O dia estava chuvoso e eu não conseguia parar de pensar naquelas recordações de quando era criança, naquelas gargalhadas que dávamos em conjunto, naqueles momentos que me faziam feliz e que agora tornavam o meu presente ainda mais frio, triste e despido de esperanças e de vontade de continuar de cabeça erguida.
É verdade que os anos foram passando, e talvez a magia do Natal tenha desaparecido à medida que fui crescendo, mas chegava a fazer listas infindáveis de presentes na esperança de que algum pudesse ser meu. Agora que penso nisso, lembro-me de acordar de manhãzinha e de correr em bicos de pés, e sem que ninguém percebesse, até aos embrulhos que estavam debaixo da árvore de Natal. Cheguei mesmo a agarrar nas caixas e abaná-las para ver se percebia o que estava lá dentro. Raramente conseguia descobrir, por isso adoptava outra técnica que consistia em olhar pelas brechas e descolar ligeiramente a fita-cola que alguém, carinhosamente, tinha colocado! Velhos tempos!
Olho agora pela janela e tento perceber como é que esta magia se foi, como é que já nada parece fazer tanto sentido, como é que o bacalhau cozido regado com azeite na noite de consoada e a perna de peru com arroz de açafrão na tarde de Natal já não me motivam a voltar a essas reuniões de família onde enchemos cada vez mais a mesa à medida que a família vai crescendo. Hum, talvez seja por isso. Sim, deve ser por isso. Tu já lá não estás!
O meu avião acabou de aterrar! Resta-me ir buscar as malas e controlar-me para não começar a chorar quando me acenarem ou chamarem pelo nome à porta do aeroporto. Enfim, não vale a pena massacrar-me mais com estas recordações. Levo o meu filho ao colo, atento a toda aquela novidade, e só quero que ele seja tão feliz neste Natal como eu fui em todos aqueles que passei junto daqueles que mais amo!
É verdade que os anos foram passando, e talvez a magia do Natal tenha desaparecido à medida que fui crescendo, mas chegava a fazer listas infindáveis de presentes na esperança de que algum pudesse ser meu. Agora que penso nisso, lembro-me de acordar de manhãzinha e de correr em bicos de pés, e sem que ninguém percebesse, até aos embrulhos que estavam debaixo da árvore de Natal. Cheguei mesmo a agarrar nas caixas e abaná-las para ver se percebia o que estava lá dentro. Raramente conseguia descobrir, por isso adoptava outra técnica que consistia em olhar pelas brechas e descolar ligeiramente a fita-cola que alguém, carinhosamente, tinha colocado! Velhos tempos!
Olho agora pela janela e tento perceber como é que esta magia se foi, como é que já nada parece fazer tanto sentido, como é que o bacalhau cozido regado com azeite na noite de consoada e a perna de peru com arroz de açafrão na tarde de Natal já não me motivam a voltar a essas reuniões de família onde enchemos cada vez mais a mesa à medida que a família vai crescendo. Hum, talvez seja por isso. Sim, deve ser por isso. Tu já lá não estás!
O meu avião acabou de aterrar! Resta-me ir buscar as malas e controlar-me para não começar a chorar quando me acenarem ou chamarem pelo nome à porta do aeroporto. Enfim, não vale a pena massacrar-me mais com estas recordações. Levo o meu filho ao colo, atento a toda aquela novidade, e só quero que ele seja tão feliz neste Natal como eu fui em todos aqueles que passei junto daqueles que mais amo!
Escrito por White_Fox, do blog Vamos Opinar
Se gostou deste texto, vote nele simbolicamente de 28 a 31 de Dezembro.
Um misto de boas lembranças, emoções e sentimentos. A vida é mesmo assim, constituída por momentos bons e outros nem tanto.
ResponderEliminarO importante é que a lembrança de uns sirvam para nos ajudar a suportar os outros.
Gostei muito do TEXTO.
Feliz Natal
Gostei bué do texto! Muito sentimental. Parabéns.
ResponderEliminarBeijo e Feliz Natal
Parabéns White pelo texto.Gostei muito dessas recordações.A parte do aeroporto emocionou-me,pois lembro de todas as vezes que lá vou buscar e levar os meus pais.Tou ansiosa por ir lá 4ª buscá-los para o Natal :)
ResponderEliminarJocas Natalícias
Lena
Um texto onde a emoção, a tristeza, e a esperança se misturam num bailado de recordações.
ResponderEliminarMuito bonito.
Um abraço e uma boa semana
De tanto se considerar o Natal como uma festa de união, do encontro da família, do amor... tudo, tudo de bom, quando nada disto acontece redobra a tristeza e o sentimento de falta. As convenções e a realidade nem sempre coincidem....
ResponderEliminarBom Natal
Pois é... o Natal pôe-nos as emoções à flor da pele.
ResponderEliminarMas, apesar dos pesares,vale sempre a pena regressar à família... no Natal ou em Setembro...
O seu texto é muito interessante!
Boas festas
Um abraço
Alcinda
Um texto que começa com a "magia" do Natal de uma criança e que termina tentando que essa "magia" se vá transmitindo a uma outra criança, prolongamento da primeira.
ResponderEliminarÉ a "magia" do Natal, só que noutro tom!
É um sentimento de Esperança! E, isso, é Natal!
Tenha um Santo Natal,
João Celorico
Com os votos de um Santo e Feliz Natal, aqui deixo um poema de António Ferro.
ResponderEliminarAs estrelas, no Egipto,
À terra desceram mais...
Eram já pontos finais
No poema do Infinito...
Jesus num berço, em Belém,
Reflectia Deus na terra.
Que a lua é grande... porém
Um balde de água a encerra.
A Virgem embevecida
Pelo filho que gerou,
Ajoelhou-se rendida
E ante si própria rezou...
Àquela hora, em Belém,
Toda a gente deu á luz,
No ventre da Virgem Mãe
Todos tiveram Jesus!...
João Celorico
Obrigado a todos pelos comentários! Ainda bem que gostaram e que pude contribuir para esta causa!
ResponderEliminarBom Natal a todos!
Há Natais que ficam para sempre! O natal das crianças, esse, é eterno. Quanto aos adultos, todos vão perdendo a capacidade de se maravilhar com as coisas simples, que é assim que deve de ser o Natal, simples, muito simples! O que assistimos actualmente é uma festa de vaidades. Cada um estremece mais que o outro na ânsia de tornar público quais foram as prendas que receberam, até se deslocam às lojas para estimarem os preços, querendo com esta atitude aferir da consideração tida pelo ofertante. Enfim, o Natal é cada vez mais uma feira, só as crianças e só para elas o Natal deve persistir!
ResponderEliminarUm texto fantástico para uma iniciativa também fabulosa!
ResponderEliminarParabéns a todos, tenho pena de não ter conseguido contribuir.
Beijinhos e continuação de boas festas para todos
Simplesmente enternecedor... Faz-me lembrar muitas das coisas que deviam motivar o Natal... e por vezes são esquecidas. Parabéns.. Sabes que sou um fã dos teus contos ;) Este não é exepção! =D Abraços e Parabéns também pela iniciativa =)
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