quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

DESILUSÃO DE NATAL

A Cusca e seus irmãos foram educados no seio de uma família católica e o Natal assumia nas suas vidas um extrema importância. Sempre muito atenta ao que a rodeava, não era fácil fazerem-lhe "o ninho atrás da orelha" eheheh

Desde muito pequena começou a questionar os mais velhos sobre o que não entendia, e a existência do Pai Natal e o mistério que envolvia a sua descida pela chaminé na noite de consoada era coisa mal explicada e que não entrava muito bem na "caixa da dos pirolitos" eheheh

Fizera recentemente 6 anos e só ela sabia o esforço que tinha feito para cumprir a promessa que fizera ao avô de se tornar numa menina bem-comportada, trocando as diabruras por orações ao anjo da guarda e até se lembrando de agradecer, antecipadamente, o presente que sabia iria receber no sapatinho... uma caixa de coloridos lápis de cor, igual ao da sua colega Ana Maria, filha do senhor doutor Augusto!



No ano anterior tivera de se contentar com um cachecol que quase jurava ter visto, meio tricotado, no saco de tricot da mãe. Agora contava os dias, ansiosa e, na sua imaginação, rabiscara uma sequência de desenhos que faltava colorir.

Foi a primeira a acordar e, sem esperar pelos irmãos, correu à cozinha. No interior de cada sapato, espreitava um chupa-chupa e algumas moedas de 50 centavos.

Desiludida e zangada gritou para os irmãos:

- Não quero chupa-chupas da taberna do senhor João... o Pai Natal é forreta ou nem existe!!!

Escrito por Cusca Endiabrada

Se gostou deste texto, vote nele simbolicamente de 28 a 31 de Dezembro.

14 comentários:

  1. Olá Cusca!
    Li atentamente o teu texto, sem margem de dúvida anteriormente era assim o Natal de muita gente, Não havia prendas, como hoje no sapatinho, não havia dinheiro para poder colocar no sapatinho aquilo que gostaríamos de dar em especial ás crianças, mas havia alegria, harmonia, carinho e muito amor. Não os falsos sorrisos cheios de hipocrisia com que hoje muitos de nós celebramos entre família a ceia de Natal."desabafos"
    Adorei o teu texto, muito bonito
    Bom Natal festas felizes "sem chupa-chupas da taberna do sr João" hihihi...
    Beijo
    Acácio

    ResponderEliminar
  2. Olá, amiga Cusca!

    Muito nos conta! Pois eu, só tinha 4 anos e acabei com a história do Menino Jesus e das suas prendas. Eu queria um cavalinho, daqueles de cartão, quase da minha altura e saiu-me um simples martelinho! No dia 25, penso postar essa história no meu blogue.
    Mas, uma caixa de lápis de cor, com aquelas cores todas, era realmente de dar volta à cabeça de qualquer pessoa.
    Se calhar foi a primeira de muitas desilusões. Havia que começar cedo. Outros tempos!

    Boa história.
    Santo Natal e, vá ferrando o dente!

    João Celorico

    ResponderEliminar
  3. Olá amigos, não pensem que vosesqueci, nada disso.
    è que ando muito ocupada com as imagens que faço e a casa sempre desarrumada, com os miudos...
    Agora vem as férias da escola e a minha filha ocupa-me o computador o dia quase todo, só sobra á noite para mim.
    Não participei no concurso de Natal porque nem tive tempo e agora ando adoentada com a tensão alta.
    Ando a dormir muito pouco por causa de fazer tanta imagem e enfeitar blogs dos outros..ufa.
    Beijinhos a todos e boa sorte a quem concorreu.
    Desde já desejo um santo e feliz natal a todos.
    Manuela

    ResponderEliminar
  4. Olá cusquinha!

    Pois eu acho que descubri que o Pai Natal não existia, tinha para aí uns 10 anos.E logo fui contar à minha mana mais nova...tinha ela uns 5 anitos. Ela sim, teve logo um choque...só acreditou quando perguntou à minha mãe se era verdade...acho que lhe estraguei a magia... como era má...

    Bjs Susana

    ResponderEliminar
  5. É amiga a maior parte das crianças de outrora descobriu muito cedo que o Natal era feito pelos homens e na maioria dos casos esses homens não se lembram de crianças pobres.
    Um abraço e tudo de bom para si

    ResponderEliminar
  6. Cusca ..! que delicia de texto este ;)

    Gostei*

    Festas Felizes

    ResponderEliminar
  7. MINHAS LINDAS!
    SEU EMAIL JÁ ESTÁ PRONTINHO PARA SER DIVULGADO AMANHÃ NA CURIOSA.
    FAREI COM MAIOR PRAZER.
    AMANHÃ BEM CEDINHO SE DER, PUBLICAREI. SE NÃO FICARÁ PARA MAIS PERTO DO MEIO DIA.
    FIZ O LINK, PARA SER COMENTADO LÁ NA MINHA POSTAGEM DO NATAL NA MINHA TERRA.
    VENHA VC. TAMBÉM VALIDAR ESTA POSTAGEM AMANHÃ.
    FAREI COM O MAIOR CARINHO.VAMOS SIM AJUDAR A ISABELA.
    COM MUITO CARINHO
    SANDRA

    http://sandraandrade8.blogspot.com

    ResponderEliminar
  8. Bem, mesmo sabendo que ele é eu continuo com ele, esperando todos os anos. Esta magia é a nossa maior riqueza.
    Sonhos que se viram realidades. Mas a magia de vive-las é muito melhor...
    Feliz Natal com o Papai Noel HO HO HO HO !!!!!


    SO LEMBRANDO ESTE RECADO ACIMA É PARA A HELENA E A SUZANA.

    COM MUITO CARINHO
    SANDRA

    ResponderEliminar
  9. Cusca
    Como sei como eram esses Natais...
    Também fiz muitos pedidos ao "Pai Natal", mas como já era velhinho devia ter problemas auditivos e nunca me ouviu. Pedi ao Menino Jesus, mas também não tive sorte. Pudera, acabadinho de nascer como é que me podia trazer aquilo que eu lhe pedia? E a mãe dele era tão pobrezinha que nem tinha roupa para vestir o filho.
    Um dia descobri um embrulho com uma uma camisola, dentro do guarda vestidos que foi parar ao meu sapatinho, na noite de Natal. Tinha eu uns 7 aninhos. Foi aí que descobri que os meus colegas da escola tinham razão quando me diziam que não eram nem o Pai Natal nem o Menino Jesus não nos davam as prendas de Natal.
    Beijinhos e um Feliz Natal

    ResponderEliminar
  10. Outros tempos em que o orçamento familiar não dava para presentes que só os meninos ricos podiam ter. As desilusões das crianças ficam marcadas na memória e faziam tombar as lendas de pais natais porque, a existirem, eles deviam tratar todos os meninos de forma igualitária.
    Bom Natal

    ResponderEliminar
  11. Não sei bem se são outros tempos amiga, antes fosse! Creio que nestes tempos também existe muitas crianças neste País em que o Pai Natal não entra pela chaminé nem por lado nenhum! Já para não falar pelo mundo fora!
    Já seguiu para o Refugio Aboim Ascensão aqui em Faro alguns brinquedos e jogos que as minhas filhas tinham guardados, e ainda comprei uns livros de colorir e lápis de cor para fazer brilhar uns quantos olhinhos neste Natal! Não limpam a minha consciência claro que não , sempre que podemos ajudamos pois que noutras alturas tbm fazem o mesmo comigo.
    Muitos beijinhos e Feliz Natal a todos e que essa menina consiga ultrapassar essa rasteira que a vida lhe pregou e possa vir a conhecê-la pessoal pois cá a espero por Vila do Bispo!
    Beijos mil!

    ResponderEliminar
  12. Olá Cusca!

    Então, como agora, o Pai Natal ( no meu tempo a tarefa ainda estava a cargo do Menino Jesus ...)não tratava a todos de igual modo, o que para quem era (é) pequeno e inocente, era (é) muito difícil de entender, e ainda mais de aceitar. O Pai Natal sempre foi mais generoso com os filhos de pais ricos, como a Cusca descobriu, e sempre assim será ...

    Parabén pelo texto; pegou no tema duma forma menos convencional, mas cheia de verdade, nem sempre presente nas histórias relativas à noite do Pai natal.

    Boa sorte; Bom Natal!
    Um abraço.
    Vitor chuva

    ResponderEliminar
  13. Cusca
    Essa era a situação na maior parte dos lares!
    Na melhor das hipóteses umas figurinhas de chocolate era um rico menino Jesus!
    Tempos de grande pobreza e humildade...hoje falta mais amor e atenção do que prendinhas do Pai natal.
    Gostei da sua abordagem realista.
    Boas festas com solidariedade
    Bjs
    Alcinda

    ResponderEliminar
  14. Com os votos de Santo e Feliz Natal, aqui deixo um poema de António Gedeâo.

    Hoje é dia de ser bom
    É dia de passar a mão pelo rosto das crianças,
    de falar e de ouvir com mavioso tom,
    de abraçar toda a gente e de oferecer lembranças.

    É dia de pensar nos outros - coitadinhos - nos que
    padecem,
    de lhes darmos coragem para poderem continuar a aceitar a
    sua miséria,
    de perdoar aos nossos inimigos, mesmo aos que não
    merecem,
    de meditar sobre a nossa existência, tão efémera e tão
    séria.

    João Celorico

    ResponderEliminar