Situação geográfica
Cabeça é uma aldeia típica de montanha. Fica situada nas abas da Serra da Estrela, na margem direita da ribeira de Loriga, concelho de Seia, distrito da Guarda. Fica a 6 km da rotunda da Portela do Arão.
História
Cabeça é a terra lendária dos Cavaleiros das esporas de oiro. Eram três homens estranhos, de alta hierarquia, que, perseguidos, tinham a cabeça a preço. Cavaram à beira de água a sua casa, camuflaram-na de oliveiras e aqui só os céu os via, tão ínvios eram os caminhos ( Historiador Capitão Dr. António Dias, Ensaio Monográfico das Terras de Seia, 1952).
Até 1789, não passava de um lugar da freguesia de Loriga.
A freguesia foi criada por alvará de D. João VI, em 13 de Janeiro de 1800.
Porque se chama Cabeça?
Porque o monte onde assenta o casario é arredondado. Caracteriza-se pelos seus mini-socalcos, serpenteando em seu redor. O regadio é feito através dum complexo sistema de levadas, utilizando ainda na lavoura instrumentos agrícolas muito primários.
Casas de xisto
A rocha predominante é o xisto. Desde tempos imemoriais, os habitantes da Cabeça construíram as suas casas com pequenas pedras de xisto, assentes em barro. Messaram lascas de lousa tosca para cobrir os telhados. Com os mesmos materiais, calcetaram ruas e caminhos. Levantaram, também, os muros de suporte das courelas, coiços, leiras e batoréus que serpenteiam à volta da povoação, num harmonioso labirinto.
É uma aldeia com um riquíssimo património. As casas tradicionais estão acotoveladas, juntinhas como um favo de mel, testemunhando o espírito comunitário da população.
Pastorícia
Até finais da década 1960, a pastorícia de ovelhas e cabras constituía um indispensável meio de subsistência. O leite sustentava, especialmente, as crianças. O requeijão e o queijo serviam de conduto para toda a família. Nos dias de festa abatia-se uma rês. Dos currais do gado, retirava-se o estrume para fertilizar as courelas. De vez em quando, vendiam-se uns queijos e umas cabeças de gado, “para fazer um dinheirinho”.
Ao pôr-do-sol, ressoava na aldeia o chocalhar de milhares de ovelhas e cabras que desciam das montanhas, rumo à povoação. Era uma mistura de chocalhos, guizos, campainhas e balidos do gado! Que grande orquestra! De vez em quando, um "fiu-fiu" sibilante dos pastores. Havia turbilhões de fumo rasante, tal era o pó que o gado levantava, a correr, com pressa de chegar à corte! Que saudades!
Hoje, há cerca de 150 cabeças de gado na povoação. Os mais velhos ainda gostam!
Reabilitação urbana
Está em curso a reabilitação urbana de Cabeça (calçadas de xisto, cabos subterrâneos de electricidade, telefone, etc.). As obras estão quase prontas. Dentro em pouco, teremos uma aldeia turística totalmente recuperada que orgulha o concelho de Seia!
Locais a visitar
Zona histórica do Casal D’Além
Forno comunitário da Bica
Moinho comunitário do Ribeiro
Fonte da Malhada
Ponte do Porto, de estilo romano.
Igreja de São Romão (estilo românico, séc. XVIII)
escrito por : J Pinto .
Cabeça/freguesia de Seia/ Distrito de Guarda
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