Diz o POVO:
“No dia de S. Martinho, vai à adega, incerta o pipo e prova o vinho.”- E como o vinho é “generoso”, convidou as castanhas para se associarem à festa em honra do Santo, patrono dos pobres.
As Castanhas a saírem do ventre materno
***
Em determinadas regiões de Trás-os-Montes, as castanhas são rainhas da gastronomia festiva no mês de Novembro e viajam, mesmo, de Vinhais e de Carrazedo de Montenegro, concelho de Valpaços, para o Brasil, para a Europa e outras zonas do globo. Umas assadas, outras cozidas, lá vão sendo comidas; avinhadas e bem saboreadas, alimentam e inebriam os pares para dançar ao som das músicas populares cantadas e tocadas.
A Lenda de São Martinho contada pela Lena, à guisa de introdução, é uma lição de amor e fraternidade para as sociedades modernas que estão a educar as novas gerações para o egoísmo e para as melhores técnicas de marketing visando ludibriar incautos e chuparem-lhes o sangue como as famosas sanguessugas da medicina pré-científica. O exemplo de S. Martinho merece ser celebrado, cada ano que passa, com mais entusiasmo para que o pensamento filosófico do ser humano se preocupe mais com a justiça criativa e distributiva, ensinando uns a “pescar”, a resguardarem-se das tempestades, do granizo e do frio das nevadas, pelas suas capacidades de trabalho e poupança – e socorrer os mendigos, os pobres de espírito e de haveres. Com este comportamento social, todos os seres humanos poderão, um dia, celebrar a festa de S. Martinho, comer as castanhas, provar o vinho e sentir o calor do Verão de São Martinho com um sorriso nos lábios e uma nova esperança. Os bons exemplos são para imitar.
Pessoalmente, vou participar na festa organizada pela Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro de Lisboa, no Externato Marista de Benfica, Rua de S. Neutel, nº11. É uma festa a valer. Há castanhas assadas, transformadas em doces, alheiras, pão centeio, vinho do bom e à farta, bandas de música, o conjunto MARANUS e outras surpresas. Aqui, não há distinção de classes. Há apenas amigos e conterrâneos a continuar as festas a que se habituaram a celebrar humildemente a 500kms de distância, nos tempos de meninos.
Escrito por Artur Monteiro do Couto, do blogue Beleza Serrana
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O Artur publicou aqui um texto fabuloso, abordando a folia dos magustos sem esquecer as questões sociais. Foi muito original.
ResponderEliminarParabéns.
Artur
ResponderEliminarDesejo que tenha tido um excelente magusto e que esse princípio filosófico que menciona vá crescendo entre nós.
Um abraço
Alcinda
Muito interessante o seu texto porque não aborda apenas a tradição da região Norte interior, mas a sua transposição para um grande meio urbano. E não se esquece do que está associado à celebração do dia do santo, de seu nome Martinho.
ResponderEliminarCumprimentos
Júlia
Parabéns!
ResponderEliminarUm tema abordado sobre a época.
Gostei do seu texto. Na minha modesta opinião, simples directo e muito bem escrito.
ResponderEliminarBoa sorte.
Um abraço
Olá Artur!
ResponderEliminarMuito bom texto.Já fui ao seu blog e felicitei a Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro de Lisboa.
Jocas gordas
Lena
Olá!
ResponderEliminarTexto escrito por quem, embora longe, não esquece as suas origens nem o motivo e o porquê de manter as tradições.
O meu fraco contibuto, aqui vai:
S.Martinho é o pretexto
para dizer alguma verdade
e expôr aqui neste texto
problemas da sociedade!
Uma festa, daquelas a valer,
em pleno Externato Marista,
é verdade, podem crer,
não há ninguém que resista!
E, com isto, vou concluir,
pois não temo, nem devo,
sem ter medo de me repetir
com o que a seguir escrevo.
Se S. Martinho adivinhasse,
deste mundo seu desvario,
talvez sua capa não cortasse
e o pobre morresse de frio!
O que vejo, com muita pena,
é que neste mundo, civilizado,
são os de capa mais pequena
que dão sempre maior bocado!
Um abraço,
João Celorico
Sinto-me feliz pelas palavras amigas dos colegas de blogagem. Ninguém pode medir com exactidão o efeito dos nossos testemunhos e exortações.Mas que vale a pena,vale «Se a alma não é pequena...»
ResponderEliminar... e se algus destes inimigos públicos que andam a servir de escândalo, em vez de darem e seguirem os bons exemplos de cidadãos humildes, pobres e honestos, nunca chegarão a sorrir e a cantar como eles por terem uma consciência bem contrastante entre a verdade e a mentira desavergonhada.
Faço votos para que todos nós continuemos a seguir as virtudes de São Martinho para sentirmos o prazer de continuar a viver com o carinho de todos os que nos conhecem.