Carvalhal do Sapo
O meu pai chama-se Acácio Moreira e é um recente habitué deste blog que admiro por ter criado laços de pessoas que não se conhecem mas partilham gostos comuns e como é o dia do pai, resolvi presenteá-lo com um gesto simples, a minha participação nesta blogagem.
Onde cresceu o meu pai… uma pergunta que pode ter várias respostas. Podia dizer que nasceu numa aldeia no meio do nada, podia dizer que nasceu numa aldeia das Beiras que ninguém conhece, mas apesar de ambas as opções terem o seu quê de verdade, eu acho que o meu pai nasceu numa aldeia pequena, num sítio pobre em dinheiro mas rico em boa gente, rico em beleza natural, rico em simplicidade… cresceu sem os luxos a que hoje estamos habituados, mas cresceu num sítio de ar puro, a beber água da nascente, a comer os legumes criados no quintal… Ao mesmo tempo cresceu num sítio que lhe ensinou a dar valor às pequenas coisas, num sítio que o ajudou a ser a pessoa que é hoje.. Pai, este texto é apenas para que saibas que provavelmente não o digo muitas vezes mas tenho muito orgulho em ti (e na mãe, mas esse fica para Maio). Sei que apesar da teimosia e de outros defeitos és boa pessoa e tens bom coração, e sei que cada qual é como é mas sinto que a ti o Carvalhal deu a sua quota, e eu tenho orgulho em conhecer as tuas origens e de fazer parte delas. Uma aldeia que pertence a outra época, onde ainda se dá valor ao que realmente importa, onde ainda se respira ar puro, onde se abre a janela de manhã e parece que acordámos no paraíso ao sentirmo-nos rodeados pela beleza da natureza e dos sons do campo…
É engraçado o valor que se dá aos pormenores quando se cresce, lembro-me de em miúda ficar irritada porque o meu pai me pedia para ir à fonte buscar água fresca para o almoço (e para ir à fonte preferida são cerca de 500 metros a pé), hoje é com gosto que faço quase 600 km para ir buscar água aquela fonte… A vida é feita de pormenores e o meu pai nasceu numa aldeia que nos deixa muitos pormenores para toda a vida! Apesar de todas as dificuldades e dos poucos recursos, cresceste na aldeia certa, a tua aldeia! Feliz dia do Pai!
Escrito por C. Moreira,
Em homenagem ao seu pai e amigo bloguista da Aldeia: Acácio Moreira.
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Lindo! Lindo!
ResponderEliminarAinda estou de boca aberta perante esta extraordinária manifestação de amor filial. Adorei o carinho que a filha do nosso amigo Acácio pôs em cada frase que escreveu, tanto sobre o pai como sobre a aldeia onde ele nasceu.
Bonita e emocionante homenagem.
Um beijinho de Parabéns.
Lourdes
Olá C. Moreira!
ResponderEliminarFiquei muito feliz ao receber esse texto porque é uma sentida e grande homenagem ao nosso amigo Acácio, da sua filha.
Parabéns a C.Moreira pelo fantástico pai que tem e Parabéns ao amigo Acácio Moreira pela fantástica filha :)
Jocas gordas
Lena
Bom dia,C.!
ResponderEliminarFoi uma linda homenagem que fez ao seu pai.Já dei conta que o concelho de Arganil está aqui representado em força e muito bem :)
Parabéns a todos e sobretudo a C. por esse tributo sincero ao seu pai.
Beijos
Liliana Rito
Olá C. Moreira!
ResponderEliminarConfesso que ainda estou um pouco de boca aberta.
A homenagem ao seu pai é linda e emociono-me. Só lhe quero dizer, hoje os sítios
“pobre em dinheiro mas rico em boa gente, rico em beleza natural, rico em simplicidade… cresceu sem os luxos a que hoje estamos habituados, mas cresceu num sítio de ar puro, a beber água da nascente, a comer os legumes criados no quintal… sítio que lhe ensinou a dar valor às pequenas coisas, num sítio que o ajudou a ser a pessoa que é hoje…”,
são um pouco esquecidos por alguns.
Mas, para não os deixar esquecer existem pessoas como o seu pai que também descreve este povo simples, através das suas palavras e fotografias.
Pois, eu costumo dizer que são pequenos paraísos perdidos na serra, mas, que eu tenho o privilégio de os conhecer.
Um beijo
Eugénia Santa Cruz
Olá "criança"
ResponderEliminarBom se a ideia era para ser uma surpresa, sem duvida conseguiste passar no exame com distinção. Fiquei com certeza surpreendido, mas muito feliz e babado pela linda atitude da minha "criança". Terei de admitir que a maior surpresa não foi ver aqui a publicação do teu texto transmitindo uma mensagem de carinho, e lealdade pelas nossas origens. o que mais me surpreendeu, foi em saber que afinal tens aprendido a lição, que nunca me canso de repetir "para saberes o que custa a vida devias ter nascido onde eu nasci!assim saberias dar mais valor ás coisas". Mas verifico que afinal já aprendeste a compreender e a gostar das coisas belas que a minha aldeia nos pode oferecer. Mas há uns temas que ainda estás a precisar de uma reciclagem, defeitos e teimosia. Defeitos todos temos, teimosia não é um mal,mas um bem, que sempre usei para vencer e ultrapassar este mar de tormentas que é a odisseia da vida. Sempre fui muito teimoso em continuar por caminhos,por mais tortuosos, que se tornassem desde que me levassem a alcançar a meta que sempre ambicionei; conseguir dar estabilidade à família e garantir o encaminhar dos descendentes pelos caminhos da ambição do sucesso. E isso creio ter conseguido,não só por mérito meu, mas também pela teimosia que terão herdado e que sempre souberam compartilhar comigo.
Fiquei muito lisonjeado por tudo o que escreveste,parabéns e muito obrigado por sempre teres sabido ser a filha que toda a vida ambicionei.
Beijinho
Pai
Olá Liliana !
ResponderEliminarObrigado pelo seu gentil comentário
agradeço a sua visita ao meu blog e comentário
entretanto quero fazer uma pequena correcção,
ao seu comentário, a aldeia do Carvalhal do Sapo faz parte do concelho de Góis e não do bom vizinho concelho de Arganil.
Um abraço
Acácio
Olá!Ups,erro meu.Aqui vai uma correção: o concelho de Góis está muito bem representado :)
ResponderEliminarObrigado,Sr. Acácio.As vezes,sou mesmo distraída e Geografia não é o meu forte.
Beijos
Liliana
A todos os bonitos comentários que foram feitos ao meu texto, os meus sinceros agradecimentos. Fico contente que a mensagem de carinho pelo meu pai e pelas suas origens tenha passado.
ResponderEliminarEugénia, quanto aos "pequenos paraísos perdidos na serra", estamos de acordo, a frase de "uma aldeia perdida no meio do nada" vem da famosa fase da adolescência, em que não era muito "fixe" ir para lá (um bem haja a todos os pais que têm de aturar essas fases...) hoje, não poderia estar mais de acordo consigo...
Olá pai,
Fico contente que tenha sido uma boa surpresa, era essa a intenção. Quanto a dar valor às coisas, só brinco por saber que tive e tenho muita sorte e se talvez por vezes parece que tomamos tudo por garantido, peço desculpa. Dou valor ao que passaste, ao que lutaste, ao que conseguiste e como conseguiste. Não te livras do teimoso, é claro que também é usado para o melhor, e sim, eu também o sou e também me têm ajudado em alguns obstáculos, tal como a humildade de saber "donde venho" e o orgulho que tenho nisso.
Obrigado pelos elogios e pelo comentário, é bom sentir que fazemos os nossos pais orgulhosos, eu também tenho muito orgulho em vocês.
Um beijo grande com carinho,
A filha.
C. Moreira
Olá!
ResponderEliminarNunca é demais homenagearmos quem nos deu o ser, aproveitando para lhe dizermos que quando pareciamos distraídos em relação ao que nos diziam isso era só fruto da idade. As raízes quando são boas, a árvore cresce e dá frutos e o amigo Acácio plantou bem. Parabéns!
João Celorico