(Imagem retirada da Internet)
Era aluno do primeiro ano. Tinha completado 6 anos há poucos dias. Tudo era novo para mim: a escola, os colegas e novos amigos, o professor que até era meu vizinho, enfim tudo.
Naquela semana mandaram um papel para casa a informar os pais de que havia um magusto no final da semana, na sexta-feira. Era a primeira vez que ouvi a palavra “magusto” e logo perguntei a minha mãe o seu significado. Foi então que comecei a imaginar que aquilo seria uma festa divertida.
No tal dia marcado, levei um saco de castanhas já com uma racha no fundo de cada, para facilitar a assadura das mesmas e uma garrafa de sumo para partilhar com os outros.
Na hora do recreio, tudo começou. As auxiliares trouxeram primeiro a caruma e acenderam o lume, depois colocaram a lenha a arder para criar as brasas. Ainda demorou um pouco. Só depois se colocaram as castanhas a assar.
Entretanto o tempo estava ameno naquele dia. Nem frio nem calor e o sol brilhava. Era um óptimo dia para uma festa na escola, a minha primeira festa lá.
Quando as castanhas estavam assadas, foi um corrupio a distribuí-las por todos os meninos e professores, com as mãos todas pretas, enfarruscadas das brasas e da borralha e até de algumas castanhas torradas.
Confesso que adorei o sabor das castanhas, adocicado e quente ao mesmo tempo, ou não fossem castanhas da região da Beira Interior.
Mas qual quê, quem era o míudo que depois de se satisfazer não começou a sujar as mãos ainda mais para a seguir ir pintar a cara do vizinho do lado? Foi um regabofe! Era só míudos a correr. Uns a fugir para não os sujarem mais e outros para enfarruscar os outros que ainda estavam branquinhos e ilesos.
Adorei esta brincadeira na escola. Nunca mais a esqueci e já passaram mais de 30 anos desde então.
Hoje os meus filhos não sabem o que isso é. O mais velho, já no primeiro ciclo do ensino básico, tem os seus magustos. Mas, as castanhas são assadas em forno eléctrico num qualquer restaurante ou padaria e eles nem sabem o prazer que dá sujar as mãos para comer e depois poder brincar a enfarruscar os outros ou ser enfarruscado e ninguém nos conhecer depois.
Era aluno do primeiro ano. Tinha completado 6 anos há poucos dias. Tudo era novo para mim: a escola, os colegas e novos amigos, o professor que até era meu vizinho, enfim tudo.
Naquela semana mandaram um papel para casa a informar os pais de que havia um magusto no final da semana, na sexta-feira. Era a primeira vez que ouvi a palavra “magusto” e logo perguntei a minha mãe o seu significado. Foi então que comecei a imaginar que aquilo seria uma festa divertida.
No tal dia marcado, levei um saco de castanhas já com uma racha no fundo de cada, para facilitar a assadura das mesmas e uma garrafa de sumo para partilhar com os outros.
Na hora do recreio, tudo começou. As auxiliares trouxeram primeiro a caruma e acenderam o lume, depois colocaram a lenha a arder para criar as brasas. Ainda demorou um pouco. Só depois se colocaram as castanhas a assar.
Entretanto o tempo estava ameno naquele dia. Nem frio nem calor e o sol brilhava. Era um óptimo dia para uma festa na escola, a minha primeira festa lá.
Quando as castanhas estavam assadas, foi um corrupio a distribuí-las por todos os meninos e professores, com as mãos todas pretas, enfarruscadas das brasas e da borralha e até de algumas castanhas torradas.
Confesso que adorei o sabor das castanhas, adocicado e quente ao mesmo tempo, ou não fossem castanhas da região da Beira Interior.
Mas qual quê, quem era o míudo que depois de se satisfazer não começou a sujar as mãos ainda mais para a seguir ir pintar a cara do vizinho do lado? Foi um regabofe! Era só míudos a correr. Uns a fugir para não os sujarem mais e outros para enfarruscar os outros que ainda estavam branquinhos e ilesos.
Adorei esta brincadeira na escola. Nunca mais a esqueci e já passaram mais de 30 anos desde então.
Hoje os meus filhos não sabem o que isso é. O mais velho, já no primeiro ciclo do ensino básico, tem os seus magustos. Mas, as castanhas são assadas em forno eléctrico num qualquer restaurante ou padaria e eles nem sabem o prazer que dá sujar as mãos para comer e depois poder brincar a enfarruscar os outros ou ser enfarruscado e ninguém nos conhecer depois.
Escrito por Mestre.
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Para amenizar a nostalgia dum passado ainda tão recente, aqui vai um comentário "enfarruscado":
ResponderEliminarDum magusto o infante
guardou na sua memória
e que, anos adiante,
nos conta nesta estória.
Daquilo que nos é contado
algo ficou por explicar.
Gostou de ser enfarruscado
ou mais de enfarruscar?
Esta estória engraçada,
educativa, tem um dom.
Diz que castanha assada
com sumo é que era bom!
Ideia esta, é sugerida,
com direito a prémio!
Sumo é a melhor bebida
para quem for abstémio!
Sujava as mãos e, experto,
comia as castanhas assadas.
Então, também seria certo,
não ter as mãos lavadas!
É aqui que eu não resisto,
embora talvez o devesse.
E se no meio de tudo isto
por lá a ASAE aparecesse?
Ora, se a ASAE aparecesse,
apanhava um grande susto!
Talvez a castanha comesse
e não acabasse o magusto!
João Celorico
Peço desculpa,mas a primeira quadra é como segue ( o 3º verso é, o que, não, e que):
ResponderEliminarDum magusto o infante
guardou na sua memória
o que, anos adiante,
nos conta nesta estória.
João Celorico
Olá Mestre!
ResponderEliminarUma bonita história de infância a sua.Tem de recriar no seu jardim esse magusto,assim os seus filhos podiam ter uma ideia de como era antigamente.
Ai,que o amigo Celorico já anda todo trocado...
Bom fim-de-semana
Jocas gordas
Lena
O texto constitui uma descrição singela do clássico magusto da escola primária. Ainda acontecem por esse país fora. Há professores que não abdicam das antigas tradições!
ResponderEliminarEstes magustos também servem par criar nos miúdos o espírito de grupo, o trabalho colectivo. Umas farruscas na cara acabam por ser um tónico. São momentos que nunca mais esquecem!
Tal como lerá no meu texto que é publicado amanhã, também eu tive o meu baptismo "magústico" com um desses magustos que descreve... só que aos 19 anos.
ResponderEliminarMas quer acreditar que foi o magusto da minha vida, apesar de todos os outros que se lhe seguiram?
Boa sorte!
Cumprimentos
Alcinda
Uma descrição bem realista do que eram os Magustos na escola em meados do século passado. E da brincadeira, à volta do Magusto que deixou tão boas recordações em quem as viveu.
ResponderEliminarUm abraço e boa sorte