terça-feira, 22 de dezembro de 2009

NATAL NA MINHA ALDEIA IN-PROVÁVEL


No final do Natal passado, o meu tio Eugénio (que regressou à aldeia depois de uma carreira longa como chefe de Repartição das Finanças em Lisboa) prometeu ao vizinho que haveria de encontrar um modo de manter vivo o espírito de Natal durante todo o ano. Tal e qual como o senhor Bernardo (O VIZINHO) e toda a gente deseja aos outros durante todos os natais de todos os anos.

Ontem, quando verificava o calendário reparei que era quase Natal novamente. Ainda não me tinha apercebido desse facto, nem pelos anúncios televisivos desde o início de Setembro, nem pelas luzinhas tremelicantes das ruas e das montras e nem sequer pela cambada de energumenos que invade as ruas da baixa e os centros comerciais todos, com sacos de papel ecologicamente quase-correctos nas mãos.

Foi então que me lembrei da promessa do “tio Eugénio” e decidi avaliar os progressos da sua promessa.
Sempre fora um egoísta, um verdadeiro “troll”, um apátrida de pátrias que não fossem a sua. Chamar-lhe egoísta seria um insulto gravíssimo aos egoístas em principio de carreira. Uma "joínha"de pessoa. Tinha por lema “Não faças aos outros aquilo que eles não fizeram por si mesmos” e “o que é teu é teu e o que não é pode vir a ser, desde que ninguém note!”. Uma “jóia de pessoa” e um ser humano… bastante actual apesar da idade vetusta que o possuía.

Calcei as botifarras, enrolei o cachecol, apertei a samarra e atravessei o vão da porta da rua para fazer uma visitinha ao Tio Eugénio. Pouco depois estava de volta para colocar o gorro e as luvas encarnadas mais a condizer com espírito da época, com as minhas convicções clubísticas, com o frio transmontano, com geografia e com a época do ano que se fazia sentir. (...)

Escrito por Rui Veleda, do blog In-Provável
A versão completa do texto encontra-se no respectivo blog.

Se gostou deste texto, vote nele simbolicamente de 28 a 31 de Dezembro.

18 comentários:

  1. Olá Rui!
    Fiquei tão curiosa de ver se a promessa do Ti Eugénio tinha sido cumprida que fui ler o resto ao seu blog.Ihihihih...e mais não digo. Vão ter de ir lá ver se sim ou não :p
    Muito engraçado o seu texto :)

    Jocas Natalícias
    Lena

    ResponderEliminar
  2. Não resisti a ir ler o resto do texto... que é mesmo in-provável...
    Boas Festas!

    ResponderEliminar
  3. hhahahhahh adorei.
    Bem escrito.
    Feliz Natal

    ResponderEliminar
  4. ihihihihihih ora, ora, in-provável é que uma CUSCA, ainda por cima endiabrada, acabadinha de ler na íntegra texto tão ilariante, consiga aguentar a terrível comichão sob a língua!!!

    O mais certo é disparar pela blogosfera de cartaz nas antenas e anunciar à boca cheia:

    Eu já sei o fim a história!!! Eu sei que o tio EUGÉNIO .... opps!!! cala-te boca ihihihih

    Bem, por agora fico por aqui. Ah! Mas volto ihihih

    dentadinhas

    ResponderEliminar
  5. Olha,olha,quem é ela!A Cusca is back.Ui ui,entraram os miúdos de férias,pronto.Ela chegou :)

    Jocas Natalícias Cusquita!

    Lena

    ResponderEliminar
  6. Também já sei o fim da história mas, não digo a ninguém! É como todas as histórias, só que esta acabou mesmo, mesmo, no fim!
    Mas, eu também venho aqui para, com os votos de Santo e Feliz Natal, deixar um poema de Álvaro Feijó.

    Nasceu.
    Foi numa cama de folhelho
    entre lençóis de estopa suja
    num pardieiro velho.
    Trinta horas depois a mãe pegou na enxada
    e foi roçar nas bordas dos caminhos
    manadas de ervas
    para a ovelha triste.
    E a criança ficou no pardieiro
    só com o fumo negro das paredes
    e o crepitar do fogo,
    enroscado num cesto vindimeiro,
    que não havia berço
    naquela casa.

    E ninguém conta a história do menino
    que não teve
    nem magos a adorá-lo,
    nem vacas a aquecê-lo,
    mas que há-de ter
    muitos Reis da Judeia a persegui-lo;
    que não terá coroas de espinhos
    mas coroa de baionetas
    postas até ao fundo
    do seu corpo.
    Ninguém há-de contar a história do menino.
    Ninguém lhe vai chamar o Salvador do Mundo.

    João Celorico

    ResponderEliminar
  7. *
    nas asas do vento
    em desejos renovados
    deixo,
    vendavais de saúde
    tempestades de amizade
    marés de sereno carinho
    e vagas de benquerenças
    transportadas
    no bico de uma gaivota .
    ,
    maresias Natalícias,
    ficam,
    ,
    *

    ResponderEliminar
  8. Também não resisti e fui ver o final da história.
    Gostei, mas também não conto...
    Boas Festas
    Beijinhos

    ResponderEliminar
  9. Lena, vai à árvore! Mandei-te mail mas voltou!

    beijos da Mila

    FELIZ NATAL A TODOS QUE PASSAREM POR AQUI!

    ResponderEliminar
  10. Eu só conto a mais 10 ihihihih

    quem quer ser o primeiro a saber tudinho??? encosta aqui o ouvido que eu conto baixinhooooooo

    ResponderEliminar
  11. Heheh
    agora vou lá ler o resto ;)


    Feliz Natal bem passado em família são os desejos da LopesCa :)

    ResponderEliminar
  12. E acabou por ser uma forma, perigosa, é certo, mas ainda assim uma maneira de propagar o espírito de Natal. Nada como um bom braseiro e umas chouricitas para promover a comunhão entre as pessoas, desde que o braseiro não chegue à nossa casa... Bem entendido!
    Parabéns pela história divertida!

    ResponderEliminar
  13. Bom dia Helena

    Desculpa não ter respondido ao teu apelo, mas foi mesmo por falta de tempo.

    Passei a desejar um Feliz Natal... e já agora, a rotunda que comentaste fica no centro de Seia.

    Beijinhos

    ResponderEliminar
  14. Mas que história in-provável e deliciosa!
    Essa é também mais realista!
    Boas entradas no 2010!
    Um abraço
    Alcinda

    ResponderEliminar
  15. Natal, como muita coisa que com o tempo vai mudando, tem-se vindo a tornar uma festa improvável. Se por um lado toda a gente fala em manter as tradições, pelo lado contrário são cada vez mais as alterações que os novos padrões de vida nos impõem à celebração do Natal. O laicismo tomou conta do que era a religiosidade; o comércio aproveitou a generosidade genuína. O Pai Natal tomou o lugar do menino, a cor da Coca-Cola e não é raro vê-lo a trepar paredes por todo o lado, num acto mais típico que quem vem para roubar do que para oferecer.
    A industria transformou e massificou o sentido da dádiva natalícia.
    Já quase ninguém envia postais de Boas Festas. Já se compram as rabanadas feitas na confeitaria, os presentes são embrulhados impessoalmente nas grandes superfícies e o Peru (Glu-glu para os amigos) já substitui o bacalhau, o polvo e o Litão em muitas casas.
    Não se pense que se trata de um fenómeno apenas das cidades ou dos grandes centros; nas aldeias, a "Missa do Galo" poderia chamar-se "Missa das moscas" não fosse o facto de as moscas dormirem cedo. A Própria noção de Família alterou-se tanto que é difícil juntar a uma mesma mesa toda a família chegada.
    Pela parte que me toca não vejo com agrado estas transformações mas não lhes atribuo qualquer mal. Se pudéssemos verificar como se festejava o Natal em 1360 ou noutra data longínqua seriamos nós que se admiraria com as alterações que lhe fizemos.
    O Mundo muda, e temos que saber mudar com ele. Que mude o Natal mas que nos fique o seu espírito primordial que continuemos a saber qual é e a ensiná-lo.
    Obrigado por todos os vossos comentários e os desejos de um Bom Ano Novo e de muitos Natais futuros!

    Rui V.
    (In-Provavel)

    ResponderEliminar
  16. Olá Rui!
    Bom,as rabanadas são compradas porque nem sempre me saem bem e este ano com o trabalho não deu.De resto,o bacalhau continua na mesa,junto com o polvo.Este ano,com muita pena,faltamos à missa do Galo porque motivos de saúde.Mas costumamos ir sempre.Em casa,somos 3 e passamos tentando estar o mais possível perto da tradição.Os presentes gosto de oferecer aos meus pais e namorado.As amigas são apenas lembranças.Nao compro por comprar,dou sempre vindo do coraçao.Postais,é giro falar nisso porque por vezes penso que sou das poucas pessoas que ainda liga a isso: escrevo uns 22 nesta época,e até dou aos meus pais um a cada um :) Mas fora da quadra,também sou das que manda postais nos anos e acha piada aos selos.
    Jocas gordas
    Lena

    ResponderEliminar
  17. Bom texto... Parabéns.
    Um Abraço e tudo de Bom no Novo Ano (de 2010)!
    Eugenia Cruz

    ResponderEliminar