quinta-feira, 18 de março de 2010

A TERRA DO MEU PAI

Será que isso interessa? Muitas vezes estas perguntas são feitas, mas será que isso interessa?
Por vezes parece-me que onde nascemos ou onde nasceram os nossos pais não tem muita importância. Afinal nascemos por acaso e naquele local também por acaso e também naquele País, hora , mês e ano. Há até quem nasça em aviões entre um local e outro…entre fronteiras, muitas possibilidades.

A nossa terra é aquela onde nos sentimos bem. Onde somos reconhecidos , onde criámos as nossas raízes, onde vivemos e/ou trabalhamos e pode não ser a terra onde nascemos. O meu pai nasceu no Porto, mas foi pequeno para Moçambique. Ali viveu, cresceu, amou e desamou e agora não sei onde está. Procuro por ele pois só o conheço por fotos. Espero que onde quer que ele esteja seja feliz. Em qualquer terra.

E isso é que é importante. Sermos felizes em qualquer lado onde façamos a nossa vida. Envolvermo-nos com a comunidade e estar em sintonia com a vida.

O Pai esse não é importante porque nasceu nesta ou naquela terra, é importante para nós porque foi quem nos deu o ser, será quem nos mima a par com a nossa mãe e quem nos educa e se preocupa toda a vida connosco.

Pai … Pai, sim três letras com muito significado.
Nasceu aqui , nasceu ali, é desta raça ou de outra é português ou outra nacionalidade? Sempre Pai.
A terra onde nasceu para mim não tem qualquer significado comparado com a importância que ser Pai tem nas nossas vidas de filhos.

Escrito por Ana Paula Palma, do blog Anoxpaulox Palminha... Desafiando-me!
 
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6 comentários:

  1. Sensibilizou-me seu texto, Ana Paula...

    Realmente o lugar onde nascemos não é tão importante, como também não é importante se quem nos ama e cuida é nosso verdadeiro pai.
    Muitas vezes fico pensando, eu que moro distante da terra onde nasci, se tenho obrigação de amar essa terra, simplesmente porque lá estava minha mãe na hora do parto.
    Digo isso porque tenho muito mais afinidade com a terra em que moro atualmente, e é nela que me sinto em casa.

    Quando meu filho era pequeno disse um dia, durante nossa viagem de férias, que "o céu é o mesmo em qualquer lugar". Sábias palavras de uma criança...

    Desejo que seu pai, esteja ele sob qualquer céu deste planeta, leia suas palavras e venha encontrá-la. E que esse encontro mostre para ambos que qualquer lugar é bom, quando estamos juntos dos que amamos.

    Beijo
    Flora Maria

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  2. Olá Ana Paula!
    É verdade, nós somos seres do Mundo.Eu,pelo menos,às vezes,sinto-me assim:de lado nenhum,de todo o lado :)

    Jocas gordas
    Lena

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  3. Bom Dia,Ana!
    O amor é sempre mais importante,independemente da terra.O seu texto é bonito,pela pureza de sentimentos.

    Beijos
    Liliana Rito

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  4. Olá. Pois e acabei por não ser justa com outro homem, que foi meu pai desde os 6 anos até falecer há já alguns anos. A minha mãe casou segunda vez e eu o "escolhi" para ser o meu pai eheheh foi este que me criou e educou! Bem hajas onde quer que estejas.

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  5. Olá, Ana Paula!

    Espero não ofender com a opinião que vou expor. É uma mera opinião e é a minha!
    Embora julgue entender que se deve a algum desencanto com as partidas da vida o que está na base deste texto, não posso concordar plenamente com ele. As pessoas são como as plantas, se as retiram do local onde nasceram não é fácil que as raízes peguem em qualquer terreno. Não é o simples (mas extraordinário) acto de nascer, aqui ou ali, que vai ter alguma influência no carácter da pessoa, porém a sua identidade vai ser moldada muito em face donde nasceu. Só por isso, um algarvio é diferente dum minhoto! Não que não possam ser duas excelentes (ou más) pessoas mas o ambiente que os rodeia é bem diferente e é isso que nos molda. São as condições naturais, a geografia, a língua, a gastronomia, etc.. Numa palavra, a “ethnos”!
    E, muito embora possamos não ter nascido na terra dos nossos pais, somos um produto deles e portanto recebemos deles a vivência que tiveram. Aí começam as nossas raízes. Percebo, perfeitamente que uma pessoa que tenha nascido em Lisboa, só tenha esse sentimento se fizer uma incursão à terra de seus pais, caso contrário é, praticamente, uma pessoa sem terra. Na Páscoa, no Natal e noutras festas da família vê todos irem à terra e ele, ou apanha a boleia ou diverte-se com o que os outros lhe contarem no regresso.
    Por absurdo, se não interessa onde se nasce, deixa de haver identidade nacional e todos seríamos, apenas, seres que Deus vai mantendo no Mundo enquanto lhe aprouver!

    Apesar de tudo, ao que julgo saber, Deus deu-lhe 2 filhas de quem diz ter bastos motivos de orgulho. Talvez elas possam dizer algo diferente acerca da terra onde nasceram.

    Abraço,
    João Celorico

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  6. eheheeh claro que não ofendeu! Esteja à vontade. Mas concordo consigo em tudo só que não é a minha realidade. É uma questão de educação talvez, digo eu. A minha educação foi virada para o Global e é também a educação que dou às minhas filhas. São Vila Bispenses, como podem ser de outra terra qualquer somo bairristas nas terras onde vivemos. Lutamos por essas terras como se fossem nossas.
    Vivi em Penela, terra dos meu avô materno, vivi em Antanhol terra do meu padrasto, ao lado estudei em Cernache, Coimbra, e arredores ...hoje sou Vila Bispense, mas também da minha terra onde me viu nascer, e serei de onde viver.
    E é assim que passei a palavra às filhas e elas são também garotas que se consideram cidadãs do mundo!
    Mas percebo o que diz e claro compreendo esses sentimentos todos.
    Um beijinho.

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