quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Um dia muito bem passado na aldeia da Cabeça (parte 3)

À medida que percorríamos as ruas, ficámos a saber um pouco mais sobre José Pinto:

Apesar de, precocemente, ter ido embora da sua terra, mal tinha feito a 4ª classe, a aldeia esteve sempre na sua "cabeça". Andou no Ultramar e acabou por "assentar" em Seia como Secretário do Tribunal de Seia. Depois de muitos anos de trabalho, o momento da sua aposentação tornou-se convidativo para se aproximar mais de Cabeça, inteirar-se sobre a sua História, o seu Património e partihar, com os amigos da terra, os problemas e dificuldades aí vividos.


O orgulho pela sua terra está bem estampado no seu rosto e contagia, de uma forma espontânea, as pessoas à sua volta. O respeito, a estima e admiração pela sua pessoa esteve sempre presente durante a nossa visita. A alegria e satisfação por verem turistas interessados pela sua terra era tão grande, que todos nos cumprimentavam, com um grande sorriso.




Entrega da medalha à Olho de Turista

Foi com este espírito que fomos recebidos pelo Presidente da Junta, o Sr. Antonio Dias, e pelo Presidente da Assembleia, o José Marques, que fizeram as honras da casa e ofereceram uma medalha de bronze, com a heráldica da Freguesia. Um acto que nos deixou sem palavras e agradecemos do fundo do nosso coração.

Travámos uma conversa muito interessante sobre o futuro promissório dessa aldeia e notámos uma grande vontade de a transformar num local de lazer  e descanso, para quem assim  o procura. O José Pinto só dizia, num tom de brincadeira "eu já consegui trazer para cá os três primeiros turistas"( referia-se a mim, ao meu marido e ao meu filhote).


A bucha servida na cozinha de José Pinto


A Cabeça não podia ter melhor embaixador: mostrou-nos recantos únicos e partilhou connosco alguns sonhos, algumas tradições e curiosidades engraçadas. Um pormenor que nos chamou atenção foi o facto de o próprio ser proprietário da cozinha e da loja da antiga casa do seu avô, como parte da sua herança. As restantes divisões foram entregues a outros herdeiros. Foi nessa cozinha tradicional que fez questão de encher com todos os amigos que lá coubessem, para uma deliciosa bucha de fim de tarde. Certamente não dá para lá viver, mas sempre que pode recebe lá, com muito orgulho, os seus amigos.

Foi um dia muito bem passado que terminou às 20:30. S. Pedro parece ter colaborado...

Neste passeio à volta da aldeia, conseguimos captar um futuro muito risonho para esta gente, pela simplicidade, pela grande vontade de receber e de mostrar o que de mais genuíno tem para oferecer a quem passe por lá.

Para quem não sabe, foi na aldeia da Cabeça onde nasceu o Sr. Dr. Almeida Santos, conhecido estadista.
Para saber mais sobre esta linda aldeia e as suas gentes, tem três hipóteses:
ou vá à Cabeça comprovar, pelos seus prórios olhos, se temos ou não razão!
Porque ir sempre é o melhor remédio.

12 comentários:

  1. Olá Susana

    Quando escreves que fui “pára-quedista” queres dizer que, depois da 4ª classe, saí desta aldeia para prosseguir os meus estudos e para exercer a minha actividade profissional em vários pontos do país, acabando por “assentar” em Seia como Secretário Judicial. Na verdade, nunca fui pára-quedista na verdadeira acepção do termo (eh eh eh) nem para isso teria aptidão porque sou avesso às alturas porque me dão vertigens!(eh eh eh) A título de curiosidade, a minha especialidade militar foi a de carros blindados EBR-Panhard e lutei na guerra de Angola.

    Posto isto, deixemos a tropa e vamos ao que interessa:
    A tua reportagem reproduz com objectividade o que se passou na aldeia de Cabeça no dia 4 de Outubro. As pessoas receberam-vos com muita simpatia, retribuindo a dignidade com que as abordastes. Somos uma comunidade extremamente unida, a começar pelas casinhas todas paredes-meias, no miolo da povoação. Reparaste? A aldeia é um favo de casas. Na blogagem colectiva subordinada ao tema “Férias na minha terra”, toda a malta jovem votou no nosso texto por achar que estava bem estruturado e porque reproduzia fielmente a rotina dumas férias nesta aldeia. Todos viveram intensamente o período de votação.
    Apesar de vivermos numa aldeia isolada, somos pioneiros em várias originalidades. Por exemplo, desde 14-6-2007, toda a população tem acesso gratuito à internet de banda larga, através do sistema wireless (sem cabos), sendo a primeira freguesia de Seia a fazê-lo e uma das primeiras a nível nacional. Conferir em http://cabeca.no.sapo.pt/curiosidades.htm

    Obrigado pela divulgação que estás a fazer. Estamos muito sensibilizados. Para terminar, fico lisonjeado pelo modo como te referes à minha participação na vossa visita. Fiz o que pude, mas, muito honestamente, acho que exageras!
    Bjs.

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  2. Olá José!
    O pormenor do paraquedista, já está rectificado( foi um mal entendido). Agora em relação a tudo o resto, tenho a dizer é que és muito modesto. Tudo o que escrevi foi sentido, desde o princípio ao fim da visita, que a meu ver não é exagero nenhum. Foi uma honra para nós termos sido tão bem recebidos e espero poder retribuir da mesma forma, no dia que for visitar a minha aldeia, Marialva.
    Bjs Susana

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  3. A Susana disse: "... Foi paraquedista, andou no Ultramar e acabou por "assentar"..."

    Mas desde quando um "Pinto" precisa de asas artificiais para voar?! Nãnãnã, pelo que a cusca percebeu, o senhor Pinto sempre voou e continua a voar, só que agora parece que voa mais rasteirinho eheheh

    Adorei saber cada pormenor, adorei ver as imagens, adorei saber tudinho e estou cada vez mais apaixonada por Cabeça. Se mais ninguém se apressar, ainda acabo por ser o turista nº 4 eheheheh

    dentadinhas

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  4. Cusquinha: estás à vontade e aproveita a oferta do José para te levar direitinha à cabeça, quem sabe com o mesmo tratamento vip.
    Gostei da parte do voo do Pinto.

    Bjs Susana

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  5. Ah! E já tinha ido cuscar esse site:

    http://cabeca.no.sapo.pt/curiosidades.htm

    Ou não fosse eu a "CUSCA" ihihih

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  6. Ihihih...José Pinto,o Pintainho voador :) Já estou a imaginá-lo a saltar de avioneta para a Cabeça :) A imaginação da Cusca dá-me sempre para divagar.
    Ó rapariga,quando fores lá,avisa.Assim também vou e a Susanita também.Seremos os turistas 4,5,6.Assim é visita de grupo ;)
    Jocas gordas,
    Lena

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  7. Susana,

    Esse menininho aí da foto é o seu filho? Dei uma passadinha rápida pelo blogue do José Pinto e também no blogue oficial da Aldeia Cabeça.

    Você de câmera na mão parece até global - da TV Globo. Você e a Lena não podem visitar a Aldeia Cabeça juntas: vão colocar fogo na serra e não pode.

    Já disse ao José Pinto que, em breve, se Deus me permitir, farei uma matéria sobre a Aldeia Cabeça e publicarei no blogue. Amei o lugar e fiquei cheio de vontade conhecer a aldeia. Muito legal mesmo.

    Estou aguardando ansioso o início da blogagem de outubro e cheio de fome. Comer com os olhos engorda também.

    Parabéns pelo trabalho que vem realizando. Vocês merecem todo o sucesso do mundo.

    Abraço e beijo em todo mundo por aí.

    Do amigo,

    Antonio

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  8. Hummm parece que na Cabeça se come bem ...
    Mas de quem foi a ideia de chamar "bucha" a uma mesa cheia de petiscos, hen?

    Na minh aldeia também se come bem assim, mas "bucha" é algo que apenas dá para "tapar um buraquinho no estômago".

    Tá visto que está na hora de uma visita à aldeia da cabeça eheh

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  9. Olá Cusca:
    Cuscar o que se passa nesta aldeia é o melhor que nos pode acontecer. Afinal, Cabeça faz parte do património de todo o país. Quem puder voar, venha daí. Quem tiver asas maiores que um pinto, não tem de dar voltas à Cabeça! ih ih ih.

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  10. Amiga Lena
    Se vierem as três, é mesmo um "trio de ataque". Porque não? Uma vez que a Lena até já conhece o sítio, torna-se tudo mais fácil. E a tal bebida no café da aldeia? Eu quero ver!
    Bjs

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  11. Amigo António Regly
    Agradeço as referências positivas que me fez na mensagem supra e, também, as palavras elogiosas que dedicou à minha aldeia.
    Faço votos para que lhe corra bem a blogagem. Os seus organizadores são muito profissionais e merecem toda a nossa consideração.
    Um abraço.

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