segunda-feira, 24 de agosto de 2009

O Bodo de Salvaterra do Extremo

O nosso amigo João Celorico não conseguiu enviar o seu texto a tempo da votação desta blogagem mas fez questão de participar, partilhando connosco uma história curiosa da festa da sua aldeia , a propósito de um bodo...
Ora leia e diga o que achou, comentando é claro!

Não se esqueça que , até ao dia 8 de Setembro pode ler, comentar clicando aqui e votar no melhor texto, na caixa de votos da barra lateral!
O seu comentário pode valer um livro (O Concelho de Mêda de 1838 a 1999" - Edição da Câmara Municipal de Mêda ), oferta do autor, o Senhor Professor Doutor Jorge Saraiva.

Foto cedida pela Cristina, do blogue "Uma aldea perdida no monte"


"Num ermo, pertencente à freguesia e concelho de Salvaterra do Extremo, chamado de Monfortinho, ergueu-se nos princípios do século XVII ou ainda antes (não se sabe ao certo), um convento franciscano e com ele, uma capela devota a Nossa Senhora da Consolação.
Com o fim da dominação filipina, vieram as guerras da Restauração da Independência e a completa destruição do convento. Restou apenas a capela e manteve-se a devoção das gentes das redondezas. Sabe-se que, em 1758, essa devoção era celebrada no dia de N. S. dos Prazeres e que era em intenção de que a Senhora livrasse os campos das pragas de gafanhotos. Porém, no século XIX, por alturas da década de 70, a praga de gafanhotos foi tal que provocou enorme destruição nas culturas e originou uma vaga de fome nas populações.
Basta dizer que, no dia 2 de Junho de 1876, 30 pessoas, em 45 minutos, apanharam 60 alqueires deles!
Nos concelhos de Elvas, Salvaterra do Extremo (hoje Idanha-a-Nova) e Figueira de Castelo Rodrigo, foram então apanhados 44.400 kg de gafanhotos!
Pediu-se, mais uma vez, a intercessão de Nossa Senhora da Consolação e prometeu-se fazer um Bodo em sua honra. As preces foram ouvidas e, todos os anos, na segunda-feira, de Pascoela, quer chovesse ou fizesse sol, era ver a romaria que, de Salvaterra do Extremo, se dirigia para o lugar de Monfortinho percorrendo, por aqueles campos fora, as cerca de 3 léguas de caminho, a pé, a cavalo ou de carro, levando cruzes, pendões e a bandeira do Espírito Santo, à frente, para cumprir a promessa e agradecer a Nossa Senhora.
Diz a tradição que faziam uma paragem para retemperar forças, num sítio denominado Vale do Pereiro, e onde além de se servirem dos seus farnéis (pão e vinho não faltavam), tinham um costume curioso, qual era o de que os maridos com suas mulheres e os namorados com suas conversadas se abraçarem e entrelaçando as pernas se rebolavam desde o cimo até ao fundo do Vale. As mulheres, que não se prestassem a tal prática, deviam ser lestas a sentar-se para não serem abraçadas pelos maridos ou namorados, caso contrário teriam que se sujeitar à mesma.
Os produtos da terra e o gado para a matança e confecção do Bodo era oferta de todos, lavradores, pastores, patrões e criados.
Entretanto, em 1846, a fortaleza de Salvaterra tinha sido desguarnecida e em 1855, Salvaterra tinha deixado de ser concelho. Em suma, a importância de Salvaterra, passadas que foram as guerras com Castela, entrou em queda! Foi então que, em 1905, um grupo de lavradores de Salvaterra, entendeu que a festa devia ser em Salvaterra e não no pequeno lugar de Monfortinho. Fez erguer, das ruínas do que fora a ermida de Santo Amaro e mais tarde do Senhor de Pedra, no sítio da Devesa, a capela de N. Senhora da Consolação. Após uma acesa disputa com os de Monfortinho, estes não estiveram pelos ajustes e a conclusão ditou que em vez dum Bodo se fizessem dois. Todos ficaram a ganhar! A Senhora, que lhe fazem duas festas, e o povo que come a dobrar, em Salvaterra, agora na 2ª feira a seguir à Páscoa (alteração devida aos ritmos da vida moderna, principalmente férias escolares) e em Monfortinho uns dias depois!
A festa, durante 3 dias, consta de “Boas vindas” e arraial pela noite dentro no primeiro dia; alvorada, início da matança do gado, as populares provas desportivas, lanche com prova dos rins e de novo o arraial nocturno, no segundo dia; por fim, no terceiro dia, haverá alvorada com banda filarmónica percorrendo as ruas de Salvaterra, pequeno almoço (arroz de tripas e chanfana). Segue-se a Procissão, desde a Igreja Matriz para a Capela de Nossa Senhora da Consolação onde se celebra a Missa e se procede à Bênção do BODO, após o que se dá início ao almoço (Sopa de grão, arroz com chouriço e o ensopado de borrego) devidamente acompanhado do tinto e do belo pão (previamente benzido). À noite continuam os festejos até ao seu encerramento e despedidas até para o ano seguinte.
A título de exemplo, em 1999, consumiram-se 1.300 Kg de carne, 200 Kg de arroz, muitos outros de massa, grão de bico, enchidos, azeitonas, hortaliças, pão, bolos e 7.000 litros de vinho tinto.
E é deste modo que se faz a reunião dos filhos da terra, os residentes (poucos) e os que não a esquecem nem a ela nem a Nossa Senhora da Consolação e sempre voltam, todos os anos. Também os vizinhos, espanhóis de Zarza la Mayor, não se esquecem desta festa nem dos tempos em que, durante a Guerra Civil, os amigos deste lado do Erges lhes valiam e mitigavam a fome. Talvez também por isso a Feira de S. Bartolomé, a 23 de Agosto, na Zarza, seja igualmente tão do agrado dos salvaterrenhos.
Mas vai sendo cada vez mais difícil arranjar festeiros e já é a igreja que tem deitado mãos à obra.
E é assim que se mantém uma tradição secular! "

Escrito por João Celorico
Salvaterra do Extremo, Idanha-a-Nova, Castelo Branco

24 comentários:

  1. Ora bem o texto está muito bom, é elucidativa e muito interessante. Eu li todo de seguida e gostei. Agora o texto está em contradição com a sua apresentação. Na apresentação fala-se de um bobo, (tolo, desligado, espécie de palhaço do reino) e o texto fala de bodo, (distribuição de alimentos, dinheiro e vestuário aos pobres em dia de festa).
    Não tem nada a ver uma coisa com a outra.
    Um abraço e parabéns ao João pelo texto

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  2. Tens razão, Elvira, foi um erro da minha parte que vou já corrigir.

    Obrigada pela tua presença aqui na Aldeia. Bjs Susana

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  3. Os tempos de guerra não devem ter sido fáceis. A única coisa positiva serão mesmo essas festas.

    Carlos

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  4. Olá.
    Gosteid e ler as tradições a de antanho e a de agora, plo menos o Povo tem festa rija, assim até apetece pertencer à terra para seguir as tradições...
    Ui, lembro-me de ver na tv as pragas de gafanhotos e isso sim, é uma desgraça que nem sei, devoram as culturas num ápice...
    Ah, que comidinhas boas para saborear, até apetece estar ali..Abraço da laura.

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  5. Ai, ai ... não posso deixar escapar um pitéu destes! O único senão é a data não ser fixa, mas vou arranjar forma do meu "auxiliar de memória" me alertar na data certa.

    "... As mulheres, que não se prestassem a tal prática, deviam ser lestas a sentar-se para não serem abraçadas pelos maridos ou namorados, caso contrário teriam que se sujeitar à mesma."

    EhPá! Talvez as moças estejam cansaditas. Eu rebolo ... com pernas cruzadas ou não, eu rebolo! E os maridos/namorados são do tipo APOLO ou alguns mastronços?

    ..."Mas vai sendo cada vez mais difícil arranjar festeiros..."

    Hummm eu oferecia-me, mas tenho uma dor em cima duma pontada que não me deixa vergar. Mas para ajudar a comer o BODO podem contar com a Cusca Endiabrada.

    Gostei muito deste texto que chegou tardiamente mas muito elucidativo quanto a costumes e tradições.

    E enquanto não ferro o dente no Bodo, vai uma dentadinha na orelha do Joao

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  6. O texto do Sr. João é muito interessante.A praga de gafanhotos fez-me lembrar a passagem biblíca e também a história de La Salete em Oliveira de Azemeis em que rumaram até ao monte para pedir chuva num ano de muita seca,salvo erro.
    Mas em Salvaterra,há um comunhao de terras,e até os nossos vizinhos espanhois se juntam a festa.Achei a parte do rebolo muito engraçada.E a Cusca é tao comica,faz-me tanto rir.As melhoras para a dor da pontada...lol..
    Jocas
    Lena

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  7. Ai a cusca é mesmo divertida e marotinha...Se bem que desta vez ela tem razão no que diz...na história do rebolo...

    Laura: Ainda bem que conseguiu comentar e gostou da história .

    Lenita: já acabaram as férias? Aproveita bem os últimos dias!

    Carlos: Seja bem vindo e obrigada pelo comentário!
    Bjs Susana

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  8. Ólá, Helena!
    fico muito feliz por conhecer seu trabalho, e me inteirar, através da internet, dos fatos de Portugal, terra que amo, e onde fui, pela primeira vez, em maio de 2009. voltarei! e vc, não deixe de vir ao Brasil, vai amar, com certeza! beijos cariocas da Maria Aparecida Torneros

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  9. Olá João,
    Este ano na Páscoa tivemos isso tudo que descreve menos a banda a tocar e os foguetes a eclodir no ar. É como se diz: a tradição começa a não ser como era…
    E é bem verdade quando diz que começa a ser cada vez mais difícil encontrar festeiros para tudo organizar, mas enquanto houver alegria e boa vontade tudo se vai fazendo…
    Quanto à tradição que eu desconhecia e que entretanto se perdeu no tempo: “os namorados com suas conversadas se abraçarem e entrelaçando as pernas se rebolavam desde o cimo até ao fundo do Vale”, muito admirada fiquei…
    Ora se antigamente os namorados nem sequer podiam ficar sozinhos, quase nem se podiam “olhar” e muito menos tocar ou vislumbrar sequer o tornozelo da menina, neste dia, faço ideia quantos se “aproveitavam”, lol, em nome da festa e da tradição…
    Continuação de bons escritos…
    Cristina

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  10. Muito interessante o conto do João Celorico.
    E aos poucos vamos ficando a conhecer as tradições de todos os cantinhos do nosso país.

    O está muito bem escrito e ficamos com vontade de fazer uma visitinha a Salvaterra, de preferência quando os Bodos estiverem prontos a papar ahahahah

    Contava a minha avó que há muito tempo, na Feira de S. Bartolomeu em Trancoso, se tinha asistido ao seguinte diálogo entre uma feirante, viúva, e um freguês:

    - De onte é o senhor?
    - De Salvaterra
    - debaixo da terra? Ah! Então viu lá o meu homem? eheheheh

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  11. Correcção:

    - No comentário anterior "O texto" ficou no tinteiro;

    obviamente "assistido" escreve-se assim
    (juro que não bebi álcool ao almoço eheheh)

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  12. Pronto,Pascoalita,nos acreditamos que nada bebeu ao almoço :) Mas ao lanche,1 panaché sabe bem ;)
    Olá,Susana!As férias estão indo.Setembro,prontinha po trabalhinho...Depois,tirando o Verão,vem a minha época favorita:O Natal,lol.Se pudesse,seguia o conselho da Maria Aparecida e rumava o Brasil.Nunca fui ao Rio,mas todos sabem que adoro,por isso imagino k uma vez lá,o difícil vai ser enfiarem-me no avião para regressar.Maria Aparecida,é spe bem vinda aqui na Aldeia e será spe bemvinda em terras lusas :)

    Jocas gordas
    Lena

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  13. Lenita aproveita bem...pois o Natal ainda demora a chegar.

    Pascoalita: não há mal nenhum beber um copito durante a refeição, até porque o tema da próxima blogagem é sobre vinhos e vindimas. Sempre podes ir experimentando para escrever sobre o tema...se é que não tiveste o privilégio de vindimar.

    Cristina: Muito elucidativa a tua intervenção. Dizem que a tradição já não é o que era e a prova disso é esta história, muito bem escrita do nosso amigo João. Por falar dele...onde andará? Será que está a apanhar sol até ficar uma lagosta... Gostavamos de o ter por aqui.

    Maria Aparecida: Seja bem vinda às terras lusas! Espero que a sua viagem real por cá tenha sido boa. Esteja à vontade para conhecer algumas festas tradições da nossa terra compiladas neste blogue e volte sempre!

    Abraço a todos, Susana

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  14. Este excelente texto do João Celorico deu-me uma ideia (sabem que eu sou muito idiota eheheh).

    Católica não praticante, há uns anos atrás senti necessidade de rezar e incluí na oração 2 pedidos os quais foram imediatamente aceites, para grande surpresa minha, já que nem me achava merecedora da graça.

    Não sei se existe um limite de pedidos, mas como já decorreu bastante tempo desde então, e o que agora pretendo beneficiaria todo o povo português e quicá as Ilhas, estaria Nossa Senhora da Consolação disposta a conceder-me novo pedido que consistiria na devolução da tal praga de gafanhotos"?

    Ah! Mas atenção! Não se preocupem, porque no meu pedido incluiria uma pequenina cláusula. Seria uma geração de "saltaricos" (é assim que se chamam na minha aldeia) amiga da natureza e que teria por missão apenas "cortar o pio" a uma certa classe de portugueses que para já me abstenho de referir.

    Bem, em último caso sempre posso apelar a Santo António que por sinal até é meu padrinho e talvez se compadeça deste nosso Portugal e mande uma “praga” de qualquer coisa que sirva para o efeito.

    Já devem ter reparado que segui o concelho das ninas Helena e Susana e o lanche foi regado, né? ahahahah

    E lá vou eu dar corda aos sapatos ... tenho 30 km para percorrer até casa (sentadita, claro ahahahah)

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  15. Pascoalita:
    Percebi bem? Queres encomendar uma praga de saltaricos? Será que eles vão atacar apenas a tal classe? Quando eles resolvem atacar...não olham para quem está à frente...cuidadinho com os desejos...podem ter um efeito totalmete contrário.

    Cuidadinho na viagem, sim? Regressa inteira, não vá um saltarico a aparecer para fazer companhia...

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  16. Ui ui,gafanhotos,tamos mal.Nao gosto,os asiáticos é que gostam desse petisco.Eu sou mais tremoços ou caracois dos grandes preparados pela minha maezinha :)
    Se os gafanhotos forem mesmo educados para atacar a tal classe,e nao sei nao...
    Muito bem a seguir os conselhos das amigas :) Agora é uma boa viagem de regresso à casa,a fazer 1 soneca no carro.
    Jocas
    Lena

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  17. ahahah olhem só quem aqui vim encontrar ... e falando de lendas, de rezas e de pragas? Credo! Cruzes, canhoto!

    Será que a Pascoalita se deixou contagiar pela Endiabrada? Dizem que o convívio transmite defeitos e virtudes!

    A narrativa em cima está um primor e se bem entendi aqui divulga-sem costumes, tradições, em suma o que de melhor temos.

    É uma óptima ideia. Continuem

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  18. O João escreveu um belo e elucidativo texto.
    Embora não esteja a concurso dá-nos preciosa informação sobre a sua terra.
    Achei curiosa essa tradição de rebolar vale abaixo...de vez em quando o povo surpreende-nos com comportamentos inusitados e contraditórios com os valores vigentes.
    Adorei ler o seu texto e diverti-me com os comentários. É bom vir aqui!
    Beijinhos
    Alcinda

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  19. Adrana:
    Seja bem vinda à nossa aldeia! Ainda bem que gostou do post do João. O nosso objectivo é mesmo esse dar voz a quem quiser partilhar connosco histórias, tradições da nossa terra, ameaçadas ao esquecimento.

    Esteja à vontade para ler, comentar e votar aquele que consideres o melhor desta blogagem.

    Esteja à vontade! A casa está sempre aberta!
    Bjs Susana

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  20. Este comentário foi removido pelo autor.

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  21. Perdão: ´é Adrianna ( parece que o vinho do meu pai anda a fazer efeito...)

    Amiga Alcinda:

    Já regressate da tua linda ilha Graciosa? Espero que te tenhas divertido muito com os pequenitos por lá.

    Gostei de saber que te sentes bem aqui. Fico muito feliz.
    Estás à vontade para visitar a nossa aldeia sempre que quiseres.
    Bjs Susana

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  22. Ora, cá estou eu! Mas, é só de raspão. Tinha prometido que talvez viesse comentar e já o fiz. Levou mais tempo a fazer passar os comentários do que a fazê-los. Não sei se é do PC (estamos em maré de eleições), mas quase desesperei! Mas já está!
    Verifico agora que cada vez que venho consultar o blog fico sujeito a uma recaída de doença recente. O que vale é que já estou a desenvolver anticorpos e a coisa está-se a compor. Durante o tempo que estive ausente senti algum rubor nas orelhas e desconfiei de algo que se estava a passar. Afinal era um bocadinho mais grave pois até já dentadas me davam! Pelos vistos formaram um grupo de fãs! Está bem, está! Vou aproveitar a maré e vou dar de “frosques” de novo. Adeus, divirtam-se e tomem conta disto. Para alguma coisa hão-de servir os fãs!!!
    Bem hajam, pelos paparicos! Eu, já venho! Depois, dou notícias!




    Elvira: Um bem haja, pelas suas palavras. Ainda bem que gostou!

    Carlos: Os tempos de guerra nunca são fáceis. Principalmente quem tem que conviver com ela, como foi o caso da minha terra. Mas houve mais coisas positivas. Por exemplo, a amizade dos povos de duas povoações, obrigados a guerrear mas que não deixaram de se respeitar e entender.

    Laura: Bem haja, pelo seu comentário.

    Cusca, amiga: Será bem-vinda ao Bodo, como acontece com todos quantos lá vão. Na segunda-feira a seguir à Páscoa, já sabe!
    Os maridos/namorados não são Apolos nem Adónis, são Zés e, elas, Marias (para eles, são Dulcineias). Ah, e também há alguns Joões!
    Ainda bem que gostou do texto mas olhe que ele chegou na hora certa. Os outros é que chegaram adiantados! Então, não vê que este já quase tem mais comentários que os outros todos juntos!
    Parece ser de dente afiado mas cuidado, que a minha orelha é rija!
    Bem haja, por tudo e também pela dentadinha!!!

    Helena: Bem haja, pelo comentário.


    Até sempre,
    João Celorico

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  23. ( esta é a 2ª parte do meu comentário)

    Cristina: Boa amiga, lá tive que compor o ramalhete e obrigar o pessoal a falar da minha (nossa) terra. Se não formos nós, quem há-de ser? É certo que nem tudo são rosas e cada vez é mais difícil organizar o Bodo mas, se Deus quiser, Nossa Senhora da Consolação fizer por isso e os homens (e as mulheres) de Salvaterra não tiverem memória curta, a festa há-de continuar por muitos e bons anos!
    Também eu desconhecia a tradição (vem no livro do capitão Bargão), mas era só enquanto o pessoal ia em romaria até Monfortinho (até 1905). Depois acabou o “bem bom”! Eram quase 3 léguas e a paragem em Vale de Pereiro servia para retemperar forças. Bem comidos (pão com azeitonas, queijo, chouriço e talvez mais alguma coisa) e bem bebidos (talvez até demais), havia que extravasar a alegria e nada melhor que fazê-lo sob os auspícios da Santa e os olhares do Espírito Santo! O estandarte lá ia, à frente!
    Mas, ainda acredita nisso do antigamente? Então, quantas meninas tinham que casar “às pressas”, que já se começava a notar muito? E as idas à fonte? Depois contavam histórias do Santo António e das bilhas! Nunca ouviu dizer que a necessidade aguça o engenho? Pelos vistos, naqueles tempos, havia muitos “engenheiros”!
    Bem haja e até sempre.

    Pascoalita: Bem haja, pelo comentário. Salvaterra espera por si!

    Susana: Cara amiga, um grande bem haja pelo post que não pensei fosse já colocado. Ainda bem que gostou. Onde ando, é “segredo”, e quanto a apanhar sol para ficar como uma lagosta, tenho dois esclarecimentos a fazer. Primeiro é que não preciso de ficar como uma lagosta, como diz, pois como beirão que me prezo já sou “tostadinho” quanto baste! Depois, é que é preciso ter cuidado com as palavras porque “lagosta”, em Portugal, no século XIX e ainda no Século XX era o nome dado, precisamente aos tão temidos gafanhotos (“gryllus migratorius”)! Em espanhol são “langostas”!
    Por isso, se for a Espanha, não peça “langostas” porque, lá vai comer um pratinho de gafanhotos!!!
    Como vê, estou por aqui porque prometi vir comentar! Mas, é por pouco tempo. Os mares do sul esperam-me e, lá, já estão “marafados”!
    Até breve e boa blogagem!

    Adriana: Bem haja por ter gostado da narrativa. Faz-se o que se pode!

    Alcinda: Ainda bem que gostou. Bem haja, pelo comentário.

    Até sempre,
    João celorico

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  24. Caro António: Ainda bem que me avisou! Não fosse pensar pedir lagosta e darem gafanhotos...

    Seja bem vindo e espero que esteja melhor!

    Abraço, Susana

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