No final do Natal passado, o meu tio Eugénio (que regressou à aldeia depois de uma carreira longa como chefe de Repartição das Finanças em Lisboa) prometeu ao vizinho que haveria de encontrar um modo de manter vivo o espírito de Natal durante todo o ano. Tal e qual como o senhor Bernardo (O VIZINHO) e toda a gente deseja aos outros durante todos os natais de todos os anos.
Ontem, quando verificava o calendário reparei que era quase Natal novamente. Ainda não me tinha apercebido desse facto, nem pelos anúncios televisivos desde o início de Setembro, nem pelas luzinhas tremelicantes das ruas e das montras e nem sequer pela cambada de energumenos que invade as ruas da baixa e os centros comerciais todos, com sacos de papel ecologicamente quase-correctos nas mãos.
Foi então que me lembrei da promessa do “tio Eugénio” e decidi avaliar os progressos da sua promessa.
Sempre fora um egoísta, um verdadeiro “troll”, um apátrida de pátrias que não fossem a sua. Chamar-lhe egoísta seria um insulto gravíssimo aos egoístas em principio de carreira. Uma "joínha"de pessoa. Tinha por lema “Não faças aos outros aquilo que eles não fizeram por si mesmos” e “o que é teu é teu e o que não é pode vir a ser, desde que ninguém note!”. Uma “jóia de pessoa” e um ser humano… bastante actual apesar da idade vetusta que o possuía.
Calcei as botifarras, enrolei o cachecol, apertei a samarra e atravessei o vão da porta da rua para fazer uma visitinha ao Tio Eugénio. Pouco depois estava de volta para colocar o gorro e as luvas encarnadas mais a condizer com espírito da época, com as minhas convicções clubísticas, com o frio transmontano, com geografia e com a época do ano que se fazia sentir. (...)
Escrito por Rui Veleda, do blog In-Provável
A versão completa do texto encontra-se no respectivo blog.
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Olá Rui!
ResponderEliminarFiquei tão curiosa de ver se a promessa do Ti Eugénio tinha sido cumprida que fui ler o resto ao seu blog.Ihihihih...e mais não digo. Vão ter de ir lá ver se sim ou não :p
Muito engraçado o seu texto :)
Jocas Natalícias
Lena
Não resisti a ir ler o resto do texto... que é mesmo in-provável...
ResponderEliminarBoas Festas!
hhahahhahh adorei.
ResponderEliminarBem escrito.
Feliz Natal
ihihihihihih ora, ora, in-provável é que uma CUSCA, ainda por cima endiabrada, acabadinha de ler na íntegra texto tão ilariante, consiga aguentar a terrível comichão sob a língua!!!
ResponderEliminarO mais certo é disparar pela blogosfera de cartaz nas antenas e anunciar à boca cheia:
Eu já sei o fim a história!!! Eu sei que o tio EUGÉNIO .... opps!!! cala-te boca ihihihih
Bem, por agora fico por aqui. Ah! Mas volto ihihih
dentadinhas
Olha,olha,quem é ela!A Cusca is back.Ui ui,entraram os miúdos de férias,pronto.Ela chegou :)
ResponderEliminarJocas Natalícias Cusquita!
Lena
Também já sei o fim da história mas, não digo a ninguém! É como todas as histórias, só que esta acabou mesmo, mesmo, no fim!
ResponderEliminarMas, eu também venho aqui para, com os votos de Santo e Feliz Natal, deixar um poema de Álvaro Feijó.
Nasceu.
Foi numa cama de folhelho
entre lençóis de estopa suja
num pardieiro velho.
Trinta horas depois a mãe pegou na enxada
e foi roçar nas bordas dos caminhos
manadas de ervas
para a ovelha triste.
E a criança ficou no pardieiro
só com o fumo negro das paredes
e o crepitar do fogo,
enroscado num cesto vindimeiro,
que não havia berço
naquela casa.
E ninguém conta a história do menino
que não teve
nem magos a adorá-lo,
nem vacas a aquecê-lo,
mas que há-de ter
muitos Reis da Judeia a persegui-lo;
que não terá coroas de espinhos
mas coroa de baionetas
postas até ao fundo
do seu corpo.
Ninguém há-de contar a história do menino.
Ninguém lhe vai chamar o Salvador do Mundo.
João Celorico
*
ResponderEliminarnas asas do vento
em desejos renovados
deixo,
vendavais de saúde
tempestades de amizade
marés de sereno carinho
e vagas de benquerenças
transportadas
no bico de uma gaivota .
,
maresias Natalícias,
ficam,
,
*
Também não resisti e fui ver o final da história.
ResponderEliminarGostei, mas também não conto...
Boas Festas
Beijinhos
Lena, vai à árvore! Mandei-te mail mas voltou!
ResponderEliminarbeijos da Mila
FELIZ NATAL A TODOS QUE PASSAREM POR AQUI!
Bom Natal!
ResponderEliminarEu só conto a mais 10 ihihihih
ResponderEliminarquem quer ser o primeiro a saber tudinho??? encosta aqui o ouvido que eu conto baixinhooooooo
Heheh
ResponderEliminaragora vou lá ler o resto ;)
Feliz Natal bem passado em família são os desejos da LopesCa :)
E acabou por ser uma forma, perigosa, é certo, mas ainda assim uma maneira de propagar o espírito de Natal. Nada como um bom braseiro e umas chouricitas para promover a comunhão entre as pessoas, desde que o braseiro não chegue à nossa casa... Bem entendido!
ResponderEliminarParabéns pela história divertida!
Bom dia Helena
ResponderEliminarDesculpa não ter respondido ao teu apelo, mas foi mesmo por falta de tempo.
Passei a desejar um Feliz Natal... e já agora, a rotunda que comentaste fica no centro de Seia.
Beijinhos
Mas que história in-provável e deliciosa!
ResponderEliminarEssa é também mais realista!
Boas entradas no 2010!
Um abraço
Alcinda
Natal, como muita coisa que com o tempo vai mudando, tem-se vindo a tornar uma festa improvável. Se por um lado toda a gente fala em manter as tradições, pelo lado contrário são cada vez mais as alterações que os novos padrões de vida nos impõem à celebração do Natal. O laicismo tomou conta do que era a religiosidade; o comércio aproveitou a generosidade genuína. O Pai Natal tomou o lugar do menino, a cor da Coca-Cola e não é raro vê-lo a trepar paredes por todo o lado, num acto mais típico que quem vem para roubar do que para oferecer.
ResponderEliminarA industria transformou e massificou o sentido da dádiva natalícia.
Já quase ninguém envia postais de Boas Festas. Já se compram as rabanadas feitas na confeitaria, os presentes são embrulhados impessoalmente nas grandes superfícies e o Peru (Glu-glu para os amigos) já substitui o bacalhau, o polvo e o Litão em muitas casas.
Não se pense que se trata de um fenómeno apenas das cidades ou dos grandes centros; nas aldeias, a "Missa do Galo" poderia chamar-se "Missa das moscas" não fosse o facto de as moscas dormirem cedo. A Própria noção de Família alterou-se tanto que é difícil juntar a uma mesma mesa toda a família chegada.
Pela parte que me toca não vejo com agrado estas transformações mas não lhes atribuo qualquer mal. Se pudéssemos verificar como se festejava o Natal em 1360 ou noutra data longínqua seriamos nós que se admiraria com as alterações que lhe fizemos.
O Mundo muda, e temos que saber mudar com ele. Que mude o Natal mas que nos fique o seu espírito primordial que continuemos a saber qual é e a ensiná-lo.
Obrigado por todos os vossos comentários e os desejos de um Bom Ano Novo e de muitos Natais futuros!
Rui V.
(In-Provavel)
Olá Rui!
ResponderEliminarBom,as rabanadas são compradas porque nem sempre me saem bem e este ano com o trabalho não deu.De resto,o bacalhau continua na mesa,junto com o polvo.Este ano,com muita pena,faltamos à missa do Galo porque motivos de saúde.Mas costumamos ir sempre.Em casa,somos 3 e passamos tentando estar o mais possível perto da tradição.Os presentes gosto de oferecer aos meus pais e namorado.As amigas são apenas lembranças.Nao compro por comprar,dou sempre vindo do coraçao.Postais,é giro falar nisso porque por vezes penso que sou das poucas pessoas que ainda liga a isso: escrevo uns 22 nesta época,e até dou aos meus pais um a cada um :) Mas fora da quadra,também sou das que manda postais nos anos e acha piada aos selos.
Jocas gordas
Lena
Bom texto... Parabéns.
ResponderEliminarUm Abraço e tudo de Bom no Novo Ano (de 2010)!
Eugenia Cruz