sexta-feira, 16 de julho de 2010

A fruta da minha região (Gois) 2ª parte


Lembro-me de outra ocasião em que havia uma figueira com uns lindos figos pretos. Só existia aquela e estava junto à casa do dono, mas nós tinhamos de comer daqueles figos. Pensámos e resolvemos de noite ir aos figos. Estávamos todos contentes a comer e a saboriar os belos figos e eis que se chove uma penicada de xixi para cima da nossa cabeça.


E os pessegos de S. João? Num sitio chamado “Cabeço” de onde se vê a aldeia toda havia um pessegueiro que amadurecia mais cedo. Então, um certo domingo pensámos “é hoje que vamos aos pessegos”.
Uns ficaram a falar com o dono no meio da aldeia a distrai-lo enquanto que os outros foram apanhar uns pesseguinhos. À tardinha come-mo-los todos juntos na eira que existe no meio da aldeia e como o dono ia a passar foi convidado para comer do cesto dos pessegos.

As castanhas eram abundantes… mas nas aldeias em redor da minha.
Mas claro, não havia soito que no tempo do rubusco ( rubusco era o final da colheita) não fosse assaltado por nós. Saíamos de madrugada, atravessávamos o rio ou então uma ponte velha e lá iamos apanhar um saco de castanhas. Depois de cheio traze-lo as costas era uma tarefa dificil mas se as queriamos comer tinhamos de as carregar (muitas vezes 2 horas às costas.) Claro que isto acabava por ser uma brincadeira mas também a necessidade era muita. A fome por vezes apertava um bocadito e lá ia a fruta daqueles a quem não fazia falta.

Hoje há fruta que chegue e ainda se estraga. Os soitos ficam cheios de castanhas mas mesmo assim ainda se aproveita alguma para fazer doces de cereja, pessego, maçã, uvas e licores da mesma fruta para consumo próprio.

As castanhas servem tambem para depois de secas e piladas fazer sopa de castanha, rechear a carne, ou fazer doce. Nesta zona existem várias receitas de castanha (algumas delas podem ser consultadas no meu blog em “receitas”.)

Aqui fica mais uma história passada na minha aldeia e nas aldeias vizinhas.
Escrito por Eugénia Santa Cruz do Blogue Cortecega

3 comentários:

  1. O fruto proibido sabe sempre melhor, não é Eugénia!

    Bjs

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  2. Quantas aventuras você viveu na infância !

    Os figos de Portugal também eram muito lembrados pelos meus pais, quando viajavam nas lembranças da terra distante.

    Beijo

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