quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

BRASIL – PORTUGAL E A ORIGEM DAS MARCHAS DO CARNAVAL



A ORIGEM DAS MARCHAS CARNAVALESCAS NO BRASIL FOI ASSIM.

É natural que os mais jovens perguntem o que é isso de “Entrudo”? Resposta clara: era assim que os seus avós chamavam à época das folias, brincadeiras que se habituaram a fazer desde a Idade Média, antes de se iniciar uma época mais austera para os Cristãos, a Quaresma, com a Quarta-Feira de Cinzas, como preparação para a festa da Páscoa. E diziam, como hoje se diz: «Esta vida são dois dias e o Entrudo (Carnaval) são três). Aproveitemos para reinar, brincar.»

As suas vestimentas, para disfarce, não vinham da China, como actualmente; utilizavam as meias e outras vestimentas habituais; os homens disfarçavam-se de mulheres e as mulheres de homens. Chamavam-se caretos (regionalismo de origem transmontana) os que assim se vestiam e disfarçavam (porque escondiam a cara). Ainda se fabricam máscaras no Nordeste Transmontano; sobretudo, aldeia de Varge, Ousilhão-Vinhais e Macedo de Cavaleiros.

Em tempos idos, em vez de fazerem as batalhas de flores, como se fazem hoje nas cidades, brincavam com a farinha moída nos moinhos, atirando-a os jovens, de sexos diferentes, uns aos outros, ficando todos mascarados, mas acabando, quase sempre, em atitudes amorosas, em vez de uma ou outra cena de pancadaria à mistura. As crianças divertiam-se, fugindo deles, com medo que lhes fizessem mal.

Como curiosidade, deixo duas notas:

1- «O Carnaval do Brasil teve origem em Portugal?. Em 1723 era o “Entrudo”. Até o imperador D. Pedro II (1831-1889) “entrudava”-diz o historiador Hiram Araújo. O primeiro baile de Carnaval foi em 1835 e as marchas começaram com um português, Zé Pereira, que saía, à rua, a bater no bombo.»
( Adriana Barsotti- O Globo -Domingo (Correio da Manhã) de 5 de Março 2006).

2 - "Em 1842, houve um Ministério do Entrudo, denominação popular, por ter tomado posse a 7 de Fevereiro de 1842, um Domingo Gordo, sob a presidência do Duque de Palmela."
(Dicionário da História de Portugal de Joel Serrão).

Escrito por Artur Monteiro do Couto, do blog Beleza Serrana

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11 comentários:

  1. Claro que gostei do texto
    E mais fiquei a aprender
    Eu que adoro o Carnaval
    E na minha Aldeia Natal
    Sou foliona a valer

    Há 30 anos que brinco
    Ao Carnaval sem parar
    Chova muito ou faça sol
    Eu entro sempre no "rol"
    O importante é brincar...

    Faço o meu fato a "preceito"
    E vou em grupo sim senhor!!!
    Fiz de "Maria da Fonte"
    Fiz de "senhora do monte"
    E também fiz de "doutor"

    Também já fiz de "Rainha"
    Com um "Rei" bem brincalhão
    Mas o importante é divertir
    Pois levar a vida a sorrir
    É bom para o coração...

    O meu voto é neste texto
    Que fala da tradição
    Coisas que não podem esquecer
    Que devemos reviver
    P´ra ficar na recordação

    Este ano vou de "Ministro"
    P´ra falar de corrupção
    Coisa que tem saído em praça
    Não é que ache muita graça
    Mas sido uma "infecção"

    BJO
    Áurea

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  2. Peço desculpa. Na última frase, a seguir a mas, falta-me a palavra, tem.

    Fica assim: Mas tem sido uma "infecção"

    Obrigado
    Áurea

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  3. Um texto interessante que e esclarecedor sobre as origens do Carnaval ou entrudo, como também se diz na minha aldeia.

    Concordo que noutros tempos tanto o Carnaval, como outras tradições tinham mais beleza pela simplicidade. As modernices importadas têm-se sobreposto aos antigos costumes, mas há que preservar e manter vivo o que é genuinamente nosso.

    Parabéns pelo Texto

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  4. Olá!
    Como já tinha dito antes,não gosto muito do Carnaval.No entanto,algumas tradições aguçam a minha curiosidade e acho importante mantê-las,estou a falar em particular dos Caretos. Um dia,tenho de ir lá ver ao vivo :)
    As modernices importadas,lol,não são invenções,são tradições de outros países e para mim têm lógica lá,daí por ex. se pudesse ia ver sambar e folia brasileira no Brasil.Se bem que já me dizeram que por baixo daquele cortejo todo,escondem máfias,dinheiros...enfim,o Carnaval é mais manchado lá do que cá...

    Jocas gordas
    Lena

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  5. Olá Áurea!
    Bonito nome.Olhe,não tem blog?É que andei à procura para ir ver e deixar comentários,mas não vi :( Ora os seus poemas são muito engraçados :)

    Jocas gordas
    Lena

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  6. Olá Lena,
    Agradeço a sua visita ao meu blogue, por várias vezes visitei o seu blogue, e já votei.
    Também vim de França com 17 anos, tenho 41, vivia nos Pyrénées-Atlantiques. Nessa altura não havia nenhuma tradição de Carnaval onde morava, nem de atirar ovos, farinha e espuma de barbear, a não ser um ano em que as escolas todas da vila organizaram um desfile de Carnaval com os alunos, ao qual participei.
    Havia sim a tradição das crepes, que são uma delícia, de vez em quando ainda as faço.
    Quanto a participar nas blogagens talvez um dia o faço. Considero que a Eugénia e o Sr. Acácio representam muito bem o concelho de Góis.
    Bjs
    Paula

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  7. Muito fixe! Mas Portugal parece ter-se cansado da pasmaceira e cada vez mais importa o calor dom "carnaval do rio" ihihihih

    Eu gosto é daquele Carnaval de dar à perninha ... baiano, ou lá como se diz

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  8. Olá Lena! Obrigada.
    Quanto ao blog, não tenho, não...
    Neste momento para criar um blog, não o conseguiria ter actualizado,pela minha vida muito ocupada.
    Vou pesquisando quando tenho tempo, entrando e falando nos que gosto, que são muitos.
    Passarei mais vezes
    BJO
    Áurea

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  9. Olá Artur!

    Para todos nós, as nossa melhores memórias de Carnaval conduzem-nos, inevitavelmente, ao tempo em que éramos jovens e delas participávamos, e não meros espectadores como agora vai acontecendo com os carnavais organizados.O carnaval era então artesanal e de âmbito local,recorrendo-se ao improviso, com o que à mão havia para usar como disfarce. Homens vestiam-se de mulher, e mulheres de homem; visitava-se a casa de amigos, que tentavam adivinhar que se escondia por debaixo do disfarce -às vezes mal amanhado - comia-se e bebia-se sempre alguma coisa. Ia-se ao baile, e lá se brincava de forma inocente - nem sempre com bom gosto - misturando a brincadeira com a dança.Um dos hábitos que mais recordo era aquele em que um grupo de homens/jovens, do cimo dum monte sobranceiro à aldeia, protegidos pela distância e a coberto da noite, denunciavam(usando um comprido funil à laia de altifalante) os "casos mais quentes" que ocorriam na aldeia: Com quem andava "enrolada" a filha do fulano de tal - às escondidas deste; a mulher que andava a enganar o marido, ou vice-versa:aquelas novidades que só os mais directamente interessados pareciam desconhecer, ou então escondiam.E às vezes as coisas descambavam: os atingidos não gostavam mesmo nada do que ouviam, e muitas vezes a brincadeira acabava com tiros, assim se pondo fim às novidades que faziam as delícias de toda a aldeia ... excepto os atingidos.

    Um abraço, e boa sorte!
    Vitor

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  10. Cá estou eu, Carnavalando!

    Ao Brasil, país tropical
    e terra de sangue quente,
    levámos o nosso Carnaval
    “p’á alegrá minhá gentche”!

    E já ninguém se admirava
    se, escondendo sua aura,
    “seu Imperadô” “entrudava”
    feito na “escrava Isaura”!

    E se se alegram as massas
    e festa dos caretos não é,
    então, é festa do caraças
    batendo no bombo, seu Zé!

    Quereria mais eu dizer,
    dar uma melhor imagem
    mas, tenho de me conter
    e cuidar da linguagem!

    Falar mal é coisa mui feia,
    demais, para dizer tolice,
    porque aqui na nossa Aldeia
    ninguém quer malcriadice!

    Mas, não é que eu não saiba
    e a maldade em mim não more,
    se for muita, e já não caiba,
    sai logo um verso “hard-core”!

    Nunca entrei num Carnaval
    porque eu isso não consigo.
    Eu, sou muito “original”!
    Até posso ser um “perigo”!

    Para brincar ao Carnaval
    nada mais será preciso
    que deitar fora, afinal,
    da cabeça algum juízo!

    E que não vos pareça mal
    aquilo que vos vou dizer.
    Como o Natal, o Carnaval
    é quando o homem quiser!

    Abraço e bom Carnaval,

    João Celorico

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  11. Olá Artur
    Nunca fui grande "carnavaleira", mas acho que devemos preservar tudo o que diz respeito à nossa cultura e Os caretos são um exemplo disso.Na minha aldeia não se usam, mas o Carnaval é trapalhão.
    Se o carnaval foi levado para o Brasil pelos portugueses, agora está a registar-se um movimento inverso. Na altura, se calhar, os mascarados no Brasil sofriam muito com o calor, pois os fatos eram bem mais tapados. Agora são as raparigas portuguesas que sofrem, quase nuas, debaixo de frio e chuva.
    Beijinhos
    Lourdes

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