para trás vejo muitos lugares à mesa postos... mas vazios.

Já não há oliveiras onde dependurar fios invisíveis com ovos coloridos e ninguém suja as unhas de terra num esconde-esconde propositado. Os ovos de caros que são, não se estragam em pinturas que levavam dias a secar. E as gemas e claras já não servem para os ovos moles ou delicias queimadas com que nos deleitávamos. Muito calórico, dizem.

Mas a família continua a gostar de se reunir a propósito de tudo e acima de tudo a propósito de nada. E é a esse ninho que regresso vezes sem conta, ainda que algumas vezes... em imaginação. Hoje, irmãos, irmãs, cunhados e cunhadas, filhos, sobrinhos, primos... uma outra mesa cheia, talvez não tão cheia é certo, mas sem lugares vazios.

Deixo-vos com as minhas memórias e com os votos de uma Santa Páscoa :)

Escrito por Catarina Price Galvão, do blog (Once)

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sábado, 10 de abril de 2010

PÁSCOA NA MINHA ALDEIA (que é uma grande cidade)



A Aldeia da minha vida é uma grande cidade, pois foi aqui que nasci. Mesmo assim, Lisboa não deixa de ser uma grande aldeia. Aqui reúne muitas pessoas vindas dos quatro cantos de Portugal, que vivem, trabalham e se cruzam com as suas aprendizagens. Todos vamos dando um pouco de nós ao vizinho, se bem que numa grande cidade, se torna mais difícil essa faculdade. Porém eu cresci num destes prédios que no meio da azáfama e da pressa constante, ainda tem pessoas com um P grande. Pessoas que se ajudam, falam, riem e viram os seus filhos crescer, agora em muitos casos os netos, e lhe transmitiram que é ser humano.

E ser humano é não ser egoísta. Virar a cara para o lado quando perto de nós alguém precisa. É não atropelar o colega pela promoção. Mas o meu pai é do Norte. Foi de lá que trouxe o respeito e a tradição. Muitas vezes passei a Páscoa em Celorico de Basto. Quando o compasso vinha de casa em casa e se punham as mais alvas toalhas de linho, para receber Jesus. E o senhor padre e ajudantes, pois claro, tinham sempre um copinho de licor, bolos e folar. Feitos com amor para quebrar a fadiga. Nós crianças na altura, corríamos atrás, felizes. Hoje em muitas aldeias ainda há o costume, como o de matar o porco, fazendo a bola... Ai que saudades! O folar e tanta coisa boa. Os padrinhos e madrinhas ainda presenteiam os afilhados com amêndoas ou ovos de chocolate. Quando uma nota lhes aparece na mão, por pequeno valor que tenha é uma festa.

Aqui, ficamos pela missa... quem lá vai. É a tal pressa, que faz as pessoas esquecerem até O Homem, que deu a vida por nós na cruz. Talvez porque a sua vida diária numa cidade grande, que não passa de aldeia, é uma cruz enorme.

Mas eu, continuo a gostar tanto da Páscoa como do Natal. Há um formigueiro que me invade. Lembro o tempo em que a música que se ouvia, era não mais que solene, na sexta-feira santa. Mas, hoje tudo é diferente. Contudo a mesa enche-se com a família. Fazem-se doces e assa-se o cabrito. Em harmonia, louva-se Jesus Cristo!

Escrito por Sindarin, do blog Floresta de Lórien ou do blog Florescer do Sonho

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A PÁSCOA DA AZORIANA


Não! Desta vez, não vou rimar a Páscoa da luz com as trevas da Quaresma. Desta vez, apetece-me contar linhas de lembranças de outras eras muito mais pacatas do que as de agora…

Era uma vez… uma menina de estatura avantajada para a idade, cabelos tapados por uma espécie de mitra, um vestido tipo túnica bordada que mais parecia o traje de um pároco, e … umas “asinhas”, tal qual as dos anjos, presas com uma fita que ficava escondida debaixo da tal veste própria de um “anjinho da Quaresma”, que também levava na mão uma das ferramentas do Calvário de Jesus. Nessa Procissão da Senhora da Soledade e do Cristo Flagelado, não lembro, ao certo, se levei sempre a escada, ou o martelo, ou outra ferramenta feita ao tamanho da idade infantil, mas que, para mim, não era sacrifício nenhum, não era não!

E porquê? Aqui, entra a parte melhor: a minha Páscoa. Imagine-se, depois de percorridos os quadros da Via-Sacra, incorporados nas paredes das casas ou nos muros da freguesia natal, com aquele traje simbólico penitente, regressar ao ponto de partida e subir os degraus do actual Santuário Mariano, para entrar com algum cansaço da missão cumprida e receber das mãos de quem estava preparado para entregar um cartucho (uma espécie de funil feito de papel) com amêndoas e os “confeitos” (doce específico da ilha) com um naco de funcho para o paladar nos elevar o pensamento à beleza da nossa terra, onde as sementes são colocadas, aqui e ali, pelos pássaros que sobrevoam, alegres e pacíficos, as freguesias (o mesmo que aldeias) onde residem corações palpitantes de euforia por um pedaço de folar acabadinho de sair do forno de lenha…
O meu martírio de toda a vida foi não me ser aconselhado comer estes belos pedaços de massa doce, com nome típico para cada festividade, que, neste caso, sendo confeccionado nas proximidades da Páscoa, faziam as delícias dos mais novos e dos mais velhos, conhecedores da arte culinária de excelência, abundância e premiada com os açucares dos deuses. E Jesus ressuscitava ao 3º Dia, e aí sim, era a Festa da Luz… E as crianças eram as primeiras a serem premiadas.

Hoje, queria ser aquele “anjinho” puro e bem trajado, obediente… Hoje, a «Páscoa da minha Aldeia» está distante geográfica e religiosamente. Revejo-a no olhar dos meus filhos e no pedido original: “Mãe, trouxeste amêndoas?”. Ah, já não me pedem confeitos? Nem sequer bolo dos meus anos…

Escrito por Rosa Silva, "Azoriana"
 
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sexta-feira, 9 de abril de 2010

AGENDA DA BLOGAGEM DE ABRIL


A partir de amanhã, a Aldeia inicia a sua viagem pascal pelos quatro cantos do País. Todos os amigos deste blog quiseram ajudar-nos nessa jornada. Partimos, então, juntos, nesta quadra, indo de porta em porta, recebendo demonstrações de afecto e trocando experiências culturais e memórias de outrora. Feliz Páscoa!

10 de Abril
Rosa Silva
Sindarin

12 de Abril
Catarina Price Galvão
Liliana Rito

14 de Abril
Artur Monteiro do Couto
Sandra Andrade

16 de Abril
Eugénia Santa Cruz
Alcinda Leal
.
18 de Abril
Flora Maria
Pascoalita

20 de Abril
Urbelino Ferreira

Desejos de uma Páscoa Feliz!!!

Nota Importante:
Tenham a amabilidade de colocar o Selo da Blogagem de Abril nos vossos blogues com o respectivo link da Aldeia. Assim, os vossos amigos poderão ver e comentar. Além da votação de 28 a 30 de Abril, a quantidade e qualidade de comentários também contam para a eleição do Melhor Texto. Não hesite, Comente!

quinta-feira, 1 de abril de 2010

PARABÉNS AOS VENCEDORES DA BLOGAGEM DE MARÇO

E terminou o mês de Março... Os nossos pais só podem sentir orgulho e emoção ao ter lido estes magníficos relatos sobre as suas terras. A Blogagem de Março permitiu-nos observar cantinhos paternos de Portugal e do Mundo. Todos escreveram com o espírito e coração, comovendo intensamente a Aldeia. As descrições das raízes e memórias dos nossos pais deixaram saudades em nós. Com os sentimentos à flor da pele, vamos aos tão aguardados comunicados:

Desta vez, foi difícil. Ninguém desempatava. O júri estava dividido e tomou uma decisão inédita. Impressionado, pronunciou-se.

Os/As vencedores/as do Prémio de Melhor Bloguista são:

João Celorico, do blog Salvaterra e Eu

e

Sandra Andrade, do blog Interação de Amigos

Estes meninos estão sempre presentes, acompanhando as blogagens, os participantes, visitando amigos e bloguistas… Enfim, mantêm vivo o espírito da Blogosfera. Com poemas ou opiniões vincadas e sinceras, ele traz entusiasmo e espalha gargalhadas. Com comentários longos e sentidos, ela distribui abraços puros, selos amigos e palavras de carinho. A engraçada surpresa que temos para eles é:. um bonito lenço clássico para cada um.

Agora, cá vamos ao vencedor do Prémio de Melhor Comentário. Quem escreveu este comentário?

Flora
De todas as coisas,textos,poesias,mensagens que leio na internet,os que mais me chamam atenção são de descendentes de portugueses.São pessoas que falam com o coração,do amor ao próximo,do amor à família,do apêgo pelo país,enfim de tudo ao que se refere ao sentimentalismo. Vc é uma descendente de portuguêses e eu sou neta. Pessoas com um sentimento tão puro...seu texto me fez lembrar a aldeia que um dia ao visitar Portugal,minha irmã mais velha nos disse:casinhas simples ,feitas de tijolos iguais aos da foto que vc se referiu. Imagino a alegria do seu pai ao retornar ao país de sua origem,depois de tanto tempo,emoções vividas tão intensamente..fico imaginando a alegria dele,amiga Flora. Parabéns por descrever com tanta emoção essa passagem da vida do seu pai,que muito me emocionou...
Beijos carinhosos...
Sonia Novaes (no texto da bloguista Flora Maria)
Foi: Sónia Novaes, do blog Cantos e Encantos

Esta menina do Brasil derreteu o coração do jurado. Deu A devida surpresa que lhe enviaremos é bem portuguesa: dois lençinhos de fábrico luso.

Agora o/a vencedor/a do Prémio de Melhor Texto com 85votos (60%) e 41 comentários! Falamos de:

Fernanda Ferreira, do blog Sempre Jovens

Esta menina é uma fiel representante da zona Norte do país, mais propriamente do Minho. Tem também uns amigos fabulosos que a acompanham sempre. A Aldeia agradece-lhes a todos a presença e participação, pois animam este blog, assim como todos os outros bloguistas que aderiram a esta blogagem, seja participando, comentando, visitando...
E para celebrar a sua 3ª vitória, temos como prémio: uma belissíma gravata!

P.S.: A Blogagem de Abril está prestes a começar. A Páscoa promete ser recheada ;)
P.S.: Todos os vencedores serão contactados individualmente por e-mail. Pedimos que nos enviem o nome completo e a morada para envio posterior do prémio.