sexta-feira, 30 de outubro de 2009

COM A MINHA FAMÍLIA, FUI A...

Este fim-de-semana, estive em................................................. SERNANCELHE!!!


É uma vila portuguesa do Distrito de Viseu, muito conhecida pela sua Castanha. Daí, terem-lhe dedicado uma Festa. Este evento realiza-se todos os anos, por esta altura. Por isso, no Outono de 2010, não podem perder. Estão desde já convidados!

Por enquanto, é só pegar na sua caneca e….



…servir-se neste pipo!




terça-feira, 27 de outubro de 2009

BLOGAGEM DE NOVEMBRO: O MEU MAGUSTO



Quem quer castanhas assadas? Quentes e boas, quem quer? Aproxime-se que elas estão gordinhas e quentinhas! Venha, oferecemos-lhe um cartuchinho. Elas são tão crocantes e apetitosas. Não gosta? Não faz mal, prove a jeropiga ou o vinho novo. Vamos brindar e conviver à volta da fogueira.
Estamos quase em Novembro, é o mês do Magusto com as suas tradições regionais. É permitido: cantar cantigas, brincar e enfarruscar-se nas cinzas. Sabia que a celebração não é feita só no dia 11 de Novembro, dia de São Martinho? Também se comemora no dia de São Simão (29/10) e no dia de Todos os Santos (dia 01/11). Mais, já reparou que costuma fazer sol e temperaturas amenas? Pois, é o chamado “Verão de São Martinho”. Reza a lenda que um soldado romano, de nome Martinho de Tours, ao andar a cavalo, passou por um mendigo quase nu. O magala parou, cortou a sua capa ao meio com a sua espada e enrolou-a à volta do pobre homem. O dia estava chuvoso, mas nesse preciso momento, deixou de chover e apareceu o Sol.

A Aldeia da Minha Vida também se junta à festa com mais uma blogagem colectiva. O tema é obviamente: O meu Magusto! Dê largas a sua imaginação: conte-nos como festeja, se gosta de castanhas ou apenas prova a jeropiga, se aconteceu um episódio engraçado ou marcante nesse dia…
Para se inspirar, deixamos-lhe uma curiosidade. O etnógrafo português, José Leite de Vasconcelos considerava o magusto como o vestígio de um antigo sacrifício em honra dos mortos e refere que em Barqueiros era tradição preparar, à meia-noite, uma mesa com castanhas para os mortos da família irem comer; ninguém mais tocava nas castanhas porque se dizia que estavam “babadas dos defuntos”. Leite de Vasconcelos tinha sentido de humor, não acham?
Antes de nos despedir e voltarmos na 2ª, recapitulamos as regras do jogo:

1º Passo: envie um texto com o máximo de 25 linhas e uma fotografia até dia 8 de Novembro, para o e-mail aminhaldeia@sapo.pt
2º Passo: a postagem dos textos permanece com o sistema por ordem de chegada e em pequenos grupos. Pois, verificamos uma maior visibilidade dos mesmos e uma leitura mais aprofundada.
3º Passo: não se esqueçam de manter vivo o espírito da blogagem, comentando. Pois, a quantidade e qualidade dos comentários contam. Daí, continuaremos sempre a prendar os nossos caros bloguistas com 3 prémios: melhor texto, melhor comentário e melhor bloguista; (serão anunciados dia 10)
4º e último Passo: Votar de 28 a 30 de Novembro.

Relembramos que a votação da Blogagem de Outubro "Na Minha Terra, come-se bem" está quase a começar. A partir de amanhã até dia 31, VOTE no seu texto predilecto! Quem virá até Viseu almoçar ou jantar? Se ainda não leu os textos, descubra-os aqui. Dia 03, anunciaremos os felizes contemplados.

Água-pé, castanhas e vinho faz-se uma boa festa no dia de São Martinho! Venha fazer a festa com a Aldeia!
***
Nota: Para vos inspirar, descubram o post que se segue. Vejam onde estivemos este fim-de-semana...

Ainda propósito de comer bem... vai um doce de castanha?


No Domingo passado decidimos ir passear, em família (eu, o meu marido, os meus filhotes e os meus sogros). Fomos empurrados pela vontade de saborear as primeiras castanhas, imaginem por "Terras do Demo", segundo Aquilino Ribeiro. O sol parecia um pouco traiçoeiro para viajar, mas decidiu sorrir para nós. Entre as Serras da Lapa e da Zebreira, a presença de castanheiros é uma constante e marca profundamente a paisagem natural da região. Mesmo ao longe e em viagem, é possível distinguir os seus ouriços. Embora um pouco envergonhados, conseguem dar um ar da sua graça, anunciando a quem lá passa, a chegada de S. Martinho, para breve.



Assim que chegámos à encantadora terra, sentimos logo o ambiente de festa, que prometia ser bem animada: já ao longe ouviam-se concertinas a anunciar bailarico e pairava pelo ar um cheirinho a castanha assada.


E não nos enganámos! Para quem adora castanha, a festa era um pequeno "paraíso". Havia castanhas para todos os gostos. No meu caso, que gosto de castanha crua, não podia deixar de experimentar a maior castanha da terra, que até ganhou o primeiro prémio. Mas para quem gosta dela transformada, sempre podia degustar uma mão cheia delas assada.



Para quem diz que não gosta (como o meu primogénito), mas que não se importa de comer doces, as senhoras da terra confeccionaram uma série de sobremesas diferentes, para entrar no concurso. Eram tantos que ele não sabia o que escolher...


Era mousse, doces de ovos, Bolos, pudins, bombons, entre outros, tudo com sabor a castanha.
E para quem gosta de um bom lanchinho, nada como barrar o pão com doce de castanha...

Ora digam lá se não dá água na boca!

Nesta festa, quem não podia faltar, era mesmo a Confraria da Castanha, a primeira no país desde 2006. Tem como principal objectivo preservar, divulgar e promover a castanha, assim como toda a cultura, a gastronomia e a tradição relacionada.

Acompanhada de uma "pinga" de jeropiga directamente do pipo, de música tradicional e de uma boa conversa com os amigos, a festa não podia ser melhor!
Pena não ter conseguido arrancar nenhuma receita para partilhar convosco...parece que vai ficar no segredo dos deuses...quem sabe numa próxima!


AH! Já me esquecia! Conseguem adivinhar onde fui, com a minha família? Quem é o primeiro?

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

VITELA À LAFÕES À MODA DA MINHA MÃE (2ª parte)

(imagem retirada da Internet)

Esta não é a maneira correcta de fazer este prato típico da minha terra, mas tenho que dizer que é a mais saborosa de todas, pelo menos para mim!
A minha Mãe começa por estufar a vitela, mas tem que ser um bom pedaço de carne, num tacho com muita cebola cortada às lascas, tomate e um fio de azeite, de preferência caseiro, pois é este que dá um sabor magnífico à carne, com sal q.b.
Entretanto, mete as batatas no forno para assar, sempre com muita cebola, pois ela diz que assim fica um molho mais grosso, e eu acredito nela claro!!!! É uma óptima cozinheira.
Quando a vitela já estiver mais ou menos estufada, ela retira-a do tacho e mete-a em cima das batatas no forno para poder ficar com cor. O molho que está no tacho é passado pela varinha mágica. Este é um passo muito importante para a receita.

No momento em que a carne está com aquela cor maravilhosa que nos diz que está pronta a ser comida, ela retira-a do forno, corta-a em fatias e coloca-a no tacho com o molho; deixa ferver para a carne ganhar um sabor que posso dizer, melhor afirmar que é dos Deuses, e também para não ficar “seca”. Depois de as batatas e a carne estarem prontas, aconselho um arroz seco para acompanhar!

Deixe que vos diga que este é um manjar digno dos Deuses, pois deliciamo-nos com esta vitela à Lafões, alterada com os truques especiais da minha Mãe…

Escrito por Susana Amaro, do blogue Aldeia da Minha Vida.

P.S: este texto foi apenas postado num âmbito de camaradagem. Não entra no concurso da Blogagem, por isso não se encontra em votação.

NAS NOSSAS TERRAS, TAMBÉM SE COME BEM (1ª parte)

Hum, que delícia! Tantos pratos, petiscos e restaurantes! Um dia, convidaremos todos para uma jantarada na Aldeia. Que tal?
Entretanto, no espírito desta Blogagem e para satisfazer a curiosidade dos nossos leitores, as colaboradoras da Aldeia, a Susanita e eu decidimos mostrar-vos o quanto se come bem nas nossas terras.
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(imagem retirada da Internet)
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OS MEUS DESVANEIOS GASTRONÓMICOS

Como já tinha revelado há dias, não sou uma cozinheira de mão cheia. No entanto, adoro comer: bons dentinhos e óptimas pupilas gustativas. Matutei sobre o tema “Na minha terra, come-se bem”. Escolha difícil, terra natal, temos de pegar numa avioneta e voar até Paris. Começo por aqueles bichinhos lentíssimos, os “Escargots” (caracóis) de Paris, hummm…só gosto dos grandes, preparados com um molho verde, pela minha mãe. “Paté de Foie gras”, barrado em tostas, uma delícia, até como isso ao pequeno-almoço no Natal. Vejam lá o quanto eu sou chique. Eheheh! Sobremesa: Farófias! Adoro, mas de novo, só feitas pela minha mãe, que não usa maïzena na receita, nem doce de ovos por cima; faz uma espécie de creme inglês e por cima leva amêndoas laminadas. Sou capaz de comer isso como almoço.
Agora, regressando num calhambeque às minhas terras maternas e paternas: vamos da Beira (Viseu) ao Minho (Viana do Castelo). Em Viseu, tenho um petisco óptimo ao lanche: um pedaço de bolo de noz com queijo da Serra. Em Viana, adoro beber chocolate quente, aquele grosso e cremoso. Na cidade do Monte Santa Luzia, tenho dois restaurantes favoritos: o Darque Vila (Darque) mais ou menos acessível a todos os bolsos e o Camelo (Santa Marta de Portuzelo) onde se come bem, mas aí o rombo nas finanças é maior… Na cidade de Viriato, aprecio um restaurante típico e pequenino com um nome engraçado: “A Budêga”. Apesar de escondido numa viela, o estabelecimento é, a meu ver, um cantinho típico e especialista em grelhados e assados.
Bom, e agora vou fazer o jantar que já se faz tarde: Frango à Chucuca!

Escrito por Lena, do blogue da Aldeia da Minha Vida.

P.S: este texto foi apenas postado num âmbito de camaradagem. Não entra no concurso da Blogagem, por isso não se encontra em votação.

sábado, 24 de outubro de 2009

O MARAVILHOSO PARQUE DE JARAGUÁ DO SUL




Como temos um espaço somente de 25 linhas, para expressar o tema na "Minha Terra Como se Bem", vou falar um pouquinho de um dos nossos restaurantes, localizado dentro de um Parque maravilhoso, pelo qual, não vou citar nomes, para não gerar problemas e nem divulgação de marketing, mas que tem sabores maravilhosos na sua culinária.
Além desse restaurante, temos vários. Mas, não será possível de registrar. Então como temos que limitar, escolho este Parque aqui de minha Cidade de Jaraguá do Sul, SC, Brasil, até pelas suas belezas, que lá estão. Após um belo almoço, podemos fazer lindas caminhadas, para fazer uma excelente digestão, curtindo os cânticos dos pássaros e a beleza de suas paisagens e lago.

Localizado dentro do Parque, o restaurante trabalha com bufê de comida alemã. Entre os destaques, marreco recheado, joelho de porco (eisbein) cozido, à pururuca, com molho de vinho, ervas e cerveja.

Acompanha o bufê sete tipos de carne (aos domingos, são dez tipos), struddel, filés de frango e peixe, saladas e guarnições, que variam desde arroz e feijão ao tradicional spaetcil, macarrão caseiro alemão.
Sobremesas estão incluídas no bufê. Entre as bebidas, o restaurante serve cervejas premium nacionais e importadas, com uma ampla carta de cervejas alemãs.

A casa trabalha com chopes da Opa Bier, Eisenbahn Erdinger e Warsteiner, as duas últimas importadas da Alemanha. Junto ao Parque, o restaurante que também é da associação da Empresa, apresenta um cardápio de carnes, aves e frutos do mar. No almoço, serve bufê composto por dez pratos quentes, saladas, opções de cortes de carne, além de sobremesas.

Entre os destaques do restaurante estão os leitões assado, marreco recheado, eisbein (joelho de porco), além dos frutos do mar (peixes, camarão, mariscos, lulas e polvo).

Para beber, chopes da Zehn Bier, cervejas premium, sucos naturais, refrigerantes, coquetéis, caipirinhas, entre outros.

Escrito por Sandra Andrade, do blogue Interação de Amigos
(pode ver a versão completa e mais fotografias no respectivo blogue)
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Eu e as panelas

Comer por obrigação era um grande frete. Ter que comer aquelas coisas verdes esquisitas que chamavam de sopa, gramar o sabor da carne, com aqueles nervos que insistiam em prender-se nos dentes ou aquelas espinhas minúsculas das sardinhas, não era comigo, especialmente quando era obrigada pelas freiras do externato… Sempre que podia fugir à refeição consolava-me com o meu pãozinho com manteiga e não dispensava uma boa gulodice (e quem não fez em criança?). Lembro até de pensar que queria ser como os anjos, pois contavam que eles não precisavam de comer, como nós. Por isso quando fui para a escola, era a “Trinca espinhas “, com apenas 14 Kg.

No dia em que a minha madrinha veio a casa fazer uma demonstração com umas panelas italianas, a minha relação com a comida mudou. Não sei se foi por ser a minha madrinha, que eu adorava , mas o cheirinho do bifinho grelhado directamente na panela se entranhou em mim de uma forma inexplicável. O “clique” do apetite ficou activado. A minha satisfação em saborear o belo bife com arroz branco, cozido em pouca água, foi o suficiente para a minha mãe comprar as benditas panelas, bem caras por sinal… A partir desse dia, toda a comida que a minha mãe fazia com as panelinhas, era bem vinda e devorada, num abrir e fechar de olhos. Fosse um Botelho, um Esparguete com coelho e míscaros, uma boa feijoada à transmontana, um Bacalhau à Brás ou um bom borreguito estufado ou umas lulinhas recheadas com puré, bastava ter prato para comer. Agora as farinheiras…as morcelas, o cozido à portuguesa, os espargados, ou o arroz de cabidela tiveram que ter paciência e aguardar por melhores tempos…

Já no tempo de faculdade, o contacto com a panela mais pequena da minha mãe tornou-se mais profundo e  transformou-se num prazer, começando por inventar pratos malucos, que nem sempre corriam muito bem… Quando casei, a minha madrinha, que sabia bem a minha adoração por aquelas panelas, decidiu oferecer-me um conjunto , como prenda. Com o nascimento dos meus filhotes, tornou-se uma prioridade  transmitir-lhes o meu gosto pela comida. Tinha um medo que eles fossem como eu, em criança... Procurando criar ementas  variadas e ricas, porque comer bem não significa quantidade, mas qualidade e equilíbrio. Uma responsabilidade que se transformou num dilema, com o acumular e a sobreposição de vários papéis, a que uma mulher moderna se submete no dia-a-dia, com o trabalho, a casa, os filhos e o marido. Só com uma boa gestão de tarefas e uma boa dose de inspiração e vontade, é possível ir para a cozinha transformar e reinventar pratos. No meio disto tudo, o que me motiva é o facto de eles não terem pretensões de serem anjos... e quando me apanham bem disposta, sou capaz de fazer banquetes de família dignos de rei: ora vejam a minha ementa predilecta:
Sopa de azedas da Madeira; Lombo assado com arroz de passas e pinhão e puré de castanha; acompanhado do vinho do Porto do tio Eurico (e sumo de laranja natural para as crianças); sobremesa: Serradura.

São servidos?

Escrito por Joana , do Blogue Diário de Joana


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quinta-feira, 22 de outubro de 2009

"MEXILHÕES MACHOS"


Ao contrário do que se pensa, ainda há jovens que não trocam uma boa feijoada, ou um arroz de grelos malandrinho a fugir prá fonte, acompanhado de "jakinzinhos" fritos, por "pizza" ou outra "comida plástica", o que não significa que conheçam os ingredientes duma vulgar receita. Isso é tarefa de mães, avós, tias e irmãs mais velhas eheheh
Espevitada e abelhuda, algumas vezes caí nas "armadilhas" que o padrinho, um homem com sentido de humor e divertido de idade avançada mas sempre criança, estava sempre a engendrar.
Estávamos de férias em Sesimbra e fui incumbida de ir ao mercado comprar mexilhões, petisco que ele próprio fazia questão de preparar e com o qual eu me deliciava lambendo até os dedos. Ao sair, o maroto fez-me a recomendação que era hábito fazer em relação aos "crustáceos:
- Ó garota, lembra-te do que te ensinei. olha que os "machos" têm mais que comer e são mais gostosos!
Obediente, a Cusca Endiabrada que na altura era uma menina ingénua e bem intencionada (para anjinha só lhe faltavam as asas eheheh), correu a praça de um lado ao outro, à procura de mexilhões machos, olhando disfarçadamente em todas as bancas, mas estranhamente os moluscos pareciam todos iguais e quanto mais observava mais convencida ficava de que naquele dia, no mercado, só havia "mexilhões fêmeas"!!!
Sem se dar por vencida, nem querer passar por ignorante, apontou para aquilo que em termos anatómicos lhe pareceu ter forma masculina, pediu ao peixeiro 1 kg bem aviado e senhora de si chegou a casa com 1 saco de "canivetes" ahahah
Quando abriu o saco, ouviu-se uma sonora gargalhada, mas o padrinho não se atrapalhou, enfiou-se na cozinha e posso garantir que os "mexilhões machos" são de comer e chorar mais.
Confesso que continua a intrigar-me o facto dos moluscos serem todos fêmeas. Já repararam bem? eheheh

Escrito por Cusca Endiabrada.

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NA MINHA TERRA, COME-SE...


Preparando o almoço do Bodo da Festa de Nossa Senhora da Consolação
(Com a devida vénia, foto retirada de http://seraiana.blogs.sapo.pt/)

Claro que podia aqui falar de “Laburdo”, “Miolos com rins”, “Ensopado de borrego”, “Jantar da Matança”, “Chanfana” e outras iguarias.

Na minha terra come-se bem? Eu diria que nem bem, nem mal! Come-se!
Mas, posso dizer como se comia antigamente. Comia-se o que a terra dava, que era bem pouco. À base de pão, principalmente de trigo. Pão entrava (entra) em tudo! Nas “migas” de alho, de batata, de pão tostado ou no “gaspacho”. Os legumes, grão e feijão; poucos vegetais, couves e feijão “carrapato”; batatas e algum arroz.
Carne, só de ovino, caprino e porco. Umas “pitas”, quase só para ovos. Bovino, pouco, era só para trabalhar ou para dar leitinho. Cabrinhas, ovelhas e uns “bácoros” quase todos tinham.
Do Erges, bogas, bordalos e pouco mais, pequenos e fartos de espinhas.
Pão com, queijo, azeitonas, chouriço ou toucinho. Pratos cozinhados, à base de grão, feijão, batatas e cabrito, borrego ou porco.

Gulodices, para os “lambinos”, só em dias de festa. Nos outros dias, uma fatia de pão, molhada e barrada com açúcar, ou quente e pingada de azeite. Crianças, de peito, tinham chupetas feitas dum trapinho enrolado, molhado, e embebido em açúcar, para sossegar as rabugices.
Nas festas, “arroz doce”, artisticamente polvilhado com canela, fazendo cruzes ou desenhando as iniciais do artista e a “aletria”.
Alegrias da pequenada, eram o “coalho” e a espuma do leite, acabado de ordenhar, sujando só os “beiços” e fazendo-lhes uns “bigodes”!

Fruta, quase só melancia, melão, figos, laranjas, uvas, pêssegos (“malacatões”) e “marguedas” (romãs). Extras, “bolêtas”, cruas ou assadas e “figos tchumbos”, apanhados com tenaz, metidos em água, para amolecer os picos, cortados e pelados, com muitas grainhas, provocavam grandes dores de barriga e prisão de ventre a quem deles abusava.
E era com esta frugal alimentação que viviam as mulheres e homens que trabalhavam de sol a sol, abençoando a terra e causando a admiração de quem, hoje, tem mesa farta e variada! Bom apetite!!!

Escrito por João Celorico, do blogue Salvaterra no Coração (onde pode ver a versão completa do texto)

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terça-feira, 20 de outubro de 2009

DEBULHO DE SÁVEL



Com a chegada da Primavera, dá-se a aparição do SÁVEL. Desde tempos remotos que o sável se pesca nas águas do Rio Minho.

Em Cerveira, os homens pescavam o sável e as mulheres encarregavam-se de o vender, indo muitas das vezes de porta em porta vendê-lo às postas. Como na maioria das vezes os compradores só queriam as postas maiores, elas ficavam com as partes mais fracas do sável que eram a cabeça, o rabo, as ovas e as postas pequenas. Assim surgiu o saboroso Debulho de Sável.

Debulho:Preparação

O sável deve ser bem escamado e limpo. Em seguida, corta-se a cabeça e o deguladouro (posta junta à cabeça). Tiram-se as ovas e aproveita-se todo o sangue possível, com a ajuda de vinho verde tinto e um pouquinho de vinagre, o qual irá servir para a calda.

Cortam-se também, o rabo e as postas mais pequenas.
Temperam-se estas partes com sal, salsa, louro, pimenta, e cobre-se com vinho verde tinto. Deixa-se marinar durante umas horas. Reserva-se para fazer o arroz.
As restantes postas são cortadas muito fininhas para que não se sintam as espinhas após a fritura, preferencialmete feita em banha.
Num tacho, pica-se uma cebola grande e deita-se um pouco de azeite, vai ao lume e logo que a cebola esteja estalada, deita-se o debulho e a respectiva calda.

Cozido o peixe, retira-se para um recipiente ao lado ao qual se retiram todas as espinhas (tarefa árdua, mas essencial). À calda inicial, junta-se a água necessária para cozer o arroz. Assim que esteja cozido, junta-se o debulho e rectificam-se os temperos.

Servir malandrinho.
Acompanha-se com as postinhas do sável frito.

A gastronomia minhota é riquíssima, se tem dúvidas veja em Gastronomia outras receitas, e também mais aqui ou ainda aqui.

Se procura um restaurante de eleição leia este meu texto
Panorama Melgaço.

Fernanda Ferreira

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"GRELOS À POBRE"


Na tentativa de escrever sobre gastronomia da minha terra natal, na Beira interior, Concelho de Trancoso, subi ao sótão e remexi no baú das minhas recordações.
Mas para além do excelente pão (mistura de centeio e trigo) que a minha mãe cozia uma vez por semana, do rancho melhorado aos Domingos que quase sempre se traduzia num prato de arroz com feijão cujo agradável sabor ainda guardo na memória, das batatas cozidas com ovos ou bacalhau e da enorme terrina onde nunca faltava sardinha ou chicharro de escabeche, pouco mais há a dizer, a menos que contasse o episódio em que estando na aldeia de férias, me fechei na adega a comer pão com azeitonas e a certa altura tentando encher a enézima malga delas, mergulhei dentro da tina e quase morria afogada eheheh...
Mas a gastronomia beirã é muito rica e variada e bastante apreciada e, apesar das minhas curtas estadias, sempre que vou até lá delicio-me com os pratos da região, tanto em restaurantes durante a viagem, como os pratos preparados pela minha sogra, em Marialva, concelho de Mêda.
O cabrito assado em forno de lenha, o famoso coelho bravo na região da Mêda, o excelente queijo de ovelha de Celorico da Beira e arredores, o saboroso presunto, os enchidos, o requeijão feito com o soro que resta após a manufactura do queijo e os vinhos, são apenas alguns exemplos.Mas porque são as coisas mais simples que quase sempre nos dão mais prazer, uma das iguarias beirãs que mais aprecio e que aprendi a fazer já adulta, com o meu marido, são os "grelos à pobre", um prato que segundo dizem os mais velhos, constituía num passado não muito longínquo, a única refeição diária das famílias da aldeia. Servem-se acompanhados de farinheiro ou moiro cozidos e tostados na "sertã" e/ou torresmos.
Nota: A receita será anexada com a publicação do texto no meu Blogue.


Escrito por Pascoalita


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domingo, 18 de outubro de 2009

MANJARES DOS DEUSES


Come-se bem na minha terra…reflectindo sobre o assunto dei comigo a pensar em três terras. Pois é eu sou uma pessoa afortunada, tenho três terras …A minha terra natal, aquela onde nasci , o Alentejo da bela paleta de cores na Primavera e do amarelo que vem acompanhado das altas temperaturas que convidam a dietas frescas,no Verão. Mas, pelos meus dezoito anos, curso do magistério terminado e não conformada com o fim dos estudos, ainda que entusiasmada com o princípio de uma carreira profissional rumei ao Oeste, onde permaneço. Mas a vida vai-nos trazendo algumas benesses e eu tive a sorte de poder ter um porto de abrigo nos Açores, na ilha Graciosa. É um amor tardio mas dedicado: adoptámo-nos mutuamente…Assim, quando penso em boa comida tenho memórias gostosas destas três regiões do nosso querido Portugal.Do Alentejo trago ainda hoje na minha memória afectiva a bela açorda, bem condimentada com o sabor intenso e bom dos coentros e do ovo de galinhas caseiras, de gema bem amarelinha! Mas também não esqueço as migas com carne de porco frita ou a “vinagrada”, hoje mais conhecida por gaspacho ,uma sopa fria para comer no longo Verão Alentejano. Poderia também falar dos ensopados de borrego, ou dos jantarinhos de grão ou feijão com carne de porco ou de azeite, conforme as bolsas.Delicio-me com todos esses manjares no Armazém Central, restaurante do complexo mineiro do Lousal, no concelho de Grândola. Ancorei no Oeste, concelhos de Lourinhã e Torres Vedras, respectivamente, onde me fixei durante toda a minha vida activa.Trabalhei, estudei e banqueteei-me com os excelentes petiscos oestinos, do sarrabulho da senhora Jesuina, ao bacalhau com batatas a murro do Pão Saloio,às belas caldeiradas de Peniche . Há um sem número de petiscos de se lhe tirar o chapéu! Estou a lembrar-me do arroz e açorda de marisco da Ericeira, onde o mar é mais azul…Nos Açores posso desfrutar da beleza natural , da amenidade do clima e da boa gastronomia , com saborosos pratos de carne e peixe, dois produtos daí originários. E que dizer dos apetitosos queijos das ilhas?Quando chego à Graciosa, minha ilha encantada, vou à Folga comer o caldo à Pescador da D.Maria, feito com peixinho pescado no dia e ,mais uma vez, ervas aromáticas da ilha como o assaflor.Outro prato delicioso é a moreia frita. É colocada em vinha de alho e depois frita usando a farinha de milho. É um perfeito manjar dos Deuses! Feijão assado a acompanhar a morcela grelhada na brasa é outro dos saborosos pratos típicos. Este texto ficaria incompleto se não referisse os belos doces conventuais alentejanos , os pastéis de feijão de Torres Vedras, as queijadas da Graciosa e claro , os bons vinhos de todas estas regiões!
De resto come-se bem em todo o nosso país.


Escrito por Alcinda Leal, do blogue Soma dos Dias


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NAS BEIRAS, COME-SE BEM…


Comer bem é sem dúvida algo que nós por cá, beirões, podemos apregoar bem alto! De certo que quem conhece as beiras, não discordará pois sabe que aqui existe uma culinária tipicamente tradicional da gente do povo, desenvolvida com base nos produtos regionais caseiros, com tradição secular passada de geração em geração. São de salientar os enchidos, os queijos, o cabrito, o borrego e o porco.

Tendo em conta que o pastoreio é um dos principais meios de subsistência destas gentes sobressai a grande tradição dos pratos com base na carne de cabra e ovelha. Dos mais notáveis o cabrito na grelha, o cabrito estonado, sem esquecer o tão saboroso cabrito no forno à moda da minha terra, a famosa chanfana das Beiras, um prato típico que nunca falta na mesa das gentes beirãs em dia de comemoração festiva, um prato confeccionado com carne de cabra adulta, levada ao forno em caçarolas de barro preto, o forno que ainda é aquecido a lenha, onde a carne coze lentamente durante várias horas, o que lhes confere um sabor inigualável. Os tão famosos maranhos, prato típico muito apreciado. Ah e a afamada matança do porco (que é sempre tornada numa festa!), os tradicionais torresmos, que vêm com a matança do porco, iguaria que já raramente podemos ter o prazer de saborear na minha terra devido ao facto de já praticamente ninguém se dedicar a esta tarefa.

Claro que já terão percebido que na minha terra quem quiser comer bem ou menos bem terá de ser em casa de família ou amigos, porque restaurante é algo que não existe. Mas existe gente de bons costumes, hospitaleira e de grande carácter, que têm o condão de fazer amigos com muita facilidade, capaz de convidar para a sua casa e sentar à sua mesa qualquer viandante. Mas por momentos desviei-me do essencial, comer bem. E por falar de comer estou a lembrar-me daquele bolo de cebola cuja base é chouriço e cebola, e se adiciona carne, bacalhau ou sardinhas, conforme a disponibilidade. Bolo este que era regra obrigatória quando se cozia broa, actividade que era normalmente realizada uma vez por semana. Para quem não conhece, acreditem, é uma iguaria sem igual. Uma especialidade da minha terra, Carvalhal do Sapo.


Escrito por Acácio Moreira, do blogue Carvalhal do Sapo.


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sexta-feira, 16 de outubro de 2009

“NA MINHA TERRA COME-SE BEM”

FIANDEIRA À ENTRADA DA ALBERGARIA RIO BEÇA

Para uma apreciação correcta, devo esclarecer:
Ponto único. Na minha Terra, concelho de Boticas, Trás-os-Montes, comer bem ou comer mal depende de algumas variantes a considerar:
- Se tem dinheiro para pagar cerca de 20 (vinte) euros por pessoa e por refeição, pode comer bem, na Albergaria Rio Beça, na Estalagem de Carvalhelhos, no Restaurante o Caçador, na aldeia típica de Vilarinho Seco (Alturas do Barroso) – Casa do Pedro - recuperada com apoios Comunitários. Nesta, com todas as características da Idade Média. Só que, para saborear um bom cozido à Barrosã, convém ir no dia certo ou juntar-
-se com uns amigos e encomendá-lo com antecedência. Então, poderá comer, sem gritar por mais, a não ser em dias subsequentes: salpicão, toucinho, presunto, farinheira, chouriça de carne, vitela barrosã devidamente certificada, batatas, nabos, couves frescas apanhadas na horta minutos antes de entrarem no pote de ferro com três pés, e uma boa sobremesa caseira, à escolha. Para alegrar o convívio e despertar mais o paladar, poderá beber um bom vinho tinto, o tal remédio para as doenças de estômago mencionado num dos livros do Professor Doutor Armando Moreno - médico, que em tempos não muito longínquos deu voz ao programa “ Viver com Saúde “ na RTP, produzido pela Videofono, editora, também, dos programas do Professor Doutor José Hermano Saraiva.
- Se a tensão arterial lho permitir, tome um café e beba uma bagaceira regional, numa dependência contígua à sala de refeições e junte aos sabores as belezas das paisagens criando no seu íntimo a sensação de estar num mundo divinal onde as modernices citadinas ainda não estragaram o que fez a mão do Criador.
- Se é um “teso” e apenas souber contar uns magros cêntimos, então, poderá comer pouco e mal numa “tasca”, ou ter a sorte de encontrar alguém que conserve a tradicional bonomia transmontana do “ Entre Quem É “ e oferecer-lhe um bocado de pão centeio, presunto e vinho…- porque lá diz o ditado popular . «Quem não tem dinheiro não tem vício», neste caso, de comer bem e à farta.
- Diz a sabedoria popular: «Cada boca seu paladar». E o meu paladar contenta-se a saborear um frango caseiro estofado com azeite, tomate, alho, cebola, pimentos, salsa, folha de louro, alecrim e umas batatas cozidas no pote ao calor da lareira. E nessa altura, meio litro de “vinho dos mortos” a entrar pela boca na adega passageira e a suavidade alcoólica dos 11 graus a subir ao cérebro, parece que estamos a viver no paraíso…A seguir, um breve passeio, a pé, até aos “Cornos das Alturas do Barroso” e basta para se sentir bem e não criar “barriga de vaca”.
Aqui fica uma súmula do que pode constituir “ Comer bem na Minha Terra” e onde.
A escolha é sua. Desejo-lhe bom apetite e algum dinheiro.


Escrito por Artur Monteiro Couto, do blogue Beleza Serrana
Nota: pode ver o texto numa versão mais jocosa no respectivo blogue.


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SOPA DE BELDROEGAS

O que posso dizer sobre o tema “Na minha Terra, come-se bem”? Evocar um restaurante e aquele prato inesquecível? Confesso que raramente vou a restaurantes e não guardo nenhum momento daqueles que ficam registados para sempre na memória gustativa.
Seria talvez presunção da minha parte dizer que na minha casa “come-se bem”. Talvez porque, de vez em quando, tenho algumas reclamações, sobretudo quando faço alguns dos pratos tradicionais que não correspondem aos gostos dos mais novos.
Desde pequena fui iniciada na tarefa de cozinhar porque as mães não descuravam essa prenda que as filhas deviam levar para a sua missão de donas de casa. Eram receitas simples e tradicionais de uma casa modesta da vila do Crato, Alto Alentejo. Nesse tempo a variedade de produtos não era grande e o abastecimento de verdes e frutas fazia-se no mercado, duas vezes por semana. A carne resumia-se ao porco e borrego; a de vaca só quando alguém ia às cidades grandes. Criavam-se aves de capoeira no quintal da casa, reservadas para alguns domingos e outros dias de festa.
Alguns produtos comuns na cozinha alentejana desapareceram do mercado porque deixou de existir a coroa de hortas que rodeava as povoações. Entre elas conta-se a beldroega (Portulaca oleracea L.), planta espontânea muito comum nas hortas e que é actualmente considera uma infestante das culturas. No entanto, tenho a sorte de um pé de beldroega ter vindo parar a um dos vasos das minhas plantas e, assim, todos os anos por altura do Verão, tenho beldroegas para matar as saudades de sopa de batata com as ditas.
Nos livros de receitas alentejanas é frequente encontrar a sopa de beldroegas. No entanto, a minha sopa de beldroegas é mais simples do que a dos livros. Então, faz-se assim: refoga-se cebola e dentes de alho picados em azeite; em seguida juntam-se as batatas cortadas em cubinhos, os raminhos e folhas das beldroegas e deixa-se refogar um pouco; junta-se água e tempera-se com sal, colorau e folha de louro. Quando as batatas estão cozidas, abrem-se ovos que se deixam escalfar. Garanto que é muito bom.

Escrito por Júlia Galego, do blogue EntreTejo e Odiana
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quarta-feira, 14 de outubro de 2009

FEIJOADA À BRASILEIRA


Nesta participação na Blogagem Colectiva de Outubro, Na Minha Terra Come-se Bem, do Aldeia da Minha Vida, farei de conta de que estou me preparando para receber, em minha casa, meus amigos portugueses. E o prato que prepararei será uma feijoada completa à brasileira.

Toda comida típica tem a sua história. Há alguns mitos sobre a origem da feijoada. O mais curioso deles é o de que a feijoada teria se originado com os escravos, que aproveitavam os restos dos porcos, dados a eles pelos seus senhores. Tal versão não tem amparo em qualquer registro histórico, sendo, portanto, uma lenda.
Historiadores revelam que a feijoada tem origem a partir de influências europeias e muito tem a ver com receitas portuguesas, das regiões da Estremadura, das Beiras e de Trás-os-Montes e Alto Douro, que misturam feijão de vários tipos - menos feijão preto, de origem americana - linguiças, orelhas e pé de porco. Essa nem eu sabia, mas não podia ser diferente se foram os portugueses que descobriram o Brasil, ora pois, pois.
Anúncios datados do início do século XIX, publicados nos jornais Diário de Pernambuco e Jornal do Comércio mostram que a feijoada à brasileira já era apreciada àquela época. Já a feijoada completa é prato legitimamente carioca, segundo registros nos livros Baú de Ossos e Chão de Ferro, de Pedro Nava.
Obedecendo as regras da blogagem coletiva, que estabelece texto com o máximo de 25 linhas, indicarei a Receita de Feijoada do Cyber Cook, que é basicamente a mesma que utilizo. Excluo dela apenas três elementos: a manteiga (minha farofa é feita com a gordura do toucinho de fumeiro; fica sequinha e é uma delícia); a caipirinha, por razões óbvias ao meu perfil; e a carne fresca de boi (ponta de agulha ou paleta). Esta, para aqueles que não comem nada de porco. Feijoada sem carnes de porco, não é feijoada. Neste caso, amigo (a) faço outro que você goste.
Stanislaw Ponte Preta dizia que feijoada para ser completa tem que ter ambulância de plantão. Fico devendo a ambulância, até porque todo mundo passa é muito bem com a minha feijoada.
Escrito por António Regly, do blogue Recebi, Li e Gostei
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Na minha Aldeia.


As minhas origens são Beirãs, mais propriamente de Figueira de Castelo Rodrigo no distrito da Guarda.
Devido ás influências "Àrabe-Judaica", a cúlinária desta zona deriva muito destas duas culturas.
O vinho é o principal produto seguindo-se os queijos e enchidos.
O presunto e as farinheiras feitas artesanalmente, cujos ingredientes são derivados de carne, farinha e pão misturado com especiarias e temperos.
O prato mais típico é o cabrito no forno de lenha, mas há outros que fazem crescer água na boca, tais como vitela estufada ou assada com batatinhas ou castanhas, polvo frito, enchidos com batatas cozidas e grelos, bacalhau á marinheiro e os célebres peixinhos do rio que são fritos num pau tipo espetadas, ou ainda a caldeirada de enguias.
Os doces mais conhecidos são uns bolos secos feitos com azeite que se chamam "morteiros" nome que foi colocado por causa das batalhas com Espanha, mas há muitos outros que realço, as compotas feitas com frutos da região tais como: figos, amêndoas, castanhas, nozes, abóbora, tomate, marmelos, etc.
Claro que há muitos mais pratos que poderia colocar aqui mas como o texto tem de ser curto fica para a próxima.

Escrito por Manuela, dos blogues - http://simplesmentemanuela.blogspot.com/ e http://ostachosdamanuela.blogspot.com/

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segunda-feira, 12 de outubro de 2009

A cozinha morena da «minha» Goa


Começo com uma advertência: tenham cuidado. Comigo, está bem de ver. Eu não sou goês – antes fosse – a minha mulher Raquel é que é. Porém, dizem os naturais da Roma do Oriente que eu sou mais goês do que muitos deles. Uum «goês» por acaso nascido em Lisboa, freguesia de São Sebastião da Pedreira. Daí a ousadia: considerar a cozinha goesa como a da minha terra.
Até cozinho: por exemplo, sei preparar o molho de balchão. Mete-se, numa garrafa de litro, aguardente (de preferência de palma). Em seguida deitam-se duas mãos cheias de camarão cru miudinho, galbó, em concani, por cá conhecido como do Porto. Temperos: malagueta (em Goa, pimenta verde) alho esmagado, gengibre, sal, pimenta preta - do Reino à maneira da terra. Rolha-se bem e deixa-se marinar por três a quatro meses. Nele se cozinhará o que se quiser.
O caril não tem nada a ver com esse amarelado que se come nos restaurantes. Fica entre o vermelho escuro e o castanho carregado. É um preparado à base de leite de coco, pimenta verde, açafrão, gengibre, jamelão, tamarindo, sal e pimenta do Reino, cebola e alho, tudo bem moído. De gambas, de frango, de cabrito, do que melhor se entender. Acompanha-se com arroz branco – basmati.
E os tocabocas, acompanhamentos do caril? Peixe fumado e envinagrado e apimentado frito; chutny de coentros, e muito mais. E, para começar, chamuças, bojés, baji-puri. Um destes dias, eu explico. Agora, falta-me espaço… E os pratos: o vindalho. O xacuti. O sarapatel de miúdos do suíno cozinhados no sangue do bicho. O xeque-xeque de gambas. E por aí fora. É de comer e chorar por mais. Com o picante carregado – para mim que sou da terra por desejo e opção. Moderado para os iniciados. E quase sem picante para os paclós – os europeus e em especial os portugas.
Acabo. Há que dizer que muitos pratos da cozinha goesa são uma adaptação dos portugueses, condimentados com os temperos da terra. Por isso lhe chamo a cozinha morena. E que, para quem se habitua, é um festim. De chupar os dedos. Deu borem korum. Que o mesmo é dizer muito obrigado. Em concani. Por me aturarem, como é evidente.
Escrito por Henrique Antunes Ferreira, do blogue A minha Travessa do Ferreira
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Sabores de Saber herdado e passado de mãe para filha.

É assim a gastronomia do Alentejo, é assim a gastronomia de Elvas. Cozido de Grão que os trabalhadores levavam para o campo no seu tarro para o manter quente até há hora de comer, o bom pão e o bom chouriço feito por altura da matança do porco,a carne de porco à alentejana,a sopa de cachola, os queixos de porco assados. No porco tudo se aproveita, razão pela qual a carne de porco abunda na gastronomia alentejana. Já provaram um pedacinho de cabeça de Xara ou uns pezinhos de coentrada? Por alturas da Páscoa o porco sai de cena e dá o lugar de honra ao borrego. Ensopado de borrego, borrego assado no forno, costeletas de borrego panadas, de preferência comidos no campo sempre que a mãe natureza ajuda e guarda a chuva a sete chaves e coloca o sol na rua. Os biscoitos, as queijadas e as enxovalhadas na mesa da Páscoa, as azevias, as filhozes e os borrachos na mesa do Natal e o Sericaia acompanhado pelas Ameixas d'Elvas, que fazia e continua a fazer parte de todas as festas, sempre feito em prato de barro ou, em casa de gente mais abastada, em prato de estanho.

Querem provar estas e outras iguarias? Então o melhor mesmo é irem a Elvas e sentarem-se à mesa de um dos muitos restaurantes que por lá existem. Não se esqueçam de escolher um bom vinho alentejano para acompanhar. Bom apetite!!
Encontram a maior parte destas receitas no meu blogue Receitas da Dina. Quem não puder ir prová-las a Elvas pode sempre fazê-las em casa e comprovar a riqueza dos sabores do meu Alentejo!Espero ter-vos deixado com água na boca.



Escrito por Dina, do blogue Receitas da Dina



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sábado, 10 de outubro de 2009

Sabores de Saber herdados


Se as paisagens e a amabilidade dos alentejanos são um atractivo...a boa comida é aquilo que acaba por ficar na memória de todos.
Acreditam que os sabores da comida são diferentes quando os saboreamos no Alentejo? Ou talvez seja apenas a saudade...que me cria ilusões...
Bacalhau Dourado,Azeitonas d'Elvas, Sericaia, Ameixas d'Elvas, Nógados, Migas com Entrecosto, Cozido de Grão, Queijadas, Enxovalhadas, são apenas algumas das muitas especialidades que podemos encontrar na minha terra.
A gastronomia alentejana é rica em sabores.
A escassez aguça o engenho e as gentes do Alentejo compensaram em sabor o que faltava em abundância.

Alhos, coentros e sal
Também se faz com poejo
Este comer que afinal
Nasceu no nosso Alentejo
Depois do alhos pisados
E com a água a ferver
Corta-se o pão aos bocados
Está pronto, vamos comer

É assim a açorda alentejana, fácil de fazer e tão saborosa!
Pode ser acompanhada por um ovo escalfado, umas sardinhas assadas, bacalhau ou como nos tempos dos meus pais e avós...com o que houver à mão, muitas vezes um pedaço de toucinho crú.
A Pousada de Santa Luzia em Elvas é a mais antiga de Portugal e conhecida além fronteiras, entre outras coisas pelo Bacalhau Dourado.
Com este prato Elvas quer entrar no Guiness como podem comprovar aqui.

Escrito por Dina, do blogue Receitas da Dina

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Come-se bem em Monsanto "Aldeia Mais Portuguesa" Aldeia Tão Portuguesa!



O cabrito assa demoradamente no forno. O cheiro a gordura estaladiça invade o ar a quem tem a ousadia de entrar na cozinha. Descascam-se batatas pequenas de pele lisa e amarelada, as melhores para assar. Prepara-se o molho, uma pasta apetitosa, bem temperada, que vai cobrir o bicho que continua, lentamente, a assar no forno de lenha.
A Beatriz grita ao marido por lenha. A garotada ri-se e vai ajudar a escolher os troncos mais pequenos e redondos, cortados a preceito e de propósito para que caibam na pequena fornalha.
Rasgam-se as alfaces em pedaços toscos, a cebola em tiras finas, lágrimas escorrem-lhe pelas rugas “olha-me esta que é danada!”.
A mesa é posta com desvelo. Retira-se da pesada arca, a toalha de linho branco, imaculado “bordada pela sua bisavó menina” diz-me a Beatriz todos os anos, os guardanapos são de pano a condizer. Copos de pé alto voltados para baixo, talheres em profusão, o pão casqueiro em lasca fina no cesto forrado com outro bordado.
Assa o cabrito lentamente e saímos todos de casa, bem agasalhados que na Beira o frio é de rocha feito, a caminho da Igreja para a Missa de Graças.
Batem os pés dos homens no adro, como que a espantar o frio, entram mulheres e crianças na Igreja acolhedora, antiga, tectos altos e Figuras Santas que nos impressionam. As janelas de vitral espalham a ténue claridade em cores que alegram as almas.
Assa ainda o cabrito. Devagar. As pequenas cestas do “Pão por Deus” estão prontas, à espera da criançada que vai correr a Vila ainda antes do almoço. Bolos de mel, torrões e pasteis de abóbora encavalitam-se na cesta da mais nova que já não pode com o peso. Há gargalhadas no ar frio que aquecem os corações dos mais velhos “venha cá menina que não lhe dei inda o meu”!

Cheiro a batatas assadas, salada bem temperada de fio de azeite grosso, amarelo.
Cheiro a lareira acesa e a bola de azeite, peganhenta, deliciosa.
“Para a mesa Meninos, para a mesa!”

Cheiros da minha infância. Tão perto .. tão longe.

Escrito por Catarina Price Galvão, do blogue Once

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OS ALICIANTES PRÉMIOS DA BLOGAGEM DE OUTUBRO

Com o mês de Outubro, entramos no Outono e num novo espírito de Blogagem: mais saboroso, mais ameno e muito (mesmo muito) divertido. Verão nas participações, pois estão repletas de histórias engraçadas em torno da comida regional, de receitas ancestrais de familiares, de restaurantes que marcaram pela sua boa comida ou pela paisagem à sua volta… Leia atentamente e muna-se de um bloquinho para apontar tudo, porque desta vez, vamos viajar por vários pontos de Portugal e voar até locais mais longínquos. Desfrute deste ambiente amigo e conviva livremente.

Agradecemos desde já a todos os que aceitaram o nosso convite para participar, dando um pouco de si e do seu tempo. Esperamos que todos os que por aqui passam, façam bom proveito dos textos e no final, se dirijam às suas cozinhas para experimentar novidades...

Tal como prometido, a Blogagem de Outubro também tem prémios apetitosos para oferecer:





Prémio Melhor Texto: **
· 1 Refeição para duas pessoas no Restaurante Torre Di Pizza




Prémio Melhor Comentário: **
· 1 Refeição para duas pessoas no Restaurante Greens




Prémio Melhor Bloguista: **
· 1 Refeição para duas pessoas no Restaurante Chef China


Estes estabelecimentos situam-se na bela cidade de Viseu. Desse modo, pudera usufruir de uma óptima refeição e ainda descobrir os recantos por onde Viriato andou.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

AGENDA DA BLOGAGEM DE OUTUBRO

Prontos? Erguer armas: Garfo e faca na mão! Colher em riste!
Ansiosos? Amanhã é o dia B: Blogagem de Outubro. Vamos poder comer com os olhos e descobrir todos os segredos culinários dentro e fora de Portugal. Este tema tem dois propósitos: comemorar o Dia Mundial da Alimentação (16 de Outubro) e mostrar o melhor da cozinha tradicional e da gastronomia local. Pois, é um facto que a alimentação mediterrânica, a nossa, é das mais saudáveis do Mundo. O sábio conselho é comer correctamente. Quando nos deparamos com pratos mais fartos, o truque é comer com moderação.

Atenção! Não se esqueçam de que as regras mudaram: os textos vão ser postados por ordem de chegada. A postagem será feita em grupos de 2 para dar maior visibilidade aos vossos textos e permitir uma leitura calma e aprofundada a todos os bloguistas. Relembramos que comentar também pode dar prémio. De 28 a 31 de Outubro, decorre a votação. Comente e Vote! Isto promete ser renhido!!! A agenda da Aldeia é a seguinte:

10 De Outubro
Catarina Price Galvão
Dina (texto 1)

12 De Outubro
Dina (texto 2)
Henrique Antunes Ferreira

14 De Outubro
Manuela Cardoso
António Regly

16 De Outubro
Júlia
Artur Monteiro Couto

18 De Outubro
Acácio Moreira
Alcinda Leal

20 De Outubro
Pascoalita
Fernanda Ferreira

22 De Outubro
João Celorico
Cusca Endiabrada

24 De Outubro
Joana
Sandra Andrade

Duas Notas de Extrema Importância:
1 - Tenham a amabilidade de colocar o Selo da Blogagem de Outubro nos vossos blogues com o respectivo link da Aldeia. Assim, os vossos amigos poderão ver, comentar e votar nos vossos textos. Cuidado! Desta vez, teremos em conta não só a qualidade dos comentários, mas também a quantidade.
2 – Prepare-se amanhã serão anunciados os prémios!

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Um dia muito bem passado na aldeia da Cabeça (parte 3)

À medida que percorríamos as ruas, ficámos a saber um pouco mais sobre José Pinto:

Apesar de, precocemente, ter ido embora da sua terra, mal tinha feito a 4ª classe, a aldeia esteve sempre na sua "cabeça". Andou no Ultramar e acabou por "assentar" em Seia como Secretário do Tribunal de Seia. Depois de muitos anos de trabalho, o momento da sua aposentação tornou-se convidativo para se aproximar mais de Cabeça, inteirar-se sobre a sua História, o seu Património e partihar, com os amigos da terra, os problemas e dificuldades aí vividos.


O orgulho pela sua terra está bem estampado no seu rosto e contagia, de uma forma espontânea, as pessoas à sua volta. O respeito, a estima e admiração pela sua pessoa esteve sempre presente durante a nossa visita. A alegria e satisfação por verem turistas interessados pela sua terra era tão grande, que todos nos cumprimentavam, com um grande sorriso.




Entrega da medalha à Olho de Turista

Foi com este espírito que fomos recebidos pelo Presidente da Junta, o Sr. Antonio Dias, e pelo Presidente da Assembleia, o José Marques, que fizeram as honras da casa e ofereceram uma medalha de bronze, com a heráldica da Freguesia. Um acto que nos deixou sem palavras e agradecemos do fundo do nosso coração.

Travámos uma conversa muito interessante sobre o futuro promissório dessa aldeia e notámos uma grande vontade de a transformar num local de lazer  e descanso, para quem assim  o procura. O José Pinto só dizia, num tom de brincadeira "eu já consegui trazer para cá os três primeiros turistas"( referia-se a mim, ao meu marido e ao meu filhote).


A bucha servida na cozinha de José Pinto


A Cabeça não podia ter melhor embaixador: mostrou-nos recantos únicos e partilhou connosco alguns sonhos, algumas tradições e curiosidades engraçadas. Um pormenor que nos chamou atenção foi o facto de o próprio ser proprietário da cozinha e da loja da antiga casa do seu avô, como parte da sua herança. As restantes divisões foram entregues a outros herdeiros. Foi nessa cozinha tradicional que fez questão de encher com todos os amigos que lá coubessem, para uma deliciosa bucha de fim de tarde. Certamente não dá para lá viver, mas sempre que pode recebe lá, com muito orgulho, os seus amigos.

Foi um dia muito bem passado que terminou às 20:30. S. Pedro parece ter colaborado...

Neste passeio à volta da aldeia, conseguimos captar um futuro muito risonho para esta gente, pela simplicidade, pela grande vontade de receber e de mostrar o que de mais genuíno tem para oferecer a quem passe por lá.

Para quem não sabe, foi na aldeia da Cabeça onde nasceu o Sr. Dr. Almeida Santos, conhecido estadista.
Para saber mais sobre esta linda aldeia e as suas gentes, tem três hipóteses:
ou vá à Cabeça comprovar, pelos seus prórios olhos, se temos ou não razão!
Porque ir sempre é o melhor remédio.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Um dia muito bem passado na aldeia da Cabeça (parte 2)

Seguimos todos rumo à Cabeça. Tinhamos uma grande expectativa para conhecer a aldeia que só conhecíamos por fotografias, através do blogue de José Pinto. Para chegar lá foi uma aventura, quase uma montanha russa, 100% natural...

À medida que avançávamos, pensámos que já tinhamos estado naqueles recantos. Cada curva feita aumentava a nossa suspeita. Quando chegámos lá e vimos uma casinha muito bem arranjadinha, com uma placa de madeira a indicar " Junta de Freguesia da Cabeça", tivémos a confirmação. Foi um local de passagem, que a nossa amiga GPS nos indicou, numa viagem de trabalho ao Piódão, exactamente há 10 meses atrás. Coincidência ou não, o que é certo é que desta vez viémos cá para conhecer a fundo esta aldeia.
Assim que chegámos, o nosso amigo José Pinto, mostrou-nos as melhores perspectivas para tirarmos fotografias da lindíssima aldeia e depois fomos visitar os recantos mais emblemáticos da aldeia. Descubra aqui como foi a visita, muito bem descrita pelo nosso guia.

O som das levadas é uma melodia constante que traz consigo uma paz de espírito, à medida que percorremos as suas ruas pacatas. Para além de encontramos uma aldeia bem harmonizada com a Natureza, tivémos o prazer de conhecer o lado humano da Cabeça. O único burburinho que ouvíamos, para além da levada, era o dos próprios habitantes. Curiosamente separados em ruas diferentes, encontrámos um grupo de homens e outro de mulheres, reunidos a conversarem, como é comum num belo Domingo de sol.


Conhecemos algumas pessoas nesta aldeia, com grandes ideias e sonhos.
Saiba quem numa próxima postagem.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Um dia muito bem passado na aldeia da Cabeça (parte 1)


Na blogagem de Julho, a propósito as "Férias na minha terra" o nosso amigo José Pinto foi o autor e vencedor do texto "Da Serra da Estrela: Cabeça". Este fim de semana, mais precisamente dia 4 de Outubro, propiciou-se um encontro com o vencedor, na sua aldeia da Cabeça para entregar pessoalmente o merecido prémio e, já agora, conhecer esse belíssimo lugar.

Logo pela manhã, por volta das 10.30, encontrámos o senhor José Pinto e a sua esposa no local combinado, na cidade de Seia. Fomos recebidos de braços abertos, com muita simpatia, como se fossemos amigos de longa data.

A partir desse momento ganhámos um guia por um dia, que fez questão de nos mostrar o melhor da sua aldeia e das suas gentes. Estava prestes a desvendar, com um brilho nos olhos, a relíquia mais bem guardada da Serra da Estrela. Antes de lá chegarmos, parámos no caminho para nos apresentar a sua querida terra, do alto da montanha. Com uma agradável brisa a bater-nos suavemente na cara, olhámos. Estava à nossa frente uma paisagem lindíssima! Tão majestosa e esplendorosa com a sua longa e rugosa cortina verde, amparando religiosamente, bem lá no fundo, a sua Cabeça, como uma donzela adormecida à espera de ser descoberta, enquanto olha esperançosa para o céu azul.


Brevemente iremos contaremos mais sobre esta visita.
Fiquem Atentos!

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

E a decisão do júri é...

Ontem terminou o Doce Setembro, assim como a nossa blogagem dedicada ao tema dos "Vinhos e Vindimas". Chegou a hora da reflexão e decisão do júri , a parte mais difícil... e delicada... para a Olho de Turista.

Antes dessa tarefa difícil, queremos demonstrar o nosso apreço e amizade por todas as pessoas, que passaram pela Aldeia da minha vida e que participaram, seja como autores, comentadores e/ou votantes. Não podemos deixar de agradecer as que já são consideradas da casa e têm vindo a acompanhar os nossos passos, praticamente desde o início da existência deste blogue:
... a Pascoalita uma senhora incansável, que começou por comentar na primeiras blogagens e , em seguida, passou também a participar, como autora. Para ler clique aqui.

...a Elvira, outra amiga, que desde a edição de Junho participou como autora e , apesar de não estar à vontade para escrever algo para o tema de Setembro, acompanhou toda a blogagem deste mês, comentando e votando.
São senhoras de grande valor e inesquecíveis, que estão no coração da nossa aldeia.

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Entre os participantes da Blogagem de Setembro, a Olho de Turista decidiu destacar alguns nomes, atribuindo o prémio de melhor bloguista , melhor comentário e o melhor texto.


Uma vez que o João Celorico passou a ter "à força"um blogue, preencheu todos os requisitos para ser considerado, desta vez, o melhor bloguista do mês de Setembro, com a sua poesia dedicada a todos os participantes, a propósito dos vinhos e vindimas. Quem ainda não conhece o seu talento natural, aconselhamos vivamente a consulta dos seus belíssimos trabalhos, que transmitem simplicidade, sabedoria e um grande sentido de humor, presentes nos comentários na Aldeia e no seu novo blogue " Salvaterra no coração".


















Para o melhor comentário, a Olho de Turista considerou o que se segue, entre os melhores, pelo facto de ter conseguido transmitir , com muita simplicidade, a verdadeira essência do Blogue da Aldeia da Minha Vida :



Willoughby disse...
"Olá Maria




Obrigado pelo seu comentário.Quando me propuz participar,contei somente com as minhas capacidades, muito embora contasse sempre com os votos dos amigos e com o carinho que pudessem manifestar-me nos comentários que aqui deixassem. É muito bom participar nestas coisas com sentido de lealdade, desportivo e colaborante, fazendo o melhor de que se é capaz. Estas coisas servem para alargar os nossos horizontes em todos os domínios. Conseguimos estar no meio de encontros de culturas. Há heranças sociais dos Nossos Povos a nível regional, que nos marcam profundamente. A sabedoria de muitas pessoas que vimos aqui encontrar também nos deixa muitas e enriquecedoras experiências. Vim ao encontro não só das Gentes da Nossa Terra, mas também e principalmente das Regiões de Portugal. Idanha-a-Nova entrou no meu roteiro turistico Nacional, onde irei estar a partir de Sexta-feira, dia 02 de Outubro de 2009.Irei ter o grato prazer de pisar o solo Idanhense, colher imagens de tudo o que tem de belo e, principalmente, saborear a sua gastronomia. Por isso, a minha participação trouxe-me muita coisa de gratificante. Pelo que vem referido neste Blogue, espero passar um fim de semana de sonho, no seio de populações acolhedoras como são as da Beira Baixa.
Obrigado pelo ânimo que conseguiu trazer-me com o seu comentário".
29 de Setembro de 2009 13:09


E finalmente....
Preparem um cálice de vinho do Porto, sentem-se no jardim ou perto da lareira. Gostam do cenário? Fechem os olhos, relaxem… Muito bem, agora cá vai o meu "discurso presidencial". Pois, fui encarregada do dever de anunciar o Vencedor.

Antes de mais, agradecemos a todos pelas vossas participações, sejam elas nos comentários, no envio de textos, etc.… Esta blogagem foi renhida e como não podia deixar de ser, a decisão final foi um "osso duro de roer".
Queriamos referir dois pormenores importantes:

O primeiro centra-se na regra principal: o limite de 25 linhas nos textos. Extremamente felizes com a adesão ao tema “Vinhos e Vindimas”, e sabendo, da dificuldade em escrever sobre tal assunto, decidimos deixar passar algumas irregularidades. No entanto, prometemos ser mais rígidos e passar tudo a pente fino nas próximas…


O segundo pormenor é um pedido:

Depois de lermos todos os comentários feitos aos textos em concurso, demos conta de como por vezes alguém se pode exceder e ser algo mais do que crítico. Por isso, pedimos que continue a prevalecer o fair-play, o respeito e o bom entendimento.

E pronto, pronto, já vai, já vou anunciar o vencedor, não sejam tão impacientes…ai ai ai…


Na nossa decisão, tivemos principalmente em consideração os votos dos prezados bloguistas. Em segundo lugar, achamos que o texto em questão estava elaborado de forma cuidada e minuciosa. Além disso, sentimos a pureza de sentimentos que dele emanava. Era não só uma homenagem a um vinho muito apreciado pela autora, como também ao seu criador.

O prémio de melhor texto da Blogagem Vinhos e Vindimas 2009 vai para:


A Olho de Turista felicita os premiados e agradece a todos pela participação e partilha de experiências, seja como autores, comentadores e/ou votantes.
Pedimos aos premiados que enviem por email (aminhaldeia@sapo.pt) os seus dados para serem enviados os respectivos prémios.
A Olho de Turista deseja a todos felicidades , brindando com um copo de vinho do Dão.