domingo, 15 de novembro de 2009

MAGUSTO NO DIA DE SÃO MARTINHO

Diz o POVO:
“No dia de S. Martinho, vai à adega, incerta o pipo e prova o vinho.”
- E como o vinho é “generoso”, convidou as castanhas para se associarem à festa em honra do Santo, patrono dos pobres.

As Castanhas a saírem do ventre materno
***
Em determinadas regiões de Trás-os-Montes, as castanhas são rainhas da gastronomia festiva no mês de Novembro e viajam, mesmo, de Vinhais e de Carrazedo de Montenegro, concelho de Valpaços, para o Brasil, para a Europa e outras zonas do globo. Umas assadas, outras cozidas, lá vão sendo comidas; avinhadas e bem saboreadas, alimentam e inebriam os pares para dançar ao som das músicas populares cantadas e tocadas.
A Lenda de São Martinho contada pela Lena, à guisa de introdução, é uma lição de amor e fraternidade para as sociedades modernas que estão a educar as novas gerações para o egoísmo e para as melhores técnicas de marketing visando ludibriar incautos e chuparem-lhes o sangue como as famosas sanguessugas da medicina pré-científica. O exemplo de S. Martinho merece ser celebrado, cada ano que passa, com mais entusiasmo para que o pensamento filosófico do ser humano se preocupe mais com a justiça criativa e distributiva, ensinando uns a “pescar”, a resguardarem-se das tempestades, do granizo e do frio das nevadas, pelas suas capacidades de trabalho e poupança – e socorrer os mendigos, os pobres de espírito e de haveres. Com este comportamento social, todos os seres humanos poderão, um dia, celebrar a festa de S. Martinho, comer as castanhas, provar o vinho e sentir o calor do Verão de São Martinho com um sorriso nos lábios e uma nova esperança. Os bons exemplos são para imitar.
Pessoalmente, vou participar na festa organizada pela Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro de Lisboa, no Externato Marista de Benfica, Rua de S. Neutel, nº11. É uma festa a valer. Há castanhas assadas, transformadas em doces, alheiras, pão centeio, vinho do bom e à farta, bandas de música, o conjunto MARANUS e outras surpresas. Aqui, não há distinção de classes. Há apenas amigos e conterrâneos a continuar as festas a que se habituaram a celebrar humildemente a 500kms de distância, nos tempos de meninos.

Escrito por Artur Monteiro do Couto, do blogue Beleza Serrana
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8 comentários:

  1. O Artur publicou aqui um texto fabuloso, abordando a folia dos magustos sem esquecer as questões sociais. Foi muito original.
    Parabéns.

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  2. Artur
    Desejo que tenha tido um excelente magusto e que esse princípio filosófico que menciona vá crescendo entre nós.
    Um abraço
    Alcinda

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  3. Muito interessante o seu texto porque não aborda apenas a tradição da região Norte interior, mas a sua transposição para um grande meio urbano. E não se esquece do que está associado à celebração do dia do santo, de seu nome Martinho.
    Cumprimentos
    Júlia

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  4. Parabéns!
    Um tema abordado sobre a época.

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  5. Gostei do seu texto. Na minha modesta opinião, simples directo e muito bem escrito.
    Boa sorte.
    Um abraço

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  6. Olá Artur!
    Muito bom texto.Já fui ao seu blog e felicitei a Casa de Trás-os-Montes e Alto Douro de Lisboa.

    Jocas gordas
    Lena

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  7. Olá!
    Texto escrito por quem, embora longe, não esquece as suas origens nem o motivo e o porquê de manter as tradições.

    O meu fraco contibuto, aqui vai:

    S.Martinho é o pretexto
    para dizer alguma verdade
    e expôr aqui neste texto
    problemas da sociedade!

    Uma festa, daquelas a valer,
    em pleno Externato Marista,
    é verdade, podem crer,
    não há ninguém que resista!

    E, com isto, vou concluir,
    pois não temo, nem devo,
    sem ter medo de me repetir
    com o que a seguir escrevo.

    Se S. Martinho adivinhasse,
    deste mundo seu desvario,
    talvez sua capa não cortasse
    e o pobre morresse de frio!

    O que vejo, com muita pena,
    é que neste mundo, civilizado,
    são os de capa mais pequena
    que dão sempre maior bocado!

    Um abraço,
    João Celorico

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  8. Sinto-me feliz pelas palavras amigas dos colegas de blogagem. Ninguém pode medir com exactidão o efeito dos nossos testemunhos e exortações.Mas que vale a pena,vale «Se a alma não é pequena...»
    ... e se algus destes inimigos públicos que andam a servir de escândalo, em vez de darem e seguirem os bons exemplos de cidadãos humildes, pobres e honestos, nunca chegarão a sorrir e a cantar como eles por terem uma consciência bem contrastante entre a verdade e a mentira desavergonhada.
    Faço votos para que todos nós continuemos a seguir as virtudes de São Martinho para sentirmos o prazer de continuar a viver com o carinho de todos os que nos conhecem.

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