quinta-feira, 20 de maio de 2010

O PELOURINHO DE SALVATERRA DO EXTREMO:


Como a minha vila não possui um Museu, porque toda ela é um Museu aberto ao ar livre, onde cada pedra da calçada, de um muro ou monumento conta uma História longínqua, vou falar do monumento que melhor caracteriza qualquer vila, ou seja: o seu pelourinho. No Dicionário da História de Portugal temos o significado de pelourinho: “coluna de pedra colocada em lugar público, de cidade ou vila, e na qual os municípios exerciam a sua justiça. Era o distintivo da jurisdição de um concelho e da sua autonomia judicial (...) Eram edificados na praça pública. Os delinquentes eram amarrados à coluna ou suspensos por baixo dos braços às argolas, ficando alguns palmos acima do solo, sendo posteriormente açoitados ou mutilados.” E perante isto, dou comigo a pensar: esta coluna de pedra silenciosa, afinal se pudesse falar, muito teria que contar…

Situado na Praça da vila, defronte do antigo edifício da Câmara e Torre do Relógio, este pelourinho, que tem resistido à passagem do tempo, data do século XVI, por altura do reinado de D. Manuel I, por altura dos Descobrimentos marítimos… Não é por ser da minha vila, mas é dos mais bonitos de Portugal e com tanto significado nele inscrito... Segundo a Monografia de Salvaterra do Extremo: “ apresenta a configuração de um septro formado por uma coluna de pedra oitavada da altura de 3 metros, bem trabalhada, a qual finge atravessar nessa altura, um anel de pedra que sobre ela assenta e termina gradualmente oitavado em espiral, formando um facho com balas onde ainda em cada uma das 8 estrias, semelhantes a metralha, que sai da boca de um canhão. À semelhança do ceptro de El-rei D. Manuel I, o anel apresenta na nascente um escudo com esfera armilar nela esculpida; ao poente, outro escudo com a Comenda da Ordem de Cristo; ao norte outro escudo com a Cruz da Comenda da Ordem de Aviz; e ao sul ainda outro escudo com as quinas portuguesas. Tanto na parte superior como na inferior do anel, vão 2 cordões em roda com a flor de liz e barcos de canhão e ao centro, a entrelaçar os escudos, um cabo de navio, tudo lavrado em relevo na pedra. A esfera e o facho – representam Ciência e Progresso; As balas e bocas de canhão – o Exército; O cabo do navio – a Marinha; As quinas – o Rei; A cruz de Cristo – o Clero e a cruz de Aviz – o povo, como cavaleiro que foi nos seus tempos primitivos.

Encerra, pois, o pelourinho de Salvaterra um alto conceito, próprio para um povo da raia, fronteiro a Espanha, o qual pode dizer de cabeça levantada que aquela pedra diz Ciência e Progresso, Exército e Marinha, rei, clero e povo que, unidos lutaram sempre pela independência de Portugal, com honra e glória imortais…”

Por isso meus amigos, comecem a observar com mais atenção os extraordinários pelourinhos por este país espalhados, pois tocar a sua coluna, é tocar pedaços de História, para sempre na pedra, gravados...

Escrito por Cristina R. do blog Uma aldeia perdida por entre montes

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8 comentários:

  1. Olá Cristina!
    Pronto,está novamente prometido: um dia,irei a Salvaterra do Extremo. Mas a Cristina e o João Celorico têm de lá estar, preciso de uns guias exímios e vocês são os dois excelentes representantes dessa bela terra.

    Jocas gordas
    Lena

    P.S. No post sobre o duplo evento Encontro de Bloggers e lançamento do guia,quando respondi ao seu comentário sobre se no guia, falavamos de Salvaterra do Extremo, lembra-se? Enganei-me ao falar das duas aldeias históricas que existem na região: referi bem Monsanto e a outra é Idanha-a-Velha e não Idanha-a-Nova (essa última é o concelho onde se enquadram essas duas aldeias históricas).Fica aqui a correção :)

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  2. Olá, Cristina!
    Fez bem, em falar do Pelourinho e de Salvaterra, por muitas e variadas razões. Então não é que o site SUSITOUR, em 14 de Março de 2009 indicava uma descida de canoagem entre Termas de Monfortinho e Salvaterra do Extremo (Espanha)? Agora a Lena falava de Idanha-a-Nova, terra que não existia. O termo de Salvaterra confinava com o de Idanha-a-Velha!
    Muito trabalho temos nós que fazer para convencer este pessoal...
    Junto a este pelourinho também se deitavam os pregões e aqui se decidia muito da vida de Salvaterra. Para o bem e para o mal. Também aqui era o local da feira e essa parede, do lado esquerdo, onde se montavam as tendas é a parede dum antigo forno, dito comunitário porque as pessoas levavam elas próprias o pão a cozer. Só pagavam a utilização do forno.
    A Casa da Câmara, após a extinção do concelho, foi escola, até 1940, e posto da guarda.
    Os delinquentes ainda tiveram direito a um "mimo". A forca! Ficava situada no chamado Alto da Forca que, suponho, é ali para junto da capela de Santo António. A coluna sul dessa forca, que restava ainda de pé, terá caído aquando dum furacão que varreu Salvaterra ,em 1895.

    Abraço,
    João Celorico

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  3. Olá amigo João Celorico!
    Sobre essa "notícia" do dia 14 de Março de 2009 - descida do Rio Erges, está de facto Salvaterra de Extremo (Espanha), mas terá que puxar as orelhas à Susana. Nessa data, eu ainda não colaborava para o blog Susitour, nem nada. Se for a ver de novo a mesma descida a 24 de Abril de 2010, pode ver que eu não pus Salvaterra do Extremo em Espanha, lol.Nunca falei que Idanha-a-Nova não existia, simplesmente enganei-me ao querer referir-me a aldeia histórica de Idanha-a-Velha e errei ao por nova. De resto, Salvaterra do Extremo faz parte do concelho de Idanha-a-Nova, logo da mesma região das duas aldeias históricas Monsanto e Idanha-a-velha. Foi isso que quis dizer :)

    Eh, eh eh.

    Jocas gordas
    Lena

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  4. Olá, Lena!
    Eu, aqui, não puxo orelhas a ninguém! Tento eu estar com elas bem abertas, tal como os olhos, para ver o que dizem e o que escrevem, principalmente sobre Salvaterra e parafraseando alguém "Quem se mete com Salvaterra, leva...". Mas, daqui, só leva o conselho amigo!
    A Lena só está a ser uma "desagradecida", pois foram os meus "ensinamentos" e os da Cristina que a não deixaram cometer o erro da Susana! Estão desculpadas!
    Jocas
    João Celorico

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  5. João Mauzão :p Nã sou nada desagradecida :p
    Naaa,sinhori.
    Quando tenho dúvidas,pergunto ou vou sempre verificar ao google, ao dicionário ou ao atlas, etc...
    Mas repito que graças aos dois, já tenho um roteiro enorme para visitar: Salvaterra do Extremo, entre outras terras idanhenses, o Museu de Arte Antiga (descrito pelo João), Sintra por causa da Eugénia :)

    Biu biu, eu memorizo os conselhos de todos :)

    Jocas gordas
    Lena

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  6. Olá Helena e João,
    Quanto a ir visitar Salvaterra acho que faz muito bem, agora quanto à escolha do guia, o amigo João conhece bem melhor Salvaterra que eu. Ele sim, é que poderia dar às duas uma visita guiada. Ele conhece a História de Salvaterra como ninguém. Eu posso conhecer os recantos, mas ele sabe a História desses recantos, o que é bem melhor como guia.
    Pronto amigo, acabou de ser promovido a guia, lol…
    Quando mencionou Idanha-a-Nova como aldeia histórica confesso que fiquei um pouco baralhada, mas como não tenho visto muita televisão ultimamente, ainda pensei que se calhar tinha sido promovida a aldeia histórica e eu não sabia.
    “Então não é que o site SUSITOUR, em 14 de Março de 2009 indicava uma descida de canoagem entre Termas de Monfortinho e Salvaterra do Extremo (Espanha)?”
    “Salvaterra do Extremo (Espanha)?” lol… Amigos isto é o mesmo que meter a bandeira brasileira numa cassete da Amália, lol…
    Um abraço aos dois e bom fim-de-semana!

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  7. Olá Cristina!
    Nesta altura eu nem conhecia o blog da Aldeia nem o Susitour...Em Março deste ano sim, daí se forem ver a 24 de Abril de 2010, fizeram novamente essa descida do Rio Erges e com os dados que pesquisei não me enganei e também graças à vocês, entre outros, sabia bem que Salvaterra do Extremo era terra portuguesa :)
    Mas há ainda muitos turistas e outros que pensam que Portugal é uma província espanhola. O desenho inicial do Euro com o mapa da Europa não tinha a fronteira entre Portugal e Espanha.:/

    Jocas gordas
    Lena

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  8. Não conheço nem Salvaterra do Extremo nem o seu pelourinho. Não fica, contudo, fora de hipóteses uma visita.
    O mais perto que estive foi em Monsanto que adorei. É até provável que de lá tenha avistado Salvaterra do Extremo, mas não o sabendo.
    Beijo/José da Luz

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