O Magusto é sempre uma festa popular, Cujas maneiras de o celebrar variam um pouco consoante as tradições regionais. É tradição juntarem-se grupos de amigos e famílias à volta de uma fogueira normalmente ao ar livre onde se vai assando castanhas para comer, bebe-se água -pé, vinho novo e jeropiga, cantam-se cantigas , as pessoas enfarruscam-secom as cinzas, fazem-se brincadeiras, tudo na maior alegria. Quando aparece uma castanha "parida", é oferecida uma das partes a outra pessoa ficando assim a ser compadres. Uma tradição na minha aldeia ainda sendo hoje usada pelos mais velhos.Embora o magusto seja normalmente realizado em dias festivos, é tradição em dia de todos os santos e São Martinho haver magusto colectivos e familiares em todo o nosso Portugal. Antigamente na minha aldeia era motivo de pretexto para os mais jovens nas tardes de domingo em época de castanhas fazerem o magusto para se poderem reunir e divertir à volta do lume feito com caruma dos pinheiros, com que assavam as castanhas. Uns ocupavam-se de ir apanhar a caruma , outros ofereciam castanhas e outros levavam a água-pé ou a jeropiga, e assim se passava uma bela tarde de domingo que muitas vezes terminava com um bailarico pela noite dentro.Reza a lenda que, em dia tempestuoso ia São Martinho, soldado romano, montado no seu cavalo, quando viu um mendigo quase nu, tremendo de frio, que lhe estendia a mão suplicante, São Martinho não hesitou: Apeou-se do cavalo com a sua espada cortou ao meio a sua capa de militar e de imediato deu metade ao mendigo. E apesar de mal agasalhado sob chuva intensa, preparava-se para continuar o seu caminho cheio de felicidade. Mas subitamente, a tempestade desfez-se, o céu ficou límpido um sol brilhante inundou a terra de luz e calor. Para que não se apaga-se da memória dos homens o acto de bondade praticado pelo Santo, quis Deus que todos os anos nessa mesma época, e por alguns dias, o tempo frio para-se, e que o Céu e a terra sorrissem com a benção dum sol quente e miraculoso. É o chamado Verão de São Martinho. E que eu como já é costume deslocarme-ei a Góis minha terra natal para participar nas festas do dia de Todos os santos e celebrar a tradição de estar presente com a família no tradicional magusto colectivo, uma simpatia da Camara Municipal de Góis e produtores locais de castanha.
Escrito por Acácio Moreira, do blogue Carvalhal do Sapo
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Olá,amigo Acácio!
ResponderEliminarEntão,como foi o seu Magusto em Góis?
Por aqui,foi diferente do seu texto,isso era sim um bom exemplo de tradição: ir buscar caruma,festejar todos juntos... Eu não conheci essas tradições. Apenas celebramos comendo castanhas e bebendo jeropiga. Este ano, foi vinho do Porto e licor de Pêssego. Muito bom :)
Bom fim-de-semana
Jocas gordas
Lena
Boa tarde, Acácio!
ResponderEliminarPois o meu primeiro magusto teve algo de parecido:fogueira, castanhas a assar e muitas enfarruscadelas...
Tudo isto agora é difícil de repetir, por muitas castanhas que comamos... elas já nos aparecem assadas ou cozidas...
Aqui,no Oeste, bebe-se mais água-pé que jeropiga, bebida mais beirã que Oestina.
E às vezes também se bebe o vinho novo.
Não sabia que a Câmara de Góis fazia um magusto colectivo, é muito interessante!
Boa sorte
Alcinda
Que bonito "sorriso" o dessa imagem eheheh
ResponderEliminarQuantas vezes subi às paredes para cortar ramos de ouriços que abria com ajuda de um calhau, deixando um rasto denunciador do estrago, o que dava origem a enorme "ralhanço" da minha mãe, já que os castanheiros não eram nossos eheheheh
PARABÉNS! Gostei muito do texto ... é também assim que recordo os Magustos da minha infância na aldeia.
Para além disso, havia ainda os "pequenos castanheiros" que nasciam por todo o "soito" em resultado das castanhas que ficavam do ano anterior e que nós arrancavamos para comer as "castenhas tenrinhas" em fase de germinação ahahahahah
Olá Meninas! Bom dia, e bom fim de semana
ResponderEliminarÀ menina Helena tenho a Informar que o meu magusto em Góis foi péssimo.Terminada a actuação dos Ranchos folclóricos, era hora de dar início ao magusto, o que foi cumprido.Mas um senhor que não colaborar, e começou dar-nos uma chuvinha, bastante molhada que até o lume nos apagou, o S.Pedro é assim!
Mas não me venceu porque o magusto foi realizado no sábado seguinte em Azeitáo na companhia de familia e alguns amigos, com a mesma tradição de sempre inclusive assadas com caruma, com jeropiga, água pé com 13º e até com enfarruscadelas, e como seria óbvio com castanhas de Góis.
À menina Alcinda
Informo que é realmente tradição a C.M.G. ofertar o magusto com água-pé a todos os presentes. Dia 1 de Novembro em Góis realiza-se uma pequena feira de produtos regionais, como a castanha,o mel noz,figos licores etc. Apelidáda de feira do mel e da castanha. Há uma degustação de mel,é premiado o apicultor produtor do mel eleito como o melhor.Há desfile de grupos musicas tradicionais etc.
É dia de festa na vila, e por tudo isto eu nunca falto a este dia em Góis. Fiz uma pequena demonstração com fotos e vídeos no álbum do meu blog. É um dia com muita actividade na Vila, vale a pena visitar.Serão minhas convidadas se decidirem visitar Góis, não só neste dia como em qualquer outra data.
À menina pascoalita
Aquele sorriso, gosto muito dele,acho que é parecido com o meu (amarelo)ihihih
Essa de "britar ouriços" (assim se diz na minha terra) com um calhau é bem comum onde quer que haja castanheiros e em especial quando são do vizinho.Que bem me recordo do tempo em que percorria os soutos na procura dos tais pequenos castanheiros que brotavam por entre as folhas caducas e que quando arrancados traziam uma bela castanha agarrada a raiz.
Belos tempos, e que bom que é poder-mos aqui ir relembrando as nossas origens, a nossa meninice,
falando das tradições das nossas terras, é muito gratificante.
Um obrigado a todas
beijos
Acácio
Acho que o Acácio fez uma descrição muito completa dum magusto típico desta região. Nem sequer esqueceu aquele pormenor das castanhas "paridas". É mesmo assim que se diz. Surpreendente foi aquela revelação acerca do magusto colectivo promovido pela Câmara em conjugação com alguns produtores de castanha. Um bom exemplo!
ResponderEliminarOlá, amigo Acácio!
ResponderEliminarBoa a descrição, fazendo reviver a infância e os costumes da terra.
O meu comentário, aqui vai:
É sempre boa a lembrança
da vida na terra natal.
Lembrar tempos de criança
nunca nos fizeram mal!
Lembram-se os familiares
e a vida de antigamente,
as sortes e os azares
de toda aquela gente.
Todo o motivo é aproveitado
para estar junto dos seus.
Nem que seja um só bocado
estarão juntos, com Deus!
Nossa terra não olvidamos!
Lembra-nos a todo o momento!
É lá que sempre voltamos
nem que seja em pensamento!
Abraço,
João Celorico
Gostei do seu texto, e do lembrar da lenda de S. Martinho. Sabe que até hoje eu não entendo a ligação do Santo e do milagre de que fala a lenda, com a tradição de comer castanhas nesse dia?
ResponderEliminarUm abraço e boa sorte.