(Cabo da Roca - Farol)
Confesso que não sou muito “chegado” a museus. Não porque não goste de ver o que neles se expõe, tanto mais que é a hipótese (quase única) de ver obras e peças que de outro modo jamais teria possibilidades de apreciar. Não é nada disso. Uns há que têm vindo a melhorar exibindo algum dinamismo, mas outros lembram-me velórios onde quadros e estátuas parecem definhar num ambiente às vezes sombrio e cheirando a mofo. E também porque tal como o conto, por mais dourada que seja, gaiola é sempre gaiola...
Porque nasci junto ao mar e me acostumei a “ter praias ao pé da porta” prefiro naturalmente locais exteriores, abertos, solarengos …!
Lugares onde a linha do horizonte “esteja lá longe”, deixando por isso abundante espaço por onde passear a vista.
Não admira, pois, que na falta de uma fotografia (um dos requisitos) do promontório de Sagres, escolha o cabo da Roca que visitei (mais uma vez) neste último fim-de-semana.
Em qualquer época do ano é um dos lugares mais agrestes e ao mesmo tempo mais belo e espectacular de Portugal.
Tanto nos dias de sol e calor, sem vento, como nos dias em que o vento sopra, às vezes com violência, mas também nos sombrios dias chuvosos quando até parece que as nuvens estão (mesmo) sobre as nossas cabeças, o vento rugindo parecendo querer levar-nos com ele.
Tudo isto pode ser representado num quadro; eu sei que pode!
Mas, por mais perfeito que esse quadro seja, não se pode sentir.
(Não sei como explicar porque é que é no Outono/Inverno que mais aprecio estes lugares, inóspitos! Precisamente quando mais ninguém (?) os visita).
Escrito por José da Luz, do blog Bagos de Milho
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Pois, às vezes é uma questão de sensibilidade, tentar o gosto por estas coisas...por vezes não nos diz nada por vezes diz tudo. Os museus e/ou centros de interpretação (nome mais fixe para significar museu também) não são um instrumento de boa convivência entre nós.Hoje tenta-se de uma forma tímida implementar o gosto por este meio de cultura através das novas tecnologias e através de dinâmicas de grupo, debates, visitas de estudo, passeios aos locais para verificar e tocar aquilo que está exposto.
ResponderEliminarJá agora passo a publicidade e desejo que sinta vontade de conhecer, apareça para conhecer o Centro de Interpretação de Vila do Bispo, concelho cheia de praias lindas, perceves, mexilhões , navalheiras e bons sargos! eheheheh
Um beijinho.
Lena...
ResponderEliminarTenho o mesmo sentimento que José da Luz.
Desde criança, nunca gostei de museus pelos mesmos motivos que José da Luz.
Até que enfim, encontrei alguém com o mesmo perfil.
Abraços do tamanho do oceano que nos separa.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderEliminarLamento, mas não concordo com essa visão dos museus!
ResponderEliminarMuseu não é sinónimo de passado!
Museus são a mostra da sensibilidade do artista para aquilo que o rodeia.
Se vamos ao um museu que representa o passado, temos de nos reportar para essa época, de forma percebermos o que o artista sentiu e tentou figurar.
Se vamos a um museu que nos 'representa' a interpretação do que nos rodeia, temos de ter a capacidade de olharmos à nossa volta, ou à volta de nós mesmos, abrindo-nos às sensações/emoções que daí advierem!
Adoro museus!
E adora a vida, fora dos museus!
Uma coisa não invalida a outra...
Caro José da Luz!
ResponderEliminarNão ser “chegado” a museus não é um “pecado” por aí além mas, porque acha que alguns se assemelham a velórios e que os quadros cheiram a mofo e tudo ali definha, ocorre-me perguntar: - A que museus se refere e quando foi a última vez a um museu? Um museu não é, propriamente, uma Feira Popular! Apesar de tudo um museu tem vida própria. Aquela que ele tão dedicadamente nos mostra.
Claro que é livre de gostar da Natureza e, quanto a mim, faz muito bem. Eu também poderei dizer que a Natureza “não presta” porque quando me dirijo ao campo posso encontrá-lo conspurcado de plásticos, latas e tudo o que se possa imaginar. Ou porque chove torrencialmente e a ventania é medonha. A Natureza tem culpa? Vou deixar de gostar dela? Não! Há é que ensinar as pessoas a entendê-la, respeitá-la e usufruir do que nos dá. Com os museus, passa-se o mesmo. Façamos nós por entendê-los e logo desaparecem os ambientes de velório, o mofo e o definhamento.
Abraço,
João Celorico
Olá!
ResponderEliminarÉ verdade que podemos gostar de ambos. Eu gosto de museus e de monumentos ao ar livre. Farois só conheço o de Carreço (Viana do Castelo) e o da Praia da Barra (Aveiro). Ainda tenho muitos por descobrir e cabos... Também há museus ao ar livre, experimente, vai ver que vai adorar.
Jocas gordas
Lena
Foi culpa minha ter dado a impressão de que não gosto de museus. Gosto, mas prefiro outra coisa.
ResponderEliminarÉ certo que depende da sensibilidade de cada um e do interesse e até do grau de conhecimentos adquiridos na vida. Tudo isso nos leva (me leva) a preferir umas coisas em prejuízo de outras.
Claro que num museu não é suposto encontrar-se um ambiente de feira popular.
Mas se um é um expoente de cultura, o outro também não deixa de o ser.
É possível que não tenham reparado que comecei por mencionar o promontório de Sagres, que mais não é do que o exemplo de um museu ao ar livre.
Dos post's "a concurso" prefiro os que se referem a Stª Luzia e Salvaterra do Extremo. Conheço o primeiro! Sobre o segundo, o mais perto que estive foi em Monsanto. Mas hei-de visitar...
Foi num destes que votei.
Um abraço / Jose da Luz