segunda-feira, 10 de agosto de 2009
A Páscoa na minha vila:
Minha aldeia na Páscoa
É linda a valer
É a Primavera em flor
É Jesus a renascer.
São os sinos a repicar
Para todos ao adro chamar
É a procissão que vai começar
Acendem-se velas para alumiar.
Alumia-se Nª Senhora
E Sto. António com o menino
Que são pelos crentes carregados
Entoando cânticos num hino.
Todos se revezam,
Para o andor carregar.
Uns cumprem promessas
Outros pedidos fazem, a rezar.
É a fé popular
Tradição já muito antiga
Foi a salvação por Nª Senhora
Que do povo foi tão amiga.
Da praga de gafanhotos
Livrou as searas fustigadas
E desde aí o povo prometeu
Sempre fazer as mesmas caminhadas.
Também um bodo se prometeu
Fazer aos pobres, anualmente
Onde nunca faltasse fartura
O carinho, a amizade e o crente.
No recinto do bodo,
Já fervilha o caldeirão
É muita a fartura neste dia
E a ninguém faltará o pão.
Antes do piquenique começar
Lá está o Sr padre para benzer
O pão, o vinho, a carne, a sopa,
E o folar, que todos hão-de comer.
Diz meu pai, por brincadeira
Que aquele vinho a todos faz bem,
Pois é o vinho de Nª Senhora
Abençoado pelo Sr. Padre: amem!
Pois não sei se é do vinho
Ou mesmo do próprio convívio
A alegria espalha-se por todos
Num contagiante alívio.
Também vêm espanhóis para o piquenique
Pois sempre prevaleceu a amizade
Entre estes dois povos vizinhos
Que juntos festejam em fraternidade.
Este ano faltaram os foguetes
E muito triste ficou o Tiago
Pois não pôde ir apanhar a cana
Para com ela brincar no largo.
“Olha a laranjinha
Que caiu, caiu,
Do cimo do monte
Nunca mais se viu…”
Assim canta o grupinho
Que parece mais contente
E logo chega o acordeão
Que dará voz a toda a gente.
E mais uma vez sorriu
Nª Senhora esplendorosa
Por ver a devoção de um povo
Nesta festa tão amistosa.
Espero que sempre haja
Quem continue esta festa
Que se mantenha a tradição
Nesta vila tão modesta.
Escrito por: Cristina R.,do Blogue Uma aldeia perdida entre montes
Falando da Freguesia de Salvaterra do Extremo,Concelho de Idanha-a-Nova,
Distrito de Castelo Branco.
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Olá Critina!
ResponderEliminarAs festas da Aldeia são mesmo muito alegres. E neste caso, como está junto à fronteira, propicia o encontro, não só dos beirões, ma também dos espanhois vizinhos. É claro que nunca falta uma boa "pinga" de vinho, como dizem por aqui,muita música de concertina, para celebrar as festas religiosas, por sinal muito importantes para a aldeia.
Obrigada, por participares nesta blogagem. Uma poesia sempre fica bem aqui, entre textos em prosa.
Bjs Susana
Que um comentário lhe deixe
ResponderEliminarfoi a tarefa pedida,
por isso, amiga, não se queixe
se não for à sua medida!
Voltas e voltas à cabeça
e melhor coisa não me sai.
Mesmo que, amiga, não mo peça,
o meu comentário, ele cá vai!
Pois, é! Não vou comentar em verso, aquilo que em verso ficou tão bem descrito.
Apenas posso dar mais algumas achegas para que o mundo fique a saber algo mais sobre o “BODO DE SALVATERRA” porque é assim que, agora, toda a gente o conhece.
Longe vai o tempo em que o Bodo era chamado de Monfortinho.
O Bodo é o ponto de encontro, anual, dos filhos da terra e das terras vizinhas e é, como alguém já escreveu, “tudo à borla e sem convite”.
Porém, além desta festa em honra de Nossa Senhora da Consolação, Salvaterra tem também as festas de Santa Luzia, em meados de Agosto e durante 3 dias. Curioso que já em 1758 se referia que os espanhóis (sempre os nossos vizinhos da Zarza) acorriam à ermida de Santa Luzia mas, no dia 13 de Dezembro. Vá-se lá saber porquê!
Há também notícia duma festa, ainda na primeira metade do século XX e que se chamaria, na voz do povo, “Festa dos 4 vinténs” e se realizaria em Setembro! Os pormenores, para os mais curiosos, são desconhecidos!
E, para terminar, este meu comentário, aqui vai também o meu voto para o texto da Cristina. Alguns dirão que não é muito democrático, mas que querem, a CNE ainda não está em funções e eu vou ser tendencioso!
É verdade! Quero lá saber
se este texto é o melhor!
Na minha terra, podem crer,
eu voto sempre! Por Amor!
João Celorico